13 características das pessoas resilientes

A resiliência é um fator psicológico, e trata da capacidade que as pessoas têm de adaptar-se à variação de circunstâncias, a fim de lidar com adversidades e superá-las.

De acordo com Garmezy (1984), a resiliência é a “resistência ao estresse ou invulnerabilidade frente a condições adversas”.

Embora seja um conceito válido, os termos “resiliência” e “invulnerabilidade” não são equivalentes. Segundo Zimmerman e Arunkumar (1994):

“Resiliência refere-se a uma habilidade de superar adversidades, o que não significa que o indivíduo saia ileso da crise, como implica o termo invulnerabilidade.”

Algumas pessoas confundem resiliência com resistência. Uma pessoa resistente é aquela que suporta constantemente situações de pressão, e uma pessoa resiliente não só faz isso, como também aprende com os desafios, usando sua flexibilidade para se adaptar e sua criatividade para encontrar soluções alternativas.

Pessoas resilientes conseguem transformar experiências negativas em aprendizado. Elas enxergam oportunidades de mudança em seus problemas, e acabam se beneficiando delas, mesmo se forem prejudicadas em algum outro aspecto.

A capacidade de resiliência é adquirida com a experiência. Não é algo que uns têm e outros não: há graus variados de como uma pessoa lida com a dor e o estresse. Dessa forma, é possível tanto aprender a ser resiliente quanto aumentar o grau de resiliência.

De diversas formas a ciência mostra que, quanto mais resiliente um indivíduo é, mais longe ele irá em sua vida pessoal e profissional.

Segundo Alex Anton, cientista de Harvard:

“Claramente, o indivíduo resiliente não é aquele que evita estresse de toda e qualquer forma, mas sim aquele que aprende como controlá-lo e transformá-lo em energia produtiva. A pessoa resiliente provavelmente entortará, mas não quebrará, quando confrontada com adversidade, traumas, tragédias e ameaças. Ela é, na maior parte do tempo, ativa e não passiva em relação ao que acontece a seu redor e em sua vida, sempre acreditando ser autora do seu presente e futuro, e não uma vítima do seu passado.”

Napoleon Hill, um escritor americano da área de recursos humanos, afirmou:

“Cada adversidade, cada fracasso, cada angústia traz consigo a semente de um benefício igual ou maior.”

Nas palavras do escritor escocês Robert Louis Stevenson:

“A vida não é uma questão de ter as boas cartas, mas sim de jogar bem com uma mão fraca.”

As 13 características das pessoas resilientes

Existem algumas características comuns e observáveis em pessoas com alto grau de resiliência. Por exemplo:

1. Elas conhecem os seus limites

Pessoas resilientes compreendem que há uma diferença entre quem elas são em essência e a causa de seu sofrimento temporário. O estresse desempenha um papel em sua história, mas não alcança sua identidade ao ponto de desvirtuá-las.

2. Elas procuram ter boas companhias

Pessoas resilientes tendem a procurar e cercar-se de outras pessoas resilientes, seja apenas por diversão, ou quando há uma necessidade de apoio. Essas pessoas sabem quando ouvir e oferecer incentivo, e, o que é mais importante, elas têm a noção de que não podem resolver todos os problemas com seus conselhos. Bons apoiadores acalmam-se uns aos outros, e agem perante adversidades sem admitir um sentimento de frustração.

3. Elas aceitam o sofrimento

A dor é dolorosa, o estresse é estressante, e a cura leva tempo. As pessoas resilientes entendem que dor e estresse são uma parte da vida que flui e reflui. Por mais difícil que seja no momento, é melhor entrar em acordo com a verdade da dor do que ignorá-la, reprimi-la ou negá-la. Ao invés de resistir ao que está acontecendo, mesmo se não for de sua preferência, pessoas resilientes aceitam condições inevitáveis e além de seu controle, e sabem que as coisas podem melhorar.

4. Elas são otimistas

Pessoas resilientes costumam olhar para as circunstâncias de uma forma mais positiva e otimista. Elas externalizam a culpa, e internalizam o sucesso. Geralmente, essas pessoas assumem a responsabilidade direta por aquilo que as compete.

5. Elas cultivam a autoconsciência

Pessoas que cultivam a autoconsciência sabem entrar em contato com suas necessidades psicológicas/fisiológicas, da mesma forma que sabem daquilo que não precisam. O autoconhecimento é fundamental para que se consiga captar os sinais enviados ao corpo pela mente. Por outro lado, uma teimosia orgulhosa sem autoconsciência pode nos tornar “geleiras emocionais”: sempre tentando ser fortes a fim de manter-se à tona, mas propensas a fraturas quando experimentam uma mudança inesperada em seu ambiente.

6. Elas estão dispostas a manter-se focadas e atentas

Nós somos mestres da distração: TV, celulares, comer em excesso, abuso de drogas, comportamentos de risco, fofocas, etc. Nós todos reagimos de formas diferentes às distrações, bem como ao estresse e trauma. Uns se “desligam”, e outros respondem diretamente. Em algum ponto no meio dessas duas abordagens está o foco e atenção plena: viver o momento em sua totalidade sem recorrer a quaisquer subterfúgios. Isso é extremamente difícil, ainda mais nos dias de hoje, e requer muita prática, mas é uma das formas mais antigas e puras de cura e construção de autorresiliência.

7. Elas não precisam ter todas as respostas

A psique tem seus próprios mecanismos de proteção internos que nos ajudam a regular o estresse. Quando tentamos encontrar todas as respostas para perguntas difíceis em face de eventos traumáticos, podemos nos distanciar dessas respostas que, porventura, surgem em seu devido tempo.

8. Elas consideram todas as possibilidades

Pessoas resilientes perguntam a si mesmas quais partes de sua história são permanentes e quais podem mudar. Essa situação pode ser encarada de uma forma diferente? Esse tipo de indagação ajuda a manter uma compreensão realista da situação atual que está sendo colorida pela interpretação atual. As nossas interpretações sobre a vida que levamos mudam na medida em que crescem e amadurecem. Sabendo que a interpretação de hoje pode mudar, isso nos dá fé e esperança de que as coisas são melhoráveis.

9. Elas são compassivas

Pessoas com alto grau de resiliência sabem que todos merecem amor, respeito e boa vontade, mesmo aqueles que não consideram a ética e lidam com as circunstâncias de uma maneira puramente egocêntrica. Julgamento e condenação não ajudam a nutrir autorresiliência.

10. Elas têm múltiplas identidades

Quando se tem o máximo de autoestima no trabalho, por exemplo, e se é demitido, o mundo pode virar de cabeça para baixo: perda da fonte de renda e, em parte, da identidade. Sabendo disso, pessoas resilientes têm um grande número de áreas a partir das quais obtêm o seu sentido de autoestima. Elas trabalham para ter mais amizades duradouras e conexões familiares fortes. São bem capazes de se recuperar, porque, mesmo se um aspecto fundamental de sua vida for embora – um emprego, um romance, um amigo –, elas ainda sentirão uma conexão a partir de outras áreas (e identidades).

11. Elas não são rígidas ao ponto do detrimento

A inflexibilidade é uma fraqueza, mas ser flexível demais também nos torna frágeis. É ótimo ter alguma rotina e estrutura, como necessário abdicar de certas obrigações e dar espaço para novas oportunidades, como as pessoas resilientes fazem. Do contrário, fica difícil obter êxito do acaso.

12. Elas perdoam

Quer se trate de perdoar a si mesmo por algum erro ou perdoar alguém por uma injustiça, ser capaz de deixar as mágoas para trás e seguir em frente é uma característica essencial das pessoas resilientes. Quando essas pessoas deixam de perder tempo ruminando sobre brigas, queixas e negativismos do passado, elas se lembram pelo que são gratas hoje, e agem com a consciência mais tranquila.

13. Elas têm um senso de propósito

As pessoas resilientes têm um senso de propósito que as ajuda a analisar uma situação e dar passos seguintes. Isso deriva de um conjunto de valores particulares de cada indivíduo, mas, em geral, quando sabem realmente o que é importante – família, fé, dinheiro, carreira, ou qualquer outra coisa –, as pessoas resilientes priorizam os aspectos de sua vida que necessitam de atenção imediata. Elas têm objetivos futuros bem definidos, e agem de forma significativa e contributiva para conquistá-los.


*Com informações do Psychology Today, Fast Company e Inc Magazine.

Eduardo Ruano

Escritor e revisor. Eu me considero uma pessoa racional, analítica, curiosa, imaginativa e ansiosa. Gosto de ler, ouvir música, assistir filmes e séries, beber e viajar com os amigos. Estudioso de filosofia, arte e psicologia. Odeio burocracias, formalismos e convenções. Amo pessoas excêntricas, autênticas e um pouco loucas, até certo ponto. Estou sempre buscando novas inspirações para transformar ideias em palavras.

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