Literatura é algo que se avalia muito subjetivamente. Contudo, listamos aqui 7 livros de autores africanos que, em nossa opinião, merecem o carinho da sua leitura.
Os livros mencionados são sugestões e não se enquadram necessariamente como os mais consagrados de cada autor.
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Idioma: PORTUGUÊS
Editora: COMPANHIA DAS LETRAS
Assunto: Literatura Internacional – Romances
Edição: 1
Ano: 2007
Um ônibus incendiado em uma estrada poeirenta serve de abrigo ao velho Tuahir e ao menino Muidinga, em fuga da guerra civil devastadora que grassa por toda parte em Moçambique. Depois de dez anos de guerra anticolonial (1965- 1975), o país do sudeste africano viu-se às voltas com um longo e sangrento conflito interno que se estendeu de 1976 a 1992. O veículo está cheio de corpos carbonizados. Mas há também um outro corpo à beira da estrada, junto a uma mala que abriga os ‘cadernos de Kindzu’, o longo diário do morto em questão. A partir daí, duas histórias são narradas paralelamente – a viagem de Tuahir e Muidinga e, em flashback, o percurso de Kindzu em busca dos naparamas, guerreiros tradicionais, abençoados pelos feiticeiros, que são, aos olhos do garoto, a única esperança contra os senhores da guerra.
Barroco tropical é um livro ambicioso, de grande fôlego e densidade. A ação se passa em Luanda no ano de 2020 e é narrada alternadamente pelo escritor Bartolomeu Falcato e pela cantora Kianda, sua amante. Os dois testemunham juntos um fato insólito, a queda de uma mulher – literalmente – do céu. A mulher em questão é uma modelo e ex-miss que frequentou a cama de políticos e empresários de expressão, o que a tornou uma figura incômoda para o establishment.
Numa narrativa que avança e recua livremente no tempo e que se desloca entre a África, a Europa e o Brasil, Agualusa traça um retrato vivo e pulsante da sociedade angolana atual, onde as tradições ancestrais convivem de modo nem sempre pacífico com uma modernidade mal assimilada. Essas contradições estão sintetizadas no prédio onde mora o escritor Falcato, a Termiteira, futurística torre de sessenta andares, o maior edifício do continente, que não terminou de ser construído e já está em ruínas, abrigando os ricos nos andares superiores e a ralé social e criminal no subsolo.
Mães de santo e curandeiros convivem nestas páginas com figurinistas de fama internacional, empresários da aviação, militares golpistas e traficantes de drogas e de armas.
Romance generoso e exuberante, cheio de personagens pitorescos, Barroco tropical reflete desde o título o que Agualusa identificou em seu país como “uma certa cultura do excesso, quer na maneira de as pessoas se divertirem, quer na maneira de demonstrarem o sentimento e a dor”.
O insólito está sempre presente, mas intimamente entrelaçado ao prosaico e ao cotidiano, pois, como declarou o autor, referindo-se a Angola, Portugal e Brasil, “nos nossos países a realidade tende a ser muito mais inverossímil do que a ficção”.
Autor: GORDIMER, NADINE
Tradutor: BRITTO, PAULO HENRIQUES
Idioma: PORTUGUÊS
Editora: COMPANHIA DAS LETRAS
Assunto: Literatura Internacional
Edição: 1
Ano: 2014
Este livro busca retratar a história de Manuel Cerveira Pereira, governador de Angola de 1615 a 1617, conduzindo o leitor a Angola dos séculos XVI e XVII, enquanto Portugal vivia sob domínio filipino. O livro aborda um período que, segundo o autor, é pouco conhecido da história de Angola, sobretudo a parte relativa à fundação da cidade de Benguel. Ele ressalta que a ideia desses promotores da fundação da cidade de Benguela, que conjecturavam a existência de cobre na região, tinha a ver com a criação de uma colônia que viesse ocupar todo o Sul de África. O autor disse que tal propósito acabou com o fracasso do conquistador português Manuel Cerveira Pereira, pois não conseguiu encontrar o cobre que sustentava a sua ideia de fundar a cidade de Benguela. De acordo com Pepetela, o conquistador português aproveitou, entretanto, o fato de ter encontrado escravos em Benguela e fez muito comércio para o Brasil, frisando que mais tarde houve a anexação de Benguela à Colônia de Angola. Pepetela também propõe uma discussão sobre as razões fundamentais da criação da cidade de Benguela, além da identidade nacional.
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