Assistir filmes não é apenas um simples passatempo; cada história sempre acrescenta algo à sua vida (idealmente). Por isso, se seu objetivo for aprender algo de novo (seja para refletir ou para aumentar seu conhecimento acadêmico), as dez obras abaixo podem satisfazer muito bem esse desejo.
“Todos os homens do presidente” (no original, “All the President’s Men”) é um filme americano de 1976 dirigido por Alan J. Pakula e baseado no livro de mesmo nome, lançado em 1974.
O filme retrata o caso Watergate, no qual dois jornalistas – Bob Woodward e Carl Bernstein – insistiram em uma investigação que culminou na renúncia do presidente Richard Nixon, dos EUA. O filme é considerado uma espécie de “manual jornalístico”, debatendo temas como ética profissional, importância da comunicação e forças políticas que permeiam a imprensa.
A lição que se aprende com esse filme é como o jornalismo investigativo sério pode ser útil para a sociedade, mas também como é difícil a vida desses profissionais, cheia de desafios e obstáculos. O mundo não sobrevive sem a divulgação de notícias. É interessante que todas as pessoas assistam o filme para entender melhor como funciona o processo de pesquisa, investigação e checagem de fatos que leva a produção de um artigo sério.
“Céu de Outubro” (no original, “October Sky”) é um filme de 1999 baseado no livro “Rocket Boys”. Ele conta a história do filho de um mineiro de carvão que, inspirado pelo lançamento do satélite Sputnik, decide construir foguetes modelos durante o ensino médio, tornando-se mais tarde um cientista da NASA.
O ambiente do filme é marcado por atividade sindical, greves e pelos riscos e acidentes na atividade de mineração – o que por si só já é uma excelente lição de tópicos muito comuns na sociedade.
Além disso, discute o fato de um filho não querer seguir a carreira que seu pai deseja que ele siga e seu o sonho por viagens espaciais. Também mostra que o esforço pode levar qualquer um a realizar seus sonhos, e que a ciência é algo que exige dedicação.
Por fim, o filme também é um presente para os amantes de história, astronomia e exploração espacial.
“A Missão” (no título original, “The Mission”) é um filme britânico de 1986 dirigido por Roland Joffé e baseado em fatos reais. Ele trata da época da expulsão dos jesuítas do reino português no Brasil, devido à crise nas relações entre a Coroa portuguesa e a Companhia de Jesus.
O enredo contém padres, mercadores de escravos, evangelização dos índios, crimes passionais, autopunição, sistema judiciário, guerras, massacres e muita verdade, da mais cruel possível. Quem quer entender mais sobre o início da história do Brasil deve assistir essa obra e fazer suas próprias reflexões sobre como esse episódio do país influenciou o que somos hoje.
Muitos se referem ao ano 1500 como a descoberta do Brasil, mas a verdade é que ele não era um local desconhecido e desabitado. Quando a Europa notou o Novo Mundo, os habitantes desse “paraíso” só podiam ter três destinos: perder seus costumes e crenças para uma nova e imposta cultura, serem escravizados como animais selvagens ou serem dizimados pelos colonizadores. Quem foi ficando, quem está por aqui até agora, é provavelmente descendente ou dos sofredores ou dos causadores de sofrimento. No que isso nos afeta como povo?
“O Óleo de Lorenzo” (no original, “Lorenzo’s Oil”) é um filme de 1992 feito nos EUA e dirigido por George Miller. Ele retrata uma história real de pais que descobrem que seu filho Lorenzo possui uma doença rara e degenerativa, a adrenoleucodistrofia (ADL). Com oito anos, os médicos dizem que Lorenzo deve morrer em breve, pois não conhecem nenhum remédio ou cura.
Seus pais não aceitam essa situação. Apesar de serem historiadores, passam a pesquisar sozinhos em livros de medicina e química, e descobrem um óleo que não cura efetivamente a doença, mas a estagna. O garoto acaba vivendo muito mais do que os médicos pensavam que iria.
O conteúdo moral do filme é bastante claro – ele fala sobre como a perseverança, o amor e a luta podem te levar muito longe. Mas é possível aprender muitas outras coisas com esse filme, entre elas o poder da ciência e do método científico. Apesar de serem religiosos, os pais de Lorenzo se voltaram à dedução humana e se embasaram na pesquisa cientifica para buscar uma resposta para a doença do filho – algo que certamente valeu a pena. Além disso, o enredo traz um conhecimento de bioquímica interessante, do organismo humano, de como funcionam nossas células etc.
Este filme documentário (“Starup.com”, de 2001) mostra a ascensão e queda de uma start up, uma companhia recém-fundada, a govworks.com. A empresa chega a US$ 50 milhões em menos de um ano, mas tem dificuldade em lidar com sites concorrentes superiores e acaba definhando e sendo consumida por uma empresa maior após menos de dois anos de existência.
Esse é um enredo para quem quer aprender algo sobre negócios. Temas como a confiança em sua equipe, fornecer um produto melhor do que o da concorrência, e os desafios do empreendedorismo são discutidos, de maneira que se podem tirar grandes lições de empreendedorismo com a história.
“Intocáveis” (“Intouchables”, no original) é um filme francês de comédia dramática, escrito e realizado por Olivier Nakache e Éric Toledano. Baseado numa história real, mostra a interação entre um aristocrata muito rico e tetraplégico e um jovem senegalês que é contratado para ser seu cuidador.
Tendo em vista a complexidade dos cuidados necessários, todos que entravam para trabalhar com o milionário Philippe ficavam pouco tempo e iam embora. Então, ele contrata um jovem inexperiente e ex-presidiário para ajudá-lo.
O novo empregado, Driss, não trata Philippe como um coitado. A displicência, naturalidade e sinceridade com que se refere a seu “chefe” – e principalmente o fato de vê-lo sem preconceitos – faz desta parceria ideal. A relação não é só beneficia ao patrão – Philippe abandona sua arrogância fazendo da construção de relacionamentos sinceros e saudáveis um bom motivo para continuar vivendo, e Driss, expulso de casa e excluído da sociedade, se depara com a chance de crescer como indivíduo e fazer algo de útil na vida, deixando sua contribuição para o mundo.
Em resumo, esse é um filme que trata de muitas questões da modernidade – dinheiro, relações pessoais, a falta de sinceridade, o sentido da vida etc. Sua grande lição é: o que importa no mundo são as pessoas, não as coisas.
“Loucos Sonhos” (no original, “Beautiful Dreamers”), de 1990, dirigido por John Kent Harrison, conta a história do médico Richard Bucke depois que ele assume a chefia de um manicômio no Canadá. Bucke empenha-se em criar novos métodos de tratamento para cuidar dos pacientes, o que escandaliza os especialistas, mas ganha a simpatia do poeta Walt Whitman em pessoa, que o ajuda a enfrentar o conservadorismo dominante.
O filme mostra o tratamento bárbaro dos doentes mentais, deficientes mentais e outros com condições neurológicas durante os anos 1800. Até hoje, há muito preconceito em torno de doenças da mente, como a depressão, e faz pouco tempo que criamos terapias mais humanas e eficazes para esses pacientes. O Dr. Bucke serve como um modelo de coragem, sensibilidade e tolerância, nos mostrando que temos que ter compaixão por essas pessoas como temos por aquelas que possuem uma doença física. Ou seja, o filme tem o poder de gerar mais empatia pelos sofredores de condições mentais.
Por fim, conhecer mais detalhes da vida de Whitman nos faz querer ler mais sua bela poesia, e ninguém perde por se tornar um melhor conhecedor dessa literatura inglesa magnífica.
“O Julgamento de Nuremberg” (no original, “Judgment at Nuremberg”) é um filme norte-americano dirigido por Stanley Kramer em 1961. Foi baseado em fatos reais, principalmente no caso Katzenberger, o último julgamento dos Processos de Guerra de Nuremberg que ocorreram depois da Segunda Guerra Mundial para julgar criminosos nazistas.
“Limpeza étnica”, Alemanha de Hitler, Holocausto e guerra mundial são todos temas trabalhados nesse enredo. Além de ser uma aula de história, nos mostra como funcionam os princípios da justiça e do direito internacional, e como os crimes de guerra e os cometidos contra a humanidade são debatidos em corte. Por fim, gera muita reflexão com as questões morais que propõe, e de até onde vão os direitos humanos.
“A Máquina do Tempo” (“The Time Machine”, no original”) é um filme de ficção científica britânico de 1960, dirigido por George Pal e baseado no livro de H. G. Wells. O enredo relata a história de um homem que constrói uma máquina do tempo, e a utiliza para viajar ao futuro.
Uma das coisas mais interessantes que é possível aprender com esse filme é a escala temporal da evolução da humanidade. Na história, há uma evolução ficcional dos humanos 800 mil anos no futuro em sub-espécies diferentes, que vivem em uma relação complexa de predação e reprodução.
Assim, pode-se ver em ação mecanismos que de fato impulsionam a evolução, como mutações e seleção natural, através de exemplos dramáticas, como a borboleta Blue Moon, e mutações relativamente recentes na espécie humana, tais como a capacidade dos adultos de digerir produtos lácteos e o surgimento de olhos azuis. Por fim, é possível entender melhor também o conceito de engenharia genética.
“2001: Uma Odisséia no Espaço” (no original, “2001: A Space Odyssey”) é um filme americano de 1968 dirigido por Stanley Kubrick. O filme possui temas notáveis, como evolução humana, tecnologia, inteligência artificial e vida extraterrestre. É imperdível por ser um marco cinematográfico em muitos aspectos: visual, artístico, filosófico, técnico, publicitário e sociológico, além de seu notável realismo científico.
Mesmo adiantando mais de um ano a ida do homem à lua, esse evento é mostrado na obra com o máximo de fidelidade possível. Enquanto a maioria das ficções científicas não gosta de perder público tirando o som de seus filmes, Kubrick levou a sério o silêncio no espaço, uma vez que o som não se propaga lá. Outros conceitos podem ser aprendidos no filme também, como a Primeira Lei de Newton, a força centrífuga e a gravidade.
O início da história é praticamente um curta-metragem sobre o nascimento da humanidade (SPOILER!) com símios brilhantemente descobrindo o poder das ferramentas. O tema da nossa evolução pelos anos seguintes percorre todo o enredo, entrelaçado com questões do universo e da sociedade.
“Uma Odisséia no Espaço” serve até como aula de cinema, por seu pioneirismo e seu roteiro cativante. Em 1991, foi considerado “culturalmente, historicamente ou esteticamente significante” pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.
Fonte: Hypescience
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