Nada mais “tudo a ver” com a CONTI outra do que contar histórias. Antes que o mundo fosse presenteado com a TV e com a internet, ver um pai ou uma mãe com um livro aberto ou até dizendo de memória uma bonita história ao filho, era algo mais recorrente. Hoje, contudo, é mais fácil ver o pai ou a mãe ligar a TV ou o tablet, ou celular, para que o seu filho se distraia.
Nessa nova onda tecnológica, a família perde muito. Afrouxam-se os laços na medida em que os pais não mais compartilham, junto às narrativas de contos e lendas, e até mesmo de suas histórias pessoais, sua emoção, seu pensamento. Quem conta uma história não fala somente da história, fala de si enquanto a descreve. Além disso, ele sente a quem o ouve. Percebe seu sentir, sua dor, sua alegria. Sua angústia ou seu encanto.
Na contramão tecnológica, temos os Contadores de Histórias e hoje, 20 de março, o Brasil comemora o seu dia. Dois deles falaram à CONTI outra um pouquinho do seu dia-a-dia.
Falamos com Rita Nasser, de São Paulo. Ela escreve e conta histórias infantis e aqui nos conta como iniciou na atividade de contadora de histórias.
RITA NASSER: “Costumo dizer que todos somos contadores, em potencial. Na verdade, primeiro vem aquela que lê e escuta e depois a contadora.Na infância eu já contava histórias para o cachorro, os amigos, as bonecas…Ali também nascia a escritora, que aos nove anos começa a escrever em homenagem a Lobato.E, como muitos adolescentes, a poesia se instala nesta fase.Com a maternidade ressurge aquela que lê e conta para o filho e nesta época também renasce a escritora. Escutar, escrever, contar…Três faces de mim que discutem de vez em quando, mas…Sempre se entrelaçam, se respeitam…”
Conversamos também com PAULO FERNANDES, de Belo Horizonte.
“Na verdade eu não decidi contar histórias, foi um processo natural, aconteceu sem que eu sequer percebesse e foi se tornando algo essencial a minha vida.”
Para o Paulo, “É tudo mágico, o sorriso de uma criança, um adulto que se envolve e quando percebe já está dentro da história, a alegria dos ouvintes , as histórias que descubro, a possibilidade de resgatar a tradição oral e a escuta em um mundo cada vez mais ligado a tecnologia e com relações líquidas.”
E penso que deve haver muita magia mesmo, afinal foi também isso que noticiou Rita Nasser:
“É tudo mágico! Momento encantador em que entramos no conto e ele vive em nós. Digo “nós” porque contar é especial para quem ouve e quem conta. Tenho muitas passagens que estou registrando, aos poucos, nesses quase vinte anos contando. O melhor de tudo é que nunca saímos como entramos de um conto. Ele sempre nos modifica pra melhor.”
Perguntados sobre situações inusitadas, Rita nos diz:
“Há momentos lindos e inesquecíveis… Por exemplo uma vez eu estava contando uma história sobre um lobo que batia à porta. E? Bem na hora H bateram mesmo e as crianças gritaram : É ele!!! O Lobo. E quando a porta se abriu todos, aliviados, começaram a rir, eu também.”
O Paulo, por sua vez, fala-nos que, obviamente, há momentos mais e momentos menos mágicos. Mas, por suas palavras, acho que a magia predomina.
“Teve um fato inusitado que aconteceu em uma contação e foi a única vez que aconteceu. Uma criança jogou um sapato em mim e disse: cheira meu chulé. Mas há também fatos memoráveis e estes são muitos.
Destaco um fato que marcou, em uma sessão de histórias um bebezinho de 3 meses ficou durante uma hora com olhar atento e ouvidos ligados na história, ao final a mãe disse: Eu estou emocionada, minha filha está encantada com você e suas histórias.”
Fica o registro das nossas homenagens a esses Dom Quixotes contemporâneos, na esperança de que eles nos inspirem a contar sempre muitas e emocionadas histórias.
Saiba mais:
Canal no Youtube onde Paulo Fernandes faz indicações de leituras
Paulo Fernandes no Facebook
Rita Nasser no Facebook
Editorial CONTI outra.
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