Fuja do óbvio e conheça alguns filmes que vão mudar a forma como você vê o mundo
O cinema iraniano guarda algumas das maiores pérolas do cinema internacional. Marcada por temas aparentemente intimistas, como a infância, a família ou a arte, a filmografia de diretores como Jafar Panahi, Asghar Farhadi e Abbas Kiarostami carrega um peso político muito forte e tem conseguido vencer barreiras e expandir seu discurso para muito além das fronteiras do Irã.
Conheça melhor esse cinema a partir de 10 títulos e apaixone-se:
Um dos cineastas iranianos mais respeitados (e polêmicos) da atualidade é Jafar Panahi, autor também de “Isto Não É Um Filme” e “O Círculo”. “O Balão Branco”, seu primeiro longa, foi escrito ao lado de Abbas Kiarostami e conta a história de uma menina que deseja um peixinho dourado de Ano Novo, mas perde o dinheiro no caminho para a loja.
Indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, “Filhos do Paraíso” também aposta na inocência infantil para mostrar a situação econômica e política do país. No filme, um menino perde os sapatos de sua irmã mais nova e, para resolver a situação, decide dividir com ela seu único par.
Abbas Kiarostami foi um dos principais responsáveis por popularizar o cinema iraniano no mercado internacional. “Gosto de Cereja”, seu nono longa-metragem de ficção, venceu a Palma de Ouro com a história de um homem que dirige seu caminhão em busca de alguém que o enterre sob uma cerejeira depois que ele cometer suicídio.
Uma jornalista afegã que mora no Canadá desde criança decide voltar ao país ao descobrir que sua irmã está querendo se suicidar. Lá, ela se junta a um grupo de refugiados e cruza o deserto, tomando consciência da devastação causada pelo Talibã enquanto procura pela irmã.
Outro nome recorrente quando se pensa no cinema iraniano é Asghar Farhadi, diretor de “A Separação” e “O Passado”. Em “À Procura de Elly”, um grupo de amigos decide passar um fim de semana à beira da praia e Sepideh (Golshifteh Farahani) convida Elly (Taraneh Alidoosti), professora de sua filha, para acompanhá-los. Depois de algum tempo, Elly desaparece sem deixar vestígios.
Dois compositores iranianos decidem montar uma banda underground no Irã, mas logo o projeto se torna um pesadelo. Diante das barreiras impostas pelas autoridades, os jovens decidem mudar de foco e investir num show em Londres – e nos passaportes que os permitirão deixar o país.
Juliette Binoche é a estrela deste drama cheio de sarcasmo escrito e dirigido por Kiarostami. Ela interpreta uma francesa que visita a palestra de um inglês, na Itália. Ela e o palestrante passam um dia inteiro juntos discutindo os conceitos de original e cópia, enquanto encenam suas próprias vidas
Único vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro pelo Irã, até agora, “A Separação” é ao mesmo tempo uma aula e um desafio de ética e moral. Um casal enfrenta a iminência da separação porque precisam seguir caminhos diferentes: ela quer sair do país para garantir uma educação melhor para a filha, enquanto ele quer ficar para cuidar do pai doente. Para complicar ainda mais, o marido é o único capaz de realizar a separação, e ele não está disposto a ceder.
Apesar de haver muitas protagonistas mulheres no cinema iraniano, poucas são as diretoras nascidas ali. Uma delas é Maryam Keshavarz, que ganhou destaque com o drama “Circumstance” em 2011. O filme conta a história de dois irmãos – uma menina e um menino, que seguem caminhos opostos na adolescência. Enquanto ela explora a juventude com sexo, drogas e festas ao lado de sua melhor amiga, ele retorna da reabilitação com uma obsessão destrutiva.
Depois de ser preso e proibido pelo governo iraniano de fazer filmes (por apoiar um candidato oposicionista), Jafar Panahi decidiu burlar as regras e filmar secretamente. Disfarçado de taxista, o diretor recebeu moradores comuns de Teerã em seu carro e filmou discussões sobre o cotidiano e a política do país. O filme ganhou o Urso de Ouro em Berlim.
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