No dia 20 de setembro de 2023, a Saraiva, outrora a maior livraria do Brasil, tomou uma decisão que abalou o cenário do comércio de livros no país. Encerrou suas atividades presenciais e demitiu todos os funcionários de suas lojas físicas, de acordo com informações do jornal O Globo.
A Saraiva, que já foi um nome de destaque no mercado livreiro, manteve apenas cinco unidades abertas, quatro em São Paulo e uma em Campo Grande (MS). Com o encerramento de todas as lojas físicas, a empresa agora focará exclusivamente em suas operações de e-commerce, uma decisão que reflete a tendência atual do mercado, onde lojas de menor porte e focadas em livros e papelaria têm se destacado.
A decisão de fechar as lojas físicas foi em grande parte motivada pela queda significativa no faturamento. Segundo informações do O Globo, no segundo trimestre de 2023, as lojas físicas da Saraiva registraram uma receita de apenas R$ 7,2 milhões, enquanto as vendas online totalizaram R$ 128 mil ao longo de três meses. Além disso, a empresa enfrenta problemas para pagar as verbas rescisórias dos funcionários demitidos, o que tem gerado críticas e queixas nas redes sociais por parte dos ex-colaboradores em busca de seus direitos trabalhistas.
Vale lembrar que a Saraiva está em processo de recuperação judicial desde 2018, quando revelou uma dívida colossal de R$ 675 milhões com mais de mil credores. Essa situação financeira delicada já sinalizava os desafios que a empresa enfrentava para se manter competitiva no mercado.
O caso da Saraiva reflete uma tendência mais ampla no mercado de livrarias no Brasil. Diferentemente do que a empresa fez, mantendo grandes lojas e investindo na venda de produtos eletrônicos, a tendência atual é de unidades menores, focadas principalmente em livros e papelaria. Essa estratégia permite reduzir custos operacionais e se adaptar às mudanças nas preferências dos consumidores.
A Livraria Cultura, que seguia um modelo semelhante com grandes lojas, também enfrentou dificuldades e chegou a decretar falência em fevereiro deste ano. No entanto, conseguiu suspender a decisão na Justiça e está em processo de recuperação judicial há quatro anos, mostrando como as livrarias tradicionais têm lutado para sobreviver em um mercado cada vez mais competitivo e digitalizado.
Com informações de UOL