‘Tio Paulo’ vivia em garagem sem piso; empréstimo seria usado na reforma do espaço

Paulo Roberto Braga, o idoso de 68 anos que foi levado, morto, por uma mulher para obter um empréstimo em uma agência bancária do Rio de Janeiro, no último dia 16, passava o dia em uma garagem na casa da suposta sobrinha, como informou a última edição do Fantástico, da TV gLOBO.

O quarto improvisado onde Paulo Roberto vivia não tinha piso. As paredes não era rebocado, e o local contava apenas com poucos móveis, como uma cama, um vaso solto e uma mesa de plástico.

De acordo com a família, Paulo Roberto dormia em um quarto no andar de cima, mas, nos últimos dias da sua vida, passou a ficar na garagem para não precisar subir a escada. Nesse quarto tinha uma cama e um armário.

O empréstimo, no valor de R$ 17 mil, tinha como finalidade custear a reforma do quarto de Paulo. Um documento apresentado pela família mostra que o dinheiro foi solicitado em nome do idoso no dia 25 de março e seria descontado mensalmente do benefício que ele recebia.

Lucas Nunes dos Santos, filho de Erika de Souza Vieira Nunes, defende a mãe. “Minha mãe criou seis filhos, nunca precisou roubar, enganar ninguém para criar os seis filhos dela. Nossa vida é muito bem encaminhada, e a nossa mãe sempre foi nossa maior inspiração”.

A família de apresentou laudos médicos em que Erika é atestada com depressão e como dependente de medicamentos. Dois especialistas orientaram a internação da mulher.

Uma tia de Erika e do idoso conta que ele não deixou herdeiros. “A Erika, por não ter vínculo empregatício, ela é quem mais protegia ele. ‘Tio, já almoçou? Quer alguma coisa?’. Era isso”.

O corpo de Paulo Roberto Braga foi enterrado no fim da manhã de sábado (20) no cemitério de Campo Grande, no Rio.

A Perícia irá determinar quando Paulo faleceu. A polícia está aguardando o resultado de exames complementares, visto que o laudo de necropsia não determinou se ele faleceu antes de chegar ao banco ou no local. Paulo morreu com falência cardíaca por doença isquêmica prévia. Antes, teve “pneumonia não especificada” dependente de oxigênio e ficou internado de 8 a 15 de abril na UPA de Bangu.

Investigação vai verificar se idoso morreu por ter sido submetido a esforço físico quando deveria estar repousando, segundo a Justiça. “Conforme informações, o idoso havia recebido alta de internação por pneumonia na véspera, com descrição de ‘estado caquético’ no laudo de necropsia”, diz decisão da Justiça que converteu a prisão em flagrante para preventiva em audiência de custódia na quinta-feira (18).

A defesa de Erika pede revogação da prisão preventiva. “Ela [Erika] atende os requisitos legais para responder o processo em liberdade. Não há chance de possível cometimento de crime caso ela seja solta”, disse a advogada Ana Carla de Souza.







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