Por Karin Cristina Guedes de Oliveira
A culpa está atrelada a maternidade e paternidade. Ela é descabida quando fundamentada em sentimentos irreais, porém pode ser bastante sinalizadora quando você não está se desenvolvendo bem em suas atividades parentais. Sua culpa pode não ter te levado a esses caminhos, mas reflita sobre os obstáculos que podemos encontrar na longa jornada de criar filhos.
Seja sempre instável e nunca cumpra com sua palavra, o resultado será surpreendente. Dar tarefas é o mesmo que oferecer a oportunidade da criança conquistar mais responsabilidades, caso ela não cumpra seu dever sofrerá uma consequência. O castigo por não realizar uma tarefa ensinará a regra básica da vida, afinal criança ou adulto ao descumprirmos o que nos cabe colhemos algo negativo. O castigo pode ser um período sem o brinquedo preferido, um tempo sem assistir o desenho predileto, o importante é combinar com antecedência e cumprir o combinado sempre. Se você prometeu um castigo, imponha o que prometeu.
Quer ser um péssimo pai ou uma péssima mãe é só deixar seu filho se criar sozinho. Sozinho ele não respeitará as regras, na verdade não haverá regras. Por mais que as crianças digam algo parecido como “eu só quero fazer o que gosto!” ou “parem de mandar em mim”. Toda criança necessita de limites, eles pedem isso o tempo todo. Quando se sentem soltas demais passam a testar os adultos até encontrar alguém que se importe com elas o suficiente para impor as regras que necessitam. Sim, elas entendem os limites como demonstração de afeto.
Impor regras, limitar, traçar uma linha a ser seguida é promover a segurança do indivíduo em formação. Essas limitações as tornará mais seguras, conhecendo e respeitando sem sofrimento as regras da família e da sociedade.
Isso não significa negar tudo o tempo todo. Por exemplo, em vez de negar um sorvete, você pode dizer que sim, mas somente após almoçar.
Um dos principais erros de pais e mães “durões” é manter os limites da primeira infância e não reajustá-los. Enquadrar os limites em cada fase do seu filho irá proporcionar maior autonomia e confiança em sua capacidade. Não estenda os limites por muito tempo, aquilo que ele ou ela não podiam fazer aos 5 anos, aos 10 pode ser que já consigam. E ao completarem 10 anos necessitarão de novas regras. Uma boa conversa sobre criar ou anular novas diretrizes pode ser bem produtiva e colaborativa.
Uma cena bem familiar a todos os pais é uma criança chorar ao ouvir um não, insistir, argumentar até o adulto ceder e fazer sua vontade. As crianças possuem um grande poder de negociação e usam seu conhecimento sobre as limitações dos pais para alcançarem o que querem. Sabem que seu pai não suporta uma manha ou que sua mãe morre de vergonha quando se joga no chão ao andarem pelo shopping. Sabe que ao se jogar ela vai ceder e comprar o carrinho. Mostre para sua prole que “não” é a resposta mais curta e “de jeito nenhum” é a resposta mais longa que terão para a negociação que o pequeno quer impor. Aconteça o que acontecer mostre que você não vai ceder, logo ele entenderá que “não” é “não” e pronto. Não ceder não significa mostrar quem manda, mas sim revela ao seu filho que você é constante, responsável e que conhece o melhor para ele. Isso aumentará a confiança dele em você.
Trabalho não é punição, é presente. Nada vem fácil na vida de ninguém. Para que alcancemos qualquer coisa precisamos pagar um preço. Faça seu filho entender isso logo cedo, caso contrário você se verá chateado por diversas vezes quando ele for adolescente e não conseguir cuidar dele próprio. Ensine-o a juntar seus brinquedos, limpar e organizar o que for possível, elabore tarefas compatíveis com sua faixa etária.
A intimidação pode parecer a solução quando o grito e choro se instalam na sua casa. Logo você grita, aponta o dedo e ele fica calado como se dissesse “eu te respeito papai e você é a autoridade aqui”. Mentira! Ele ficou quieto pois percebeu que você perdeu o controle de si e da situação. Ao perceber que irá “perder as estribeiras” tome essas atitudes e recupere seu autocontrole:
– Respire fundo
– Conte até 10
– Relaxe o corpo
– Coloque as mãos no bolso ou segure as mãos do seu filho.
– Concentre-se no problema, não na criança.
Outra dica importante é sempre estar no nível do seu filho e o encarar nos olhos, seja para corrigir, elogiar ou apenas conversar, preocupe-se em abaixar-se. A altura que os separa irá intimidar e não causar a aproximação necessária para resolver o problema.
Você é o melhor amigo do seu filho? Não queira ser. Ele precisa e deseja que você seja o pai ou a mãe. Estudos mostram que quando você for um professor, um líder, um fornecedor e um disciplinador, só então será um pai. Seu filho deve respeitar sua autoridade como pai primeiro. Então confiará em você mais do que em qualquer outro amigo. Muitos podem ser amigos dele, inclusive você, mas a figura paterna e materna ele só encontrará em vocês.
O abuso verbal pode retardar e afetar negativamente o desenvolvimento cerebral das crianças. Provocando angústia mental, depressão e baixa auto-estima.
Comparações negativas não estimulam as crianças, nem ninguém, a agir de maneira melhor. Pelo contrário só provoca desmotivação. Procure fazer o contrário: identifique as qualidades e os pontos positivos de seus filhos e mostre que você o aprecia. Ao querer desabafar ou tratar de alguma situação negativa que eles provocaram, não confie em conversas codificadas, criancas são inteligentes e logo entederão tudo o que você está dizendo.
Seja comprando tudo o que ele pede ou tudo o que você deseja comprar. Seja auxiliando em todo e qualquer projeto ou tarefa que ele precisa desenvolver. Caso você faça além da conta sempre, certamente estragará o seu filho. O que ele busca na verdade, não são os celulares ou brinquedos lançados ontem, nem ajuda em tudo o que for fazer. Ele deseja mesmo é mais presença, mais tempo gasto em não fazer nada.
Seu filho pede ajuda ou simplesmente lhe conta algo e você já começa “na minha época…”. O que quer na verdade é que você o escute mais. Ouça-o, sente-se com ele, peça para lhe dizer o que deseja alcançar, pergunte como deseja chegar a tal resultado, preste atenção no seu filho, seus sentimentos e emoções, saiba mais sobre os desafios e realizações diárias, pergunte como pretende colocar a solução em ação, e peça para filtrar as ideias levantadas para que alcance o objetivo.
Fazendo assim você estará oferencendo incentivo e eventualmente fazendo perguntas para colher mais informações. Se possível, pode sim perguntar se deseja saber sua opinião, mas esteja preparada para a negação e aceite-a. Muitas vezes a função dos pais é colocar as mãos no bolso, respirar fundo, confiar e deixar o filho viver as próprias experiências. Os filhos estão preparados para caminharem sozinhos, muitos pais não estão prontos para a constante maturidade que o filho conquista a cada dia.
Fonte indicada: Família
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