Saudações, pequeno gafanhoto! Cá estamos, em nossa primeira lista juntos. Afinal, quem não gosta de listas, né não?
De cara já aviso que não tem Spielberg, não tem Tarantino, nem Tarkovski (quem sabe na próxima). Também não tem sinopses relevantes, muito menos análises profundas, fundamentadas em correntes teóricas labirínticas.
O que compartilho aqui são alguns dos filmes que de alguma forma mexeram comigo e com os quais aprendi importantes lições: não mexer com velhinhos invocados, não fazer inimizade com uma baleia do tamanho de uma ilha e não puxar conversa com um bode preto foram algumas delas.
O negócio aqui é dar diretas e sem frescuras. Eu tô ligado que gosto é como o olho que nada vê: todo mundo tem o seu – a metáfora ficou bem esquisita, admito, mas é bem por aí mesmo. Então, antes de criticar o amiguinho, seja boa praça e bora trocar figurinhas e referências.
Tenho uma confissão a fazer: eu sou fissurado em qualquer coisa com tema náutico. Roupas, bebidas, tatuagens, mulheres com tatuagens náuticas e, claro, barcos. Por conta disso, filmes com temas marítimos precisavam estar nesta lista. Principalmente os que envolvem tretas.
No caso deste, a treta é pessoal. Um navio que caça o outro depois de quase ter ido a pique em um embate no Cabo Horn.
Primeiro filme de pirata que vi na vida e até me pergunto por que gosto dele. Mas basta começar a assistir e todas as perguntas chatas sobre produção, roteiro e bilheteria vão embora.
E por falar em filme de pirata, vamos ao melhor de todos eles. Nada de Piratas do Caribe. Roman Polanski zerou o cinema no estilo mandrião com esta obra. Reza a lenda que ele é o percursor do gênero de aventura que consagrou o bonitão Johnny Depp.
Ou seja, tá esperando o quê pra a pipoca e o rum? Corre, fi!
Steve Zissou é oceanógrafo e ele está puto. Uma estranha criatura marinha, conhecida apenas por ele, matou seu amigo e ele quer vingança e, se possível, salvar também sua carreira de cineasta. Se a tal criatura é real ou não, pouco importa. A grande sacada do filme é sua construção visual, já que é de Wes Anderson que estamos falando.
Cenas lindas, um maluco com o rosto todo tatuado, arpões, velas enormes, japonas, tempestade, um capitão vingativo e sanguinário, uma baleia enorme e furiosa. Tudo isso em um roteiro escrito por Ray Brandbury.
Não, não pode substituir pelos péssimos remakes. Assista e veja como é que se faz uma adaptação foda de um livro mais foda ainda.
Talvez você já tenha ouvido falar de muita gente que se decepcionou com este filme porque esperava ter um infarto de medo com algum demônio saltando da tela. Não, não tem mesmo. Você é consumido aos pouquinhos e quando menos espera, PAH!, já está envolto pela atmosfera densa que cerca os personagens.
Uma puta filme pra quem quer fugir dos clichês das grandes produções.
Uma fotógrafa invocada disposta a sacudir a sua, a minha, a nossa consciência sobre os problemas da guerra nos lugares mais inóspitos do planeta. Seria tudo lindo se sua obstinação não começasse a arruinar a relação dela com o marido e as filhas.
Até onde nossos ideais são prioridades? Um filme muito bem construído em cima de uma história tocante.
Não é só a literatura russa que é cheia de fatalismo, melancolia e profundidade. O cinema deles também é assim.
Um pai de família move céus e terras pra tentar evitar que um prefeito pilantra ponha abaixo o seu lar, a sua fortaleza, o seu castelo, o seu… ah, vocês já entenderam. Um relato triste de uma luta árdua, que mostra a importância da paciência e perseverança – virtude que anda um tanto em falta atualmente.
A aura mística e religiosa que envolvem os filmes de Malick, verdadeiro herdeiro do cinema de Tarkovski, atingem o ápice nessa obra-prima do cinema. Abordando a distinção entre Natureza e Graça, tema recorrente na filosofia medieval cristã, que passa por pensadores como Santo Agostinho e Blaise Pascal, “A Árvore da Vida”, com seus silêncios que preenchem quase todo o filme, sua estrutura poética e profundidade, é uma verdadeira obra de arte.
Depois de assistir a isto, você nunca mais verá de viagem espacial com os mesmos olhos. O final irá fazer valer a pena todas as caras de paisagem que você fizer durante as explicações científicas e equações matemáticas que mais parecem uma cópia de receita de bolo de fubá em escrita cuneiforme dos sumérios.
Pensa num velho ranzinza e cheio de manias. Pois é, poderia ser o meu ou o seu avô, se não fosse ele o grande, o descaralhante, o incomparável Clint Fucking Eastwood, que vai ensinar a um bando de pivete do seu bairro que nunca, em hipótese alguma, se deve mexer com um tiozão que tenha:
1. Armas
2. Um possante envenenado
3. Muito Sangue no zóio.
Esqueça tudo o que você sabe ou pensava saber sobre Bollywood. Chama o bróder, a mina, a mãe, o catioro e divirta-se com este verdadeiro blockbuster da Índia, com direito a tretas épicas entre exércitos enormes, chuvas de flechas e uma caralhada de efeitos especiais.
Mano do céu, como eu amava os filmes da Sessão Kickboxer da Bandeirantes. Era muito sangue, muito tiro, muita espada, às vezes até muita espada e tiro e muito asiático, sempre. Era o delírio das minhas tardes, quando eu podia sair por aí dando bica na bunda dos colegas, fingindo ser o Jet li.
Este filme do John Woo batia cartão lá. Violento? Muito, mas também conta uma história de redenção no melhor estilo faroeste da China.
Na boa, este é pra aplaudir de pé. Classiqueira da Sessão da Tarde que fazia todo mundo querer sair por aí em busca de passagens secretas. Enredo? Um caminhoneiro Badass Motherfucker que vai resgatar a namorada de um camarada que foi sequestrada por um mago bolado que se esconde em um bairro secreto e que tem como segurança pessoal ninguém menos que o Raiden do Mortal Kombat. Ufa.
Precisa dizer mais?
História de uma amizade que vai além de qualquer dificuldade. Nada de comiseração, o jeito que estes dois parceiros lidam com as dificuldades impostas por uma doença grave é simples e linda. Camaradagem sincera e comovente e sem os clichês habituais.
Robert Pattinson vive um jovem que degringolou na vida depois da morte do irmão mais velho. Daí, vira aquela coisa convencional de mocinho que conhece a mocinha pelo motivo errado (sempre uma aposta besta) e coisa e tal, mas o final pega de surpresa e faz a gente esquecer a sensação de já ter visto o filme antes.
Conclusão: surpresa e algumas gotas de suor nos olhos.
Fãs de Her, preparem-se! Este curta-metragem de Spike Jonze poderia ser um grande clichê nerd… mas não é.
Dois robôs apaixonados encarando situações que vão do inusitado ao triste num piscar de olhos. Se você ainda não viu e quer ver, graças ao santo YouTube, você pode assistir na íntegra.
Chorei como se estivesse passeando em um campo de cebolas. Crescemos junto com o Andy, acompanhamos, mesmo que um pouco distantes, o processo de amadurecimento que transformou o moleque em um universitário que precisa partir e deixar seus amigos de plástico.
Metáfora da vida de cada um de nós, do nosso crescimento e da importância de seguir adiante.
E assim chegamos ao fim, pessoal. Gostou? Nem tanto. Como eu falei ante, o lance é trocar figurinhas. Coloca aí a tua lista pra gente ver e bora ser feliz, minha gente!
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