É certo que a felicidade não é algo estático e sim um conjunto de pequenos momentos e satisfações com relação a nossa realidade
O site Escola Psicologia apresentou como parte de uma de suas matérias, uma lista de 14 formas de pensar que podem influenciar diretamente em seu sentimento de felicidade.
Abaixo, transcrevo-os para vocês. Espero que seja útil!
1. VOCÊ FICA ANGUSTIADO ACERCA DO SEU FUTURO E ESQUECE O CAMINHO JÁ PERCORRIDO
Antecipar o futuro de forma angustiante é a receita para se sentir desanimado. Este mau hábito relacionado ao medo do desconhecido aumenta drasticamente as chances de desistir dos seus sonhos. Em vez de concentrar-se na sua perspectiva de futuro catastrófica, olhe para aquilo que já conseguiu e aprendeu para que possa organizar-se de maneira sustentável face aquilo que pretende melhorar ou atingir.
2. VOCÊ TEM MEDO DE CAMINHAR PELO SEUS PÉS, SUPORTANDO-SE EM DEMASIA NOS OUTROS
Esta é uma grande armadilha da qual você necessita ficar atento. Ainda que possa necessitar de algum tipo de suporte para algumas coisas ou em alguma fase da sua vida, não confunda isso com negação das suas capacidades para atingir o que pretende. É assim que as pessoas podem enraizar uma mentalidade de vítima, ou ficarem dependentes de terceiros, tendo de aceitar situações que não lhes servem, como por exemplo, permanecer num relacionamento abusivo. A verdade é que a maioria das pessoas tem o poder para se propor às coisas que pretende alcançar na vida. Mas para que se comprometa com essa ideia e passe a agir com essa crença, primeiro precisa perceber que pode estar privando-se da oportunidade de fazer isso acontecer.
3. VOCÊ ACHA QUE SÓ IRÁ SER FELIZ QUANDO ATINGIR UM DETERMINADO OBJETIVO
Quando focamos a nossa felicidade no futuro, em algo que queremos alcançar para sermos verdadeiramente felizes, podemos entrar num caminho tortuoso e inatingível. “Só vou ser feliz quando tiver o corpo perfeito.” Neste exemplo, a pessoa está a fazer uma afirmação absolutista ancorada a um objetivo específico, remetendo todas as outras áreas da sua vida para segundo plano. Coloca um filtro extremamente redutor, quer em termos temporais, quer em termos de outros objetivos alcançados ou prazeres experienciados. Nesse meio tempo, é usual a pessoa sentir-se miserável porque o seu corpo não cumpre os padrões pretendidos. Se este tipo de pensamento for sendo aplicado ao longo do tempo e generalizado a outros objetivos que a pessoa se proponha, a obsessão instala-se e a felicidade é afetada negativamente. Cuidado com este ciclo de pensamento a que podemos chamar de armadilha da felicidade. Mesmo que a pessoa atinja os seus objetivos, por exemplo, fique com o corpo em forma, ganhe mais dinheiro, rapidamente se propõe a outros objetivos e encontrará novos motivos para continuar infeliz e a sentir-se miserável.
Ainda que seja saudável e benéfico traçar objetivos e propor-nos a novos desafios que possam gerar bem-estar e contribuir para a nossa felicidade, é contraproducente colocar a totalidade da nossa satisfação de vida na obtenção de um determinado resultado.
4. VOCÊ VÊ A FELICIDADE COMO ALGO EXTERIOR AO INVÉS DE ALGO INTERIOR
Provavelmente, em comparação com os outros, você ache que ser feliz é ter melhor currículo, ganhar mais dinheiro, ou ter a esposa mais linda. No entanto, muitas das pessoas que não possuem isso também são felizes. Obviamente que as nossas conquistas, conforto e bens materiais podem contribuir para o nosso bem-estar e promover o nosso sentimento de felicidade, mas resumi-la a isso é destruí-la. Talvez o hábito tenha sido enraizado devido a uma sociedade extremamente competitiva, e o sentimento miserabilista imperar para aqueles que julgam não ter o que supostamente acham que deveriam ter. A felicidade é algo interno, na relação que estabelecemos conosco mesmos, com os outros, com o mundo em geral e no equilíbrio entre o que desejamos e aquilo que obtemos. É um sentimento, e você pode senti-lo a qualquer momento. Da próxima vez que você diga a si mesmo que primeiro precisa de algo para ser feliz: pense novamente. A afirmação que está fazendo é racional, razoável e saudável?
5. VOCÊ NÃO CUIDA DE SI MESMO
Certamente você tem consciência de um conjunto de atividades que deveria realizar para promover e manter a sua saúde. Sabe que deve exercitar-se mais, comer alimentos baixos em gordura, descansar, mas pode ter vindo a descuidar-se. Você sabe que deveria ser mais autodisciplinado. Como resultado, pode sentir-se culpado. Um bom estado de saúde é sem dúvida um enorme suporte para a felicidade. Sabemos disso principalmente quando sentimos um abalo na nossa saúde. Faça o que tiver ao seu alcance para não destruir a sua felicidade, cuidando de você mesmo. Livre-se da culpa que pode sentir por não ter vindo a ter alguns cuidados consigo e passe à ação.
6. VOCÊ DESEMPENHA O PAPEL DE VÍTIMA
Você não precisa queixar-se taxativamente para desempenhar o papel de vítima na sua vida. Digamos que você “não pode” fazer isto ou aquilo, ou acha que não consegue sem se propor a isso? Provavelmente está jogando o papel de vítima. Pode não ter plena consciência disso, ou ter benefícios subjacentes ao desempenhar esse papel. Por exemplo, se você está acima do peso e sente-se vítima devido a isso, pode secretamente sentir-se orgulhoso por ir contra as revistas que constantemente dispararam a ideia de que você deveria emagrecer. Ou, se você está sobrecarregado, pode começar a gabar-se para os outros acerca da quantidade de coisas que faz e tem à sua responsabilidade. Agora que ficou mais alerta para a possibilidade de estar desempenhando o papel de vítima, pergunte a si mesmo: “Quais as vantagens que recebo em estar na minha situação atual?” Seja honesto, e liste pelo menos sete. Você pode ficar surpreendido. Essas supostas vantagens podem estar a prendê-lo na sua vitimização.
7. VOCÊ FOCALIZA EM DEMASIA A SUA ATENÇÃO NOS ERROS E NO QUE É MAU
Aquilo em que focamos a nossa atenção expande-se. Se você desenvolveu um filtro demasiado estreito para tudo o que possa estar mal, para os erros e fracassos, para os seus e os dos outros, certamente está a ser alvo de estímulos negativos. Não quero passar a mensagem que não devemos prestar atenção para aquilo que não está bem na nossa vida, ou que não devemos analisar os erros que cometemos. Ter consciência do que acontece de negativo na nossa vida pode ser vantajoso. No entanto, não deveremos ficar presos apenas nos cenários negativos. O que importa fazer é analisar o que precisa de ser melhorado, reparado ou aprendido e depois orientar a atenção e recursos para a construção de uma solução. Ficar a ruminar nos erros ou nas coisas ruins, alimentar tudo isso e desenvolver uma crítica negativa destruidora, nada de bom trás à pessoa que desenvolve essa forma perniciosa de olhar a vida.
8. VOCÊ ACHA QUE AS OUTRAS PESSOAS NÃO GOSTAM DE VOCÊ
Acredito que algumas pessoas possam não gostar. Não podemos agradar a Gregos e Troianos. Mas acredito também que existem pessoas que gostam de você. Se a ideia de que os outros não gostam de você paira na sua mente, faça o exercício saudável de contestação. Faça uma lista das dez pessoas que tem a certeza que gostam de você. Se conseguiu completar a lista, não pode continuar a ter essa crença irrealista. Se eventualmente a ideia permanece, perceba o que pode ter vindo a fazer para que isso aconteça. Ainda assim, as pessoas que não o conhecem não podem ter razões para não gostar de você. Principalmente para as pessoas que conhece pela primeira vez, você tem a oportunidade de estabelecer uma relação sustentável e apreciativa. Se for o seu caso, esforce-se por isso.
9. VOCÊ RACIONALIZA O SEU MAU COMPORTAMENTO
Todos nós, sem exceção, temos momentos na nossa vida que se encaixam no que podemos chamar de mau comportamento. Podemos ser agressivos nas nossas palavras, ou recorrentemente sermos injustos com determinada pessoa, ou não prestar atenção com quem necessita da nossa ajuda. Mas se de forma crônica nos comportamos indevidamente e racionalizamos esse comportamento desajustado numa tentativa de proteção do ego, tornamo-nos cegos à melhoria comportamental. Ter maus comportamentos não faz necessariamente de nós más pessoas. Faz de nós uma pessoa que se comporta de forma desadequada, podendo prejudicar a nós mesmos e aos outros. Nesta linha comportamental não existe espaço para o florescimento pessoal, e com isso a felicidade é destruída. Se você percebe que vem apresentando alguns comportamentos ruins, é hora de refletir para mudar.
10. VOCÊ COLOCA A CULPA DE TUDO EM SI MESMO
Esta estratégia de colocarmo-nos no epicentro da culpa de tudo o que acontece de ruim em nossa vida não deixa de ser uma fuga. A pessoa assume que tem pouco valor, pouca habilidade ou poucos recursos e por isso é normal que seja a culpada das coisas “menos boas” que lhe acontecem ou que estão relacionadas com ela. Se é o seu caso, não se culpe a si mesmo por tudo e por nada, só para fugir à realidade e assim ficar no seu lado confortável. A culpa pode já ter-se tornado em algo confortável e que tem à mão para lidar com as situações incômodas. Tente separar-se da situação e, em seguida, analise melhor o que pode estar a acontecer e perceba se realmente é adequado culpabilizar-se ou se é mais benéfico perceber o que pode mudar nas suas ações ou na situação, para que numa próxima oportunidade possa fazer melhor.
11. VOCÊ É UM REALISTA FOCADO NO PASSADO
Você acha que ser realista irá torná-lo mais objetivo, mas será realmente um “realista” ou é um “realista focado no passado”? Pondere sobre o seguinte: Tudo o que experimentamos hoje é o resultado do que aconteceu ontem, na semana passada, no mês passado, etc. No entanto, podemos igualmente considerar que o futuro é o resultado do que fazemos hoje, mais os acontecimentos do passado. Se você se focar naquilo que pretende vir a realizar ou a melhorar, isso passa a orientar as suas ações no presente. Ou seja, caso o seu passado não tenha sido aquilo que mais desejava, ao invés de se condicionar apenas por aquilo que já aconteceu, pode optar por orientar a sua vida por aquilo que pretende que lhe aconteça. Pondere passar a orientar-se muito mais focado no futuro. O futuro que quer ver materializado. Acredito que a sua motivação irá alavancar e com isso caminhar mais esperançado no presente.
12. VOCÊ QUER MELHORIAS RÁPIDAS
Se você se encontra numa situação em que pretende aprender algo que é necessário para a sua vida, ou precisa mudar algum hábito, ou instituir uma nova rotina ou estilo de vida, e quer ver resultados imediatos das suas ações, certamente vai deparar-se com o fracasso. Se isto tem vindo a ser recorrente na sua vida, você está agindo com base no desespero e ansiedade. Na verdade, é como se necessitasse muito de algo, mas não está disposto a “pagar” a fatura com esforço da sua parte.
13. VOCÊ NÃO PRATICA A GRATIDÃO
Pense em algo na sua vida em que você se sente feliz por ter. Faça isso. Reconheça isso. Sinta-se afortunado e grato por ter isso na sua vida. Por vezes simplesmente ignoramos as coisas boas que temos na vida, damos isso como garantido. Acredito que praticar a gratidão e transformá-la num hábito é promotor de felicidade e equilíbrio emocional.
14. VOCÊ ESPERA QUE OS OUTROS SEJAM A SUA SALVAÇÃO
Você acha que não sabe o suficiente sobre X e precisa de alguém para ajudá-lo. Isso pode ser verdade, mas às vezes é apenas uma desculpa para não colocar as suas mãos na massa. Você, pouco a pouco vai deixando de responsabilizar-se pela sua melhoria de vida. Raramente é devido às pessoas serem preguiçosas que isto acontece. É principalmente porque se acham incompetentes, ou incapazes, ou eventualmente não querem sair da sua zona de conforto e propor-se a novas experiências.
Vamos refletir e colocar essas “super dicas” em prática? Boa sorte!
Autor: Miguel Lucas
Licenciado em Psicologia, exerce em clínica privada. É também preparador mental de atletas e equipas desportivas, treinador de atletismo e formador na área do rendimento desportivo.
Fonte indicada para texto na íntegra: Escola Psicologia