A resiliência é um fator psicológico, e trata da capacidade que as pessoas têm de adaptar-se à variação de circunstâncias, a fim de lidar com adversidades e superá-las.
De acordo com Garmezy (1984), a resiliência é a “resistência ao estresse ou invulnerabilidade frente a condições adversas”.
Embora seja um conceito válido, os termos “resiliência” e “invulnerabilidade” não são equivalentes. Segundo Zimmerman e Arunkumar (1994):
“Resiliência refere-se a uma habilidade de superar adversidades, o que não significa que o indivíduo saia ileso da crise, como implica o termo invulnerabilidade.”
Algumas pessoas confundem resiliência com resistência. Uma pessoa resistente é aquela que suporta constantemente situações de pressão, e uma pessoa resiliente não só faz isso, como também aprende com os desafios, usando sua flexibilidade para se adaptar e sua criatividade para encontrar soluções alternativas.
Pessoas resilientes conseguem transformar experiências negativas em aprendizado. Elas enxergam oportunidades de mudança em seus problemas, e acabam se beneficiando delas, mesmo se forem prejudicadas em algum outro aspecto.
A capacidade de resiliência é adquirida com a experiência. Não é algo que uns têm e outros não: há graus variados de como uma pessoa lida com a dor e o estresse. Dessa forma, é possível tanto aprender a ser resiliente quanto aumentar o grau de resiliência.
De diversas formas a ciência mostra que, quanto mais resiliente um indivíduo é, mais longe ele irá em sua vida pessoal e profissional.
Segundo Alex Anton, cientista de Harvard:
“Claramente, o indivíduo resiliente não é aquele que evita estresse de toda e qualquer forma, mas sim aquele que aprende como controlá-lo e transformá-lo em energia produtiva. A pessoa resiliente provavelmente entortará, mas não quebrará, quando confrontada com adversidade, traumas, tragédias e ameaças. Ela é, na maior parte do tempo, ativa e não passiva em relação ao que acontece a seu redor e em sua vida, sempre acreditando ser autora do seu presente e futuro, e não uma vítima do seu passado.”
Napoleon Hill, um escritor americano da área de recursos humanos, afirmou:
“Cada adversidade, cada fracasso, cada angústia traz consigo a semente de um benefício igual ou maior.”
Nas palavras do escritor escocês Robert Louis Stevenson:
“A vida não é uma questão de ter as boas cartas, mas sim de jogar bem com uma mão fraca.”
Existem algumas características comuns e observáveis em pessoas com alto grau de resiliência. Por exemplo:
Pessoas resilientes compreendem que há uma diferença entre quem elas são em essência e a causa de seu sofrimento temporário. O estresse desempenha um papel em sua história, mas não alcança sua identidade ao ponto de desvirtuá-las.
Pessoas resilientes tendem a procurar e cercar-se de outras pessoas resilientes, seja apenas por diversão, ou quando há uma necessidade de apoio. Essas pessoas sabem quando ouvir e oferecer incentivo, e, o que é mais importante, elas têm a noção de que não podem resolver todos os problemas com seus conselhos. Bons apoiadores acalmam-se uns aos outros, e agem perante adversidades sem admitir um sentimento de frustração.
A dor é dolorosa, o estresse é estressante, e a cura leva tempo. As pessoas resilientes entendem que dor e estresse são uma parte da vida que flui e reflui. Por mais difícil que seja no momento, é melhor entrar em acordo com a verdade da dor do que ignorá-la, reprimi-la ou negá-la. Ao invés de resistir ao que está acontecendo, mesmo se não for de sua preferência, pessoas resilientes aceitam condições inevitáveis e além de seu controle, e sabem que as coisas podem melhorar.
Pessoas resilientes costumam olhar para as circunstâncias de uma forma mais positiva e otimista. Elas externalizam a culpa, e internalizam o sucesso. Geralmente, essas pessoas assumem a responsabilidade direta por aquilo que as compete.
Pessoas que cultivam a autoconsciência sabem entrar em contato com suas necessidades psicológicas/fisiológicas, da mesma forma que sabem daquilo que não precisam. O autoconhecimento é fundamental para que se consiga captar os sinais enviados ao corpo pela mente. Por outro lado, uma teimosia orgulhosa sem autoconsciência pode nos tornar “geleiras emocionais”: sempre tentando ser fortes a fim de manter-se à tona, mas propensas a fraturas quando experimentam uma mudança inesperada em seu ambiente.
Nós somos mestres da distração: TV, celulares, comer em excesso, abuso de drogas, comportamentos de risco, fofocas, etc. Nós todos reagimos de formas diferentes às distrações, bem como ao estresse e trauma. Uns se “desligam”, e outros respondem diretamente. Em algum ponto no meio dessas duas abordagens está o foco e atenção plena: viver o momento em sua totalidade sem recorrer a quaisquer subterfúgios. Isso é extremamente difícil, ainda mais nos dias de hoje, e requer muita prática, mas é uma das formas mais antigas e puras de cura e construção de autorresiliência.
A psique tem seus próprios mecanismos de proteção internos que nos ajudam a regular o estresse. Quando tentamos encontrar todas as respostas para perguntas difíceis em face de eventos traumáticos, podemos nos distanciar dessas respostas que, porventura, surgem em seu devido tempo.
Pessoas resilientes perguntam a si mesmas quais partes de sua história são permanentes e quais podem mudar. Essa situação pode ser encarada de uma forma diferente? Esse tipo de indagação ajuda a manter uma compreensão realista da situação atual que está sendo colorida pela interpretação atual. As nossas interpretações sobre a vida que levamos mudam na medida em que crescem e amadurecem. Sabendo que a interpretação de hoje pode mudar, isso nos dá fé e esperança de que as coisas são melhoráveis.
Pessoas com alto grau de resiliência sabem que todos merecem amor, respeito e boa vontade, mesmo aqueles que não consideram a ética e lidam com as circunstâncias de uma maneira puramente egocêntrica. Julgamento e condenação não ajudam a nutrir autorresiliência.
Quando se tem o máximo de autoestima no trabalho, por exemplo, e se é demitido, o mundo pode virar de cabeça para baixo: perda da fonte de renda e, em parte, da identidade. Sabendo disso, pessoas resilientes têm um grande número de áreas a partir das quais obtêm o seu sentido de autoestima. Elas trabalham para ter mais amizades duradouras e conexões familiares fortes. São bem capazes de se recuperar, porque, mesmo se um aspecto fundamental de sua vida for embora – um emprego, um romance, um amigo –, elas ainda sentirão uma conexão a partir de outras áreas (e identidades).
A inflexibilidade é uma fraqueza, mas ser flexível demais também nos torna frágeis. É ótimo ter alguma rotina e estrutura, como necessário abdicar de certas obrigações e dar espaço para novas oportunidades, como as pessoas resilientes fazem. Do contrário, fica difícil obter êxito do acaso.
Quer se trate de perdoar a si mesmo por algum erro ou perdoar alguém por uma injustiça, ser capaz de deixar as mágoas para trás e seguir em frente é uma característica essencial das pessoas resilientes. Quando essas pessoas deixam de perder tempo ruminando sobre brigas, queixas e negativismos do passado, elas se lembram pelo que são gratas hoje, e agem com a consciência mais tranquila.
As pessoas resilientes têm um senso de propósito que as ajuda a analisar uma situação e dar passos seguintes. Isso deriva de um conjunto de valores particulares de cada indivíduo, mas, em geral, quando sabem realmente o que é importante – família, fé, dinheiro, carreira, ou qualquer outra coisa –, as pessoas resilientes priorizam os aspectos de sua vida que necessitam de atenção imediata. Elas têm objetivos futuros bem definidos, e agem de forma significativa e contributiva para conquistá-los.
*Com informações do Psychology Today, Fast Company e Inc Magazine.
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