Categories: Elisângela Siqueira

13 dicas para os pais com crianças hospitalizadas:

Escrevo esse artigo ainda no hospital, 9 dias e 8 noites sem dormir ou comer adequadamente, e, possivelmente, os dizeres desse singelo artigo, não fiquem tão concatenados como eu gostaria, entretanto, tenho pressa em escrever e compartilhá-lo com outras mães e pais que possam necessitar dessas orientações.

Nesse tempo, li alguns textos e refleti muito sobre a situação de mães/pais que acompanham seus filhos nas internações. Se uma dor de barriga ou febre do filho causa angústia, acompanhar um filho durante uma internação hospitalar, é algo extremamente difícil para os pais.

As crianças captam facilmente as emoções dos seus pais, ou seja, a criança senti o quê os pais sentem, portanto, dentro do possível, faz-se importante que os pais mantenham-se calmos e confiantes em seu tratamento e recuperação.

Crianças emocionalmente saudáveis e com boa auto-estima conseguem se recuperar mais rapidamente, dessa forma, seguem algumas dicas para atravessar esse período de hospitalização:

  1. Explique para a criança onde vocês estão e o que é um hospital;
  2. Facilite a relação da criança com a equipe que cuidará dela nesse período, por exemplo, pode dizer que esses profissionais estão trabalhando para deixá-la melhor;
  3. Fale sobre os motivos que levaram à internação, ou seja, explique de forma simples e na linguagem da criança, a doença que apresenta nesse momento;
  4. Sobre os procedimentos: informe-se com a equipe que acompanha seu filho sobre como será o tratamento. Às vezes eles necessitarão coletar material para exames tais como: sangue, fezes, urina. Pergunte sobre as medicações e sobre como elas serão administradas, se por via oral ou endovenosa. Essas informações são importantes passar para a criança, mesmo para os bebês que já compreendem que algo não vai bem, pois se as crianças que não sabem como acontecerá o tratamento podem ficar ansiosas;
  5. Diante das medicações endovenosas, coleta de sangue e outros procedimentos mais invasivos, nunca diga que não vai doer, explique que vai doer um pouco, mas é necessário. A criança fica assustada diante de pessoas desconhecidas que precisam mexer em seu corpo para examinar e fazer procedimentos que, às vezes, são dolorosos, portanto, se você disser a verdade, ela não ficará tensa o tempo todo e isso facilitá aos profissionais a realização das avaliações físicas;
  6. Fale das suas emoções para seu filho, pois a mãe/pai são os espelhos da criança. Certamente ela não consegue compreender muitas das suas emoções nesse momento e ouvir como os pais se sentem, o ajudará a nomear e entender os seus sentimentos;
  7. Fortaleça o emocional do seu filho; pode dizer que confia nele e em sua recuperação e que passarão juntos por esse processo;
  8. Informe-se, caso seu filho tenha uma doença crônica, síndrome ou doença congênita, pois é importante saber sobre os seus sintomas, evolução e prognóstico, muitas vezes sabendo e reconhecendo os sinais iniciais da patologia, pode-se tratar antes do agravamento, evitando uma nova internação;
  9. Apóie-se:  há grupos muito interessantes no Facebook que são compostos por mães e pais que estão disponíveis para acolher e compartilhar as experiências que tiveram com a doença/síndrome, internações e tratamentos;
  10. Caso necessário, procure um psicólogo para conseguir se organizar mentalmente e, indiretamente, organizar as emoções do filho que está doente nesse momento;
  11. Pergunte para seu filho como está se sentindo, caso ainda não tenha muitos recursos com a linguagem, peça para desenhar a internação/doença e explicar o desenho, isso poderá ajudar a compreender a situação e organizar-se psicologicamente;
  12. Sobre a alta: diga quando vão sair da internação somente quando tiver certeza da data;
  13. Faça planos juntos para realizar depois da alta e cumpra-os, ensine o seu filho a valorizar a saúde e a celebrar a vida.

Agradeço à equipe da pediatria do hospital Santa Casa Anna Cintra em Amparo-SP que nos acolheu e encaminhou para o tratamento especializado que meu filho necessitava.

Esse texto, como gratidão, dedico á equipe da UTI pediátrica e ao setor de pediatria do Hospital Vera Cruz de Campinas – SP. Equipe que pude confiar que e que cuidou do meu filho com competência e profissionalismo. Enxerguei nos olhos de cada profissional o amor em exercer a profissão e cuidado que direcionam aos seus pequenos pacientes. Muito obrigada!

Elisangela Siqueira

Psicóloga com especialização em Psiquiatria e Psicologia da Infância e da Adolescência e em Psicoterapia Psicanalítica Breve. Mais de 10 anos de experiência. Atendimentos presenciais e online.

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Elisangela Siqueira

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