Cozinhar é uma alquimia. No fogão misturam-se ingredientes, sentimentos e sonhos. Cada pessoa cozinha de uma forma única. Cada um coloca na comida muito do que sente e é. Dizem que ao provarmos um prato, estamos provando também a essência daquele que o faz.
Cozinhar é amor, arte, entrega e anseio, tudo junto. Muitos dos filmes selecionados para essa lista falam do amor que há no ato de cozinhar. Personagens fortes, marcantes e sensíveis estão aqui listados para nos lembrar que a cozinha pode ser a porta de entrada para um mundo repleto de sabores e possibilidades.
Alguns dos filmes estão disponíveis na internet, outros na Netflix, mas todos são deliciosamente inspiradores.
Baseado em um romance de mesmo nome de Laura Esquivel, esse filme conta a história de Tita (Lumi Cavazos), uma jovem de uma família tradicional, que se apaixona por um camponês, Pedro (Marco Leonardi), em 1910, durante a Revolução Mexicana. Por questões ligadas à tradição familiar, Tita é impedida de casar-se com Pedro, contudo sua irmã o faz em seu lugar. Tita vive então sob o mesmo teto do homem que ama, mas seu espaço fica restrito à cozinha e aos cuidados com a mãe. Nacha, a cozinheira da família, ensina tudo que sabe à moça, e, estranhamente, todos que provam os pratos de Tita são tomados pelos sentimentos dela ao prepará-los. “Como água para chocolate” podia ser apenas uma história de amor, mas trata-se de um dos mais belos filmes do cinema latino-americano de todos os tempos.
Nesse filme, o diretor turco Tassos Boulmetis utiliza a culinária para falar de relações políticas entre gregos e turcos, na década de 50. Mas fala também da vida, de relações humanas e até mesmo de ligações cósmicas entre planetas e estrelas. O próprio protagonista lembra que a palavra astrônomo está na palavra gastrônomo. Desde o início, a direção demonstra que o tema central do filme é mesmo o céu e a comida. Resumidamente, o enredo gira em torno do turco Vasilis (Tassos Bandis), dono de uma loja de temperos, em Istambul, e patriarca de uma família, que transmite ao neto Fanis (Markos Osse) seu saber ancestral sobre os mistérios dos condimentos. Um filme belo, sensível, com visual apuradíssimo e música maravilhosa. Absurdamente emotivo e agradável, como uma boa comida tem que ser!
Jenna (Keri Russell) trabalha como garçonete de uma lanchonete pequena em uma cidade minúscula e sonha em juntar dinheiro para se separar de seu marido controlador. Mas a vida parece não sorrir para Jenna, pois quando ela decide deixar o marido, descobre que está grávida. Em grande desespero sua única saída é criar tortas inusitadas e saborosas. E Jenna sempre tem ótimas ideias para novas receitas. Da fossa mais profunda ao contentamento total ela cria maravilhas através da culinária. E as criações de Jenna estão sempre em perfeita sintonia com seus sentimentos. Aí está um dos charmes desse filme. Garçonete é um filme delicado, simpático, saboroso e autoral. Um belíssimo trabalho da diretora Adrienne Shelley.
“Sem Reservas” é um filme do diretor Scott Hicks. A obra é uma adaptação do longa-metragem europeu de 2001 “Simplesmente Martha”. Nele, Kate (Catherine Zeta-Jones), é uma problemática chef perfeccionista. Sua vida pessoal não tem nada dos maravilhosos sabores que ela costuma mostrar na cozinha de um restaurante em Manhattan. Sua natureza perfeccionista é colocada à prova quando o subchef Nick (Aaron Eckhart) é contratado. Ao mesmo tempo Kate precisa lidar com a súbita chegada de Zoe (Abigail Breslin), sua sobrinha de 9 anos. Para a realização do longa, os atores Aaron Eckhart e Catherine Zeta-Jones tiveram duas semanas de aulas de culinária com o chef Michael White.
Esse filme belíssimo é uma cinebiografia de duas mulheres fantásticas. Uma delas é a famosa cozinheira Julia Child (Meryl Streep) e a outra é uma funcionária pública frustrada com quase trinta anos, Julie Powell (Amy Adams). A vida dessas duas mulheres se entrelaçam através da culinária. Julie em um momento de desespero, buscando encontrar algum sentido na vida, resolve cozinhar, em um ano, as 524 receitas do livro de Julia Child “Mastering the Art of French Cooking”. O filme mostra acima de tudo a capacidade das protagonistas de superarem suas dificuldades e de ascenderem, mesmo diante da descrença de muitos. Um filme espetacular!
Nesse filme vemos a culinária como caminho para o autoconhecimento. Uma jovem se vê inicialmente sozinha (Abby – Brittany Murphy) em um país de cultura bastante diversa como o Japão. Ela pensa estar perdida depois de ter sido deixada pelo namorado, mas logo transforma a vida das pessoas – que acabaram de aparecer em sua vida – e também se vê transformada por elas. Tudo isso você já viu em vários filmes, mas verá de uma forma totalmente especial em “The Ramen Girl”. Brittany Murphy está fantástica nesse filme e o empenho de sua personagem em aprender a fazer o tradicional Ramen, nos mostra que bons ingredientes fazem um ótimo prato, mas que o sentimento ao prepará-los sempre será o ingrediente principal.
Impossível falar de mulheres fortes e maduras, sem se lembrar desse filme. Julia Roberts está espetacular interpretando a escritora norte-americana Elisabeth Gilbert que resolve se divorciar e largar tudo, seguindo para a Itália, Índia e Bali. Em sua última parada conhece um brasileiro que faz seu coração bater mais forte. O filme é uma biografia encantadora da escritora que descobre, na Itália, os prazeres proporcionados por uma ótima comida.
Na Dinamarca do século XIX, Filippa (Bodil Kjer) e Martine (Birgitte Federspiel) são filhas de um rigoroso pastor luterano. Após a morte do religioso surge no vilarejo, Babette, (Stéphane Audran), uma parisiense que se oferece para ser a cozinheira e faxineira da família. Muitos anos depois, ainda trabalhando na casa, ela recebe a notícia de que ganhou um grande prêmio na loteria e se oferece para preparar um jantar francês em comemoração ao centésimo aniversário do pastor. Os paroquianos, a princípio temerosos, acabam rendendo-se ao banquete de Babette. Um filme maravilhoso, com atuações sutis e autênticas.
Delicioso em todos os sentidos. Chef é uma comédia que conquista o público com sua divertida história sobre um talentoso chef que recomeça do zero após sair do emprego que tinha há vários anos. O sexto filme de Jon Favreau vale seu tempo e dinheiro por diversos motivos: protagonistas sinceros e carismáticos, culinária de primeira e um enredo cativante. Chef é imperdível, seja para crianças, adolescentes, adultos ou idosos. Se bobear, você vai querer montar o seu próprio food truck e sair por aí conquistando o paladar de muita gente.
Emma Recchi (Tilda Swinton) deixou a Rússia para se casar com Tancredi (Pippo Delbono). Com o passar dos anos ela se torna mãe de três filhos e se acostuma à vida repleta de luxo, mas com pouca paixão. Um dia, em meio a uma festa, ela conhece Antônio, um chef de cozinha amigo de seu filho. Antonio traz à tona as lembranças de Emma acerca da sua vida na Rússia e reaviva nela as memórias gastronômicas ligadas ao seu país de origem. Logo ela e Antonio iniciam uma paixão. “Um Sonho de Amor” trata, dentre outras coisas, da libertação feminina e da culinária como meio sinestésico capaz de conquistar e tocar corações adormecidos. Lindo!
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Foto de capa: Filme “A 100 passos de um sonho”.
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