Por Lourival Antonio Cristofoletti
Tendemos a entender e a crer que sabemos fazer escolhas. Nem sempre nossas vontades são o que há de melhor para nós mesmos. Embora possa ser interessante a opção de quem resolve ficar em seu próprio mundo, talvez valha a pena ser reservar um espaço para reflexão sobre como nos comportamos no círculo de amizades e o que poderíamos fazer de diferente para entendermos melhor o outro e sermos mais bem compreendidos.
Assim, para quem desejar dedicar algum tempo para esse propósito, talvez seja o caso de dar uma pausa para analisar a viabilidade de promover alguns ajustes em seu jeito de ser e de se comunicar, podendo, quem sabe, ser possível:
- Compartilhar mais vezes seus conhecimentos, experiências, dons e habilidades, abrindo espaço para reflexões, incentivando o despertar de vocações, talentos, lideranças, tendo humildade para analisar os questionamentos e críticas, além de certa flexibilidade para se reposicionar.
- Sair da zona da neutralidade e fazer o que tiver ao seu alcance para esclarecer os mal-entendidos e trazer clareza à situação, quando se mostra desejável um posicionamento seu, pela sensibilidade que tem e pelo conhecimento do assunto e pelos seus vínculos com os envolvidos.
- Dosar o limite de insistência, em termos de tentativa de persuadir alguém, respeitando o estágio de evolução e as conveniências dele: “Você pode levar um cavalo às margens do rio, mas não consegue obrigá-lo a beber água”. Isto, porém, não o livra de procurar, com tato, esgotar as alternativas ao alcance.
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- Assimilar que não lhe cabe tripudiar, nem tirar proveito de quem está em desvantagem. Deixar uma saída honrosa para o vencido, permitindo que cada um se manifeste como sabe e quer: ajuda muito aceitar que o choro é livre e a reação alheia, dependendo da situação, merece ser vista apenas um problema alheio.
- Se entender que deve exercer controles, que o sejam de suas suscetibilidades e imposições: é uma bela maneira de ser melhor para si mesmo e de exercitar a humildade. Nem tudo o que dirigem à sua pessoa está revestido de ofensa, má intenção, inveja, entendendo que a comunicação é complexa demais para ser vista ao pé da letra.
- Não fazer agressões fortuitas, com rancor, ódio para, minutos depois, se arrepender do que disse ou fez. Controlar-se nos desentendimentos e manifestações radicais: de preferência, nas relações, nunca corte o que puder desatar.
- Ter mais vezes a inocência de crer com mais frequência nas boas intenções dos outros, principalmente os que estão mais próximos, que desfrutam da sua intimidade e gozam da sua confiança.
- Elogiar sempre que surgir uma boa oportunidade: quem sabe fazer isso e reconhecer o mérito do outro desenvolve controle de vaidades,reconhecendo o mérito do outro. Será enxergado com mais afeto e sua conduta poderá servir de inspiração. Terá suas críticas aceitas com mais naturalidade: quem sabe elogiar tem mais direito de criticar.
- Estender seu olhar para breves frases que parecem irrelevantes bordões e que podem encerrar oportunidades de interessantes repensares: “ser humilde, sem ser servil”; “ser simples, sem ser simplório”; “ser reflexivo, sem ser lacônico” ; “ser conciso, sem ser incompleto”.
- Cuidar para desenvolver mecanismos para aceitar com a possível naturalidade as discordâncias às suas opiniões e posturas. Cabe-lhe ponderar que até as suas sólidas convicções podem gerar questionamentos: ao permitir livremente essas manifestações terá oportunidades interessantes de reflexão e de aprimoramento.
E, finalmente, mas não menos importante:
- Voltar suas atenções para a gentileza e a generosidade quando fizer críticas, escolhendo as palavras adequadas e o melhor momento para fazê-las: é uma oportunidade para evitar comentários furtivos, maledicências, prejulgamentos que são preconceituosos. Nas coisas em que tem agido de maneira diferente e não tem gostado do resultado, há uma oportunidade de mudanças: poderá, quem sabe, sentir-se mais leve e um pouco mais bem resolvido: todos agradecerão.
LOURIVAL ANTONIO CRISTOFOLETTI
Paulista de Rio Claro e residente em Vitória/ES. É mestre em Administração pela UnB – Universidade de Brasília, Analista Organizacional e Consultor em Recursos Humanos. Atualmente atua como professor na Graduação e MBA na FAESA – Faculdades Integradas Espírito-Santenses; Instrutor na UFES – Universidade Federal do ES e na ESESP– Escola de Governo do ES.
Livro publicado: COMPORTAMENTO: INQUIETAÇÕES & PONDERAÇÕES
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