A imaturidade faz parte do percurso quando buscamos a maturidade. Dificilmente perceberemos algumas coisas fundamentais da vida sem que erremos antes.
Todos erram muito, mas a maturidade costuma estar associada com os tópicos listados abaixo.
Também é importante lembrar que nem sempre a maturidade está relacionada à idade. Nem todas as pessoas com mais idade são maduras, assim como existem pessoas muito jovens que são bastante amadurecidas.
Será que você já se reconhece em alguns deles?
A arrogância daquele que muito conhece de um tema costuma ser inversamente proporcional à ignorância que ele tem de si em relação às potencialidades do outro.
Antes de ajudar ao outro ou de doar-se em demasia por bondade, submissão, ou mesmo por amor, é necessária a atenção aos próprios valores e crenças pessoais. Ser excessivamente servil para com o outro pode implicar um aniquilamento de si. Encontrar os momentos para dizer “não” e “sim” são dos mais preciosos momentos da vida.
Sofremos por muito pouco, mas não temos o direito de diminuir o sofrimento de ninguém, uma vez que ele vem associado ao que a pessoa é capaz de vivenciar naquele momento – seja por fruto da pouca idade ou mesmo da imaturidade para lidar com o assunto ou sentimento associado à dor. Com o tempo, entretanto, aprendemos a dar mais valor e a direcionar mais energia ao que realmente merece maior atenção.
Quanto maior a autoestima, menos atenção a pessoa dá a julgamentos alheios.
Tendemos a comparar o nosso início de jornada ao final da caminhada do outro. Dificilmente herdeiros são capazes de manter um patrimônio construído por outra pessoa assim como teóricos não são bons na prática profissional antes de por ela também construírem sua história. Conhecer e praticar nunca serão pontos excludentes.
Quem fez mal para nós costuma também errar com outras pessoas e, muitas vezes, aquele que foi nosso algoz, com o tempo, cairá em uma cova cavada por si mesmo e que será resultado de sua falta de ética, civilidade e justiça.
Temos que escolher nossas lutas com muito cuidado para direcionar nossas energias de maneira correta e produtiva. Pode parecer um contrassenso, mas não vale a pena lutar por algo, se aquela luta trouxer mais males do que bens. Às vezes, é melhor calar para manter a paz. Às vezes, é melhor ter algum prejuízo do que entrar em uma disputa judicial. Às vezes, é mais seguro esperar do que colocar em risco a nossa integridade física. Nunca haverá a escolha absolutamente certa para isso e sim a escolha certa para cada um. E a maturidade nos ajuda muito com isso.
Ah, liçãozinha danada de difícil! É sempre mais fácil atribuir a culpa ao outro, a falta de dinheiro, a falta de sorte, a falta de oportunidades, aos pais que foram ausentes ou a opressores. Tudo isso explica muitas coisas, mas não justifica a permanência em um estado de inércia pessoal frente à continuidade da vida.
Mais uma vez, a maturidade passa pela humildade do reconhecimento de nossa pequenez frente ao todo. Ninguém é bom em tudo e a maturidade vale-se do reconhecimento e da gratidão àqueles que fazem o que nós nunca seremos capazes de fazer.
Dinheiro é bom. Dinheiro é bom demais. Dinheiro é realmente muito bom. Entretanto, dinheiro é um meio e nunca um fim em si. É bom ter dinheiro para cuidar da saúde, mas pouco ajuda ter dinheiro sem saúde. É bom ter dinheiro para sanar o básico, mas é ruim ter dinheiro, se o custo for a escravidão de não ter tempo para si, não ter tempo para ver os filhos crescerem.
Essa percepção é muito complexa para um jovem que nunca viu ninguém, além de, talvez seus avós bem mais velhos, morrer. Com o tempo, entretanto, vemos nossos tios, pais e amigos próximos deixarem esse mundo. Com o tempo, percebemos que um único suspiro separa a vida da morte, que somos só mais um nesse mundão. Percebemos que mesmo os maiores homens da história nasceram, viveram e morreram: os museus estão repletos deles. Aliás, em 100 anos, nesse mesmo local em que estamos, todas as pessoas serão diferentes e também únicas, mas não seremos nós.
“Pessoas éticas têm amigos, os outros só têm cúmplices”. Essa ideia vem sendo transmitida pelo filósofo Leandro Karnal. Já a realidade que ela traduz é de todos. Quem levaremos conosco nos maiores e melhores momentos de nossa vida? A maturidade responde.
Uma boa jornada para todos nós!
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