Por Octavio Caruso
Algumas dicas de ótimas adaptações literárias, de variados gêneros e épocas, para você desfrutar nesse feriadão, sem ordem de preferência:
O clássico trabalho de Charles Dickens, em sua melhor versão para cinema, comandada pelo genial diretor David Lean, de “Lawrence da Arábia”.
Gregory Peck vive o pai que todos gostariam de ter, o nobre advogado Atticus Finch, no lindo tratado contra o racismo, escrito por Harper Lee.
Adaptado da obra de Muriel Spark, com uma interpretação magistral de Maggie Smith, vivendo a professora que inspira suas estudantes com suas ideias sobre arte, música e política.
Esqueça o original com John Wayne, essa é a versão mais fiel à obra de Charles Portis, dirigida pelos Irmãos Coen. A beleza da trama reside na progressiva transformação interna do pistoleiro, vivido por Jeff Bridges, cada vez mais admirando a impetuosidade inconsequente daquela menina que aprende que deve proteger.
O espírita absorve o que ocorre no filme como uma metáfora sobre reencarnação, mas este elemento além de simplificar demais a sensibilidade do tema, não existe na obra original “Bid Time Return” (1975), de Richard Matheson. Não existe cena mais bela que aquela em que o personagem de Christopher Reeve percebe estar fora de seu tempo, vivendo uma ilusão, sendo brutalmente transportado para sua realidade.
Com direção inspirada de Sidney Pollack, a obra pungente de Horace McCoy toma vida e se mantém para sempre na mente do espectador. Uma crítica social ambientada no período da Grande Depressão americana, porém, incrivelmente atual.
Com impecável atuação de Meryl Streep, vivendo a personagem de época e, no tempo moderno, a atriz que a interpreta, essa elegante adaptação da peça de Harold Pinter, baseada na obra de John Fowles, merece maior reconhecimento.
O protagonista da obra-prima de Malcolm Lowry, uma impecável atuação de Albert Finney, está obstinado em sua jornada de autodestruição, amargurado com a traição das duas pessoas que mais amou: sua esposa e seu meio-irmão. O seu objetivo maior, seu triste sacrifício, sua descida ao inferno, serve como punição para eles. O constante anestesiar, a supersensibilidade que sucede os tremores da dependência do álcool, a faustiana perda da inocência às vésperas da Segunda Guerra Mundial, elementos que vão elucidando, em revisões, o quebra-cabeça cheio de simbolismos proposto pelo autor, e complementado pelo diretor John Huston.
Ótima adaptação do livro de Gillian Flynn. A desconstrução de um modo de vida, onde o diretor David Fincher flerta cinicamente com os clichês do suspense, exibindo a ferida aberta na imprensa sensacionalista, a manipulação da opinião pública, a teatralidade das investigações do desaparecimento da jovem, elemento que se confunde à teatralidade nos relacionamentos, simbolizado pelo ritual do casamento.
Vivemos em uma sociedade imediatista na qual o ato de ter filhos de forma impensada é irresponsavelmente incentivado pelo governo, pela igreja e pelos vizinhos. Crescei e multiplicai-vos. Buscando satisfazer de forma prazerosa um capricho emocional, muitos se esquecem da tremenda responsabilidade que acompanha o nascimento de uma criança. A inserção de um novo elemento transformador, cujas ações e omissões futuras irão afetar, para o bem ou para o mal, a vida de outros. E é disso que trata o romance de Henry James, escrito em 1897, mas que se mostra incrivelmente atual nessa inteligente adaptação comandada pelos diretores Scott McGehee e David Siegel.
Carioca, apaixonado pela Sétima Arte. Ator, autor do livro “Devo Tudo ao Cinema”, roteirista, já dirigiu uma peça, curtas e está na pré-produção de seu primeiro longa. Crítico de cinema, tendo escrito para alguns veículos, como o extinto “cinema.com”, “Omelete” e, atualmente, “criticos.com.br” e no portal do jornalista Sidney Rezende. Membro da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro, sendo, consequentemente, parte da Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica.
Uma nova tendência entre os jovens da Geração Z vem ganhando força e gerando polêmica:…
Em mensagens de cortar o coração, a menina deixa evidente a falta que o pai…
Cirurgia radical levou paciente ao estado de morte clínica, revelando relatos precisos de uma “vida…
O cantor Agnaldo Rayol, uma das vozes mais emblemáticas da música brasileira, faleceu nesta segunda-feira,…
Uma recente declaração de um padre sobre o uso de biquínis gerou um acalorado debate…
A minissérie brasileira que atingiu o primeiro lugar no TOP 10 da Netflix retrata um…