Por Maris V. Botari-Psicóloga Clínica
Imagem: bruniewska/shutterstock
Teoricamente, o amor é algo positivo, saudável que visa agregar qualidade de vida às pessoas, colaborando para o aumento do bem estar e da saúde física e mental.
É por meio deste sentimento que muitas coisas boas são construídas.
Infelizmente, em nome deste sentimento, muita destruição e tragédia ocorreram ao longo da história. Podemos citar como exemplo a Guerra de Tróia, que começou em função do fatídico amor de Paris pela bela Helena.
É necessário esclarecer, primeiramente o que se entende por amor doente (ou neurótico). Para Fromm (1973) O amor neurótico é caracterizado pelas “falsas concepções do amor” que levam os indivíduos a desenvolver comportamentos compulsivos e pensamentos obsessivos, bem como relações de dependência.
Este amor neurótico começa quando um indivíduo coloca “a vida nas mãos de alguém”, passando a se comportar em função do outro. Isto pode levar a um comprometimento da própria vida social, uma vez que em muitos casos, o indivíduo que “ama demais” tende a colocar a relação afetiva no centro de sua existência, como se nada mais existisse – lovecentrismo.
Para evitar esta armadilha é importante lembrar sempre que um relacionamento envolve mais de um indivíduo, com semelhanças e diferenças que devem ser respeitadas, portanto não é adequado deixar de viver de acordo com seus princípios para abraçar os princípios alheios. Isto não é amor, é dependência!
Esta dependência tem como desdobramentos: a ansiedade, o pensamento obsessivo e o ciúme patológico, que pode ser definido como manifestações desmedidas de controle sobre o outro.
É caracterizada por alguns pensamentos distorcidos e comportamentos obsessivos característicos:
Pensamentos:
Comportamentos:
Se você, ou alguém que você conhece vive este tipo de relação, é o momento de buscar ajuda psicológica, para aprender a amar com mais segurança, em busca de uma relação mais saudável, que possa ser vivenciada com mais alegria e segurança.
Referências
FROMM, Erich. A arte de amar. São Paulo. Martins Fontes. 1971
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