A mania de grandeza: fascinação por tudo o que é exagerado

Penso, que você deve conhecer alguma pessoa que tenha a certeza de que tudo o que ela diz, pensa e faz é o máximo? Possivelmente você está se relacionando com um megalomaníaco.

Vamos analisar esse perfil do ponto de vista sociopsicanalítico, que são os indivíduos que têm a fascinação por tudo o que é exagerado. Eles se caracterizam pela busca do orgulho e da glória neurótica, atitudes popularmente conhecidas como “mania de grandeza”.

Os megalomaníacos acreditam que são superiores aos outros, o que configura condições patológicas de uma autoestima desproporcional e alienação do “Self”. É por isso, que mentem sobre sua própria realidade e manipulam aqueles que estão ao seu redor.

Eles têm crenças patéticas, que podem afetar homens e mulheres, de todas as classes sociais. E, geralmente, são sujeitos oscilantes, indecisos e agressivos quando contrariados.

Aliás, os melomaníacos pensam que têm poderes sobrenaturais para “mudar o mundo”. Mas é inegável que são carismáticos e conseguem seduzir muitos adeptos, pois vendem a ideia que todos podem ter poder, riqueza e prestígio. Nos seus discursos é comum o palavreado grandioso: doutor, senhor, excelência, extraordinário, gigante, etc.

Apesar de mostrarem autoconfiança exagerada, mas são sujeitos carentes que não querem reconhecer que dentro deles moram os sentimentos de medo, de insegurança e falta de amor. Por conseguinte, manifestam uma falsa onipotência, para serem aceitos por todos.

Para a psicanálise, os melomaníacos têm um “grande ego”, como mecanismo de defesa psicológica. Segundo pesquisas psicobiográficas, personagens como: Alexandre Magno, Calígula, Napoleão, Hitler, Mussolini e Stalin tinham essa patologia. Eles necessitavam do culto às suas personalidades, para imporem seus governos totalitários.

Hoje, assistimos alguns empresários, que se dizem megainvestidores; militares, que se titulam heróis; políticos, que erguem obras faraônicas; religiosos, que garantem que são enviados por Deus; celebridades, que ostentam uma vida de luxo e as pessoas “normais”, que acham que podem ter e ser tudo isso. Essa mania de grandeza precisa de seguidores, como uma consequência do culto à personalidade.

Em todos os tempos, os melomaníacos sempre sentirem-se como uma elite, porque eles têm a convicção de que são indivíduos com capital, inteligência e qualidades especiais para “salvar a Pátria” e também por terem competências e habilidades para governar toda a sociedade.

Porém, existe tratamento para essa patologia, onde muitos querem esconder, que é o acompanhamento psicoterapêutico, espiritual e nos casos mais graves ajuda psiquiátrica. E, para tanto, nos disse Albert Einstein: “O valor do homem é determinado, em primeira linha, pelo grau e pelo sentido em que se libertou do seu ego”.

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Jackson César Buonocore Sociólogo e Psicanalista