10 perguntas a fazer antes de investir em um relacionamento longo

Encontrar uma pessoa para com quem dividir a vida é uma das tarefas mais relevantes da própria vida. Alguns acreditam que há uma alma gêmea para cada ser nesse mundo, enquanto outros não se preocupam com tal idealismo romântico. Há, ainda, os que preferem viver solteiros, desimpedidos de qualquer compromisso profundo e duradouro. Mas, em geral, há uma espécie de desejo instintivo relacionado à construção de um legado junto a um parceiro em especial.

Embora não seja uma regra querer achar uma pessoa ideal para passar a vida, em toda história humana há um processo de pesquisa para saber quem é o parceiro mais adequado e passível de se encaixar na realidade de toda uma existência. Por mais que existam pessoas que desprezem a ideia de monogamia, o foco deste texto está na experiência de se viver só e somente só com uma pessoa, seja em uma relação heteroafetiva ou homoafetiva.

Independente de como e quando uma pessoa chega à sensação de que está pronta para se comprometer com outro alguém para o resto da vida, há uma necessidade de se estabelecer um entendimento comum sobre certos assuntos, no intuito do relacionamento caminhar diretivamente em busca de propósitos concretos.

A maioria das pessoas passa a vida tentando resolver o problema fundamental de estar separado de um potencial par romântico, sem o qual não imaginariam existir. Contudo, antes de se decidir sobre quem será este par, ou mesmo para se certificar de que é o certo, há algumas questões-chave a serem feitas, dentre as quais:

1. Há oportunidades de crescimento em outras áreas da vida que não a romântica?

Quando o relacionamento é extremamente satisfatório, muitos dão prioridade a ele, deixando outras áreas da vida – pessoal, social, familiar, espiritual, profissional, intelectual – em segundo plano. Se não é possível desenvolver outros aspectos que não estejam associados ao próprio relacionamento, este não será saudável a longo prazo. Embora seja um clichê óbvio e uma tarefa bastante desafiadora, buscar o equilíbrio é fundamental, porque os esforços bem direcionados fazem com que a energia vital seja compensada, sem ocasionar faltas nem exageros de ordem física e emocional. Focar na área romântica, pelo fato de estar gerando amplas recompensas, é prudente, desde que não esteja corrompendo a vontade de desenvolvimento sistêmico. Deve haver espaço para se expandir o próprio potencial dentro do contexto do relacionamento.

2. Existe total confiança no parceiro?

Confiança é a base de qualquer relacionamento duradouro. Sem ela, não há possibilidade de convivência harmônica nem estabilidade. Confiar totalmente um no outro significa que nada – dentro do âmbito de poder de ambos – seria capaz de abalar a estrutura do relacionamento. Por mais difícil que seja construir a confiança, é somente com ela que se vislumbram perspectivas de um futuro sem a existência de ameaças internas ou externas.

3. A comunicação é eficaz?

Todos os casais felizes têm uma coisa em comum: comunicam-se com eficácia. Problemas de comunicação precisam ser resolvidos em seu núcleo, antes que cresçam e atrapalhem a interatividade. É importante que se esteja disposto a falar e ouvir sempre que necessário, dando margem para que o outro sinta que suas necessidades de expressão estão sendo atendidas.

4. Há compartilhamento dos mesmos valores e ideais?

Duas pessoas não podem acreditar que ficarão juntas, a não ser que compartilhem dos mesmos valores e ideais. Questões como responsabilidade financeira, construção de família, ética, moralidade, patrimônio, devem ser bem discutidas de modo que não haja discrepâncias entre as visões de ambos. Embora seja impossível concordar em todos os aspectos, sempre há uma forma de chegar a um consenso para que nenhum dos lados se sinta prejudicado. Quaisquer diferenças de opinião sobre os objetivos traçados devem ser conversadas, no tocante a evitar o surgimento de surpresas desagradáveis.

5. Ambos se respeitam para além das diferenças de personalidade?

Muitos dizem que não há uma personalidade igual a outra, nem duas metades que se complementam. Isso é verdade. O respeito é a força motriz de um relacionamento estável. Casais que compreendem suas diferenças de personalidade são mais capazes de se respeitarem, independente do quão estranhos possam ser sobre determinadas coisas. Abraçar a diversidade não significa que tudo deve ser aceito, mas que certos traços de personalidade são característicos e não podem ser modificados, apenas adaptados a um contexto que facilite a convivência gregária.

6. Existe disposição para aprender com os erros do passado?

Todo mundo erra ao se relacionar com pessoas, muitas e muitas vezes, e esses erros não devem ser desperdiçados, pois são muito importantes para se manter a saúde de uma parceria amorosa significativa. Ambos os parceiros devem ter uma boa ideia sobre o que deu errado em seus relacionamentos anteriores, para que entendam as razões desses erros e como podem evitá-los no futuro.

7. Há compatibilidade e interesse sexual?

Sexo é uma das coisas mais importantes a trabalhar em um relacionamento, seja porque contribui positivamente para as emoções de união, seja para satisfazer uma necessidade física e biológica. Casais que mantêm a chama da paixão acesa, apesar de suas oscilações naturais, costumam se sentir mais conectados e felizes.

8. A vida sem o parceiro era menos satisfatória?

A comparação entre a vida antes e depois da chegada do parceiro diz muito sobre o relacionamento. Se a vida fazia menos sentido antes, sinal de que o parceiro é responsável por uma melhoria existencial; se a vida passou a ser mais insatisfatória, sinal de que há coisas a melhorar.

9. O futuro do relacionamento é questionado?

Se uma pessoa ainda quer saber se está com o parceiro certo ou não, ela já tem a resposta. A dúvida não incomoda quem tem certeza de que está com o parceiro adequado, a menos que o parceiro não seja adequado, ou a pessoa não esteja totalmente apta a se relacionar com esse alguém. Pontos de interrogação em relação ao futuro existem, e não são poucos, mas a incerteza relacionada à existência do relacionamento é a mesma que limitará sua duração. O conhecimento do amor verdadeiro é tal que elimina qualquer forma de questionamento.

10. O parceiro é indispensável?

A falta de alguém na vida de uma pessoa é proporcional ao nível de apego que se tem dela. Parceiros que não sentem falta um do outro distanciam-se. Quem ama quer estar perto. Apesar de existirem vários casos de relacionamentos à distância bem-sucedidos, não quer dizer que os envolvidos não sofram. Esse sofrimento é bem sugestivo. Se a pessoa imediatamente sente terror e ojeriza diante da possibilidade de viver sem seu parceiro, então este é indispensável em sua vida, sinal de que ela deseja um relacionamento longo com ele. Se esse sentimento é recíproco, revela toda a profundidade e significância do amor vivido.

Eduardo Ruano

Escritor e revisor. Eu me considero uma pessoa racional, analítica, curiosa, imaginativa e ansiosa. Gosto de ler, ouvir música, assistir filmes e séries, beber e viajar com os amigos. Estudioso de filosofia, arte e psicologia. Odeio burocracias, formalismos e convenções. Amo pessoas excêntricas, autênticas e um pouco loucas, até certo ponto. Estou sempre buscando novas inspirações para transformar ideias em palavras.

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