Obra-prima do cinema com direação de Martin Scorsese acaba de chegar às Netflix

Dirigido por Martin Scorsese e lançado em 1976, Taxi Driver é um marco do cinema norte-americano, reconhecido por sua profundidade psicológica e a complexidade de seu protagonista, Travis Bickle, interpretado magistralmente por Robert De Niro. A obra é um retrato sombrio e perturbador da solidão, alienação e violência na Nova York dos anos 70, marcada por decadência urbana e desespero social.

Travis Bickle é um veterano da Guerra do Vietnã que sofre de insônia e decide trabalhar como taxista noturno, navegando pelas ruas cheias de sujeira literal e metafórica. Ao longo do filme, sua visão do mundo se deteriora, alimentada por uma mistura de paranoia, frustração e desejo de purificar uma sociedade que ele considera corrupta. Essa degradação culmina em uma explosão de violência que é tanto um clímax inevitável quanto uma resposta desesperada ao seu isolamento.

Scorsese utiliza a cidade como um personagem em si, capturando a atmosfera opressiva através da cinematografia de Michael Chapman e da trilha sonora melancólica de Bernard Herrmann. As ruas são um labirinto de neon e sombras, refletindo o estado mental fragmentado de Travis. A câmera frequentemente adota perspectivas que enfatizam a desconexão entre o protagonista e o mundo ao seu redor, como os ângulos distorcidos e os closes prolongados.

O filme também aborda questões profundas, como a masculinidade tóxica, o impacto da guerra nos soldados e a falha do sistema em reintegrar esses indivíduos à sociedade. De Niro oferece uma performance visceral, capturando as nuances do personagem — do carisma instável ao colapso inevitável. Sua famosa frase “You talking to me?” encapsula o paradoxo de Travis: um homem desesperado por conexão, mas incapaz de estabelecê-la.

Jodie Foster, como Iris, uma jovem explorada pela prostituição, traz um contraponto de vulnerabilidade e esperança, enquanto Cybill Shepherd, como Betsy, representa o desejo de Travis por um ideal inatingível.

Taxi Driver não oferece respostas fáceis, deixando o espectador refletir sobre a moralidade e as intenções por trás das ações de seu protagonista. É um estudo de personagem inquietante, mas também um comentário poderoso sobre as condições sociais que podem moldar comportamentos extremos. A ambiguidade do final — um suposto retorno à normalidade ou uma continuação do ciclo de violência? — mantém a narrativa viva na mente de quem assiste, décadas após sua estreia.

Em resumo, Taxi Driver é uma obra-prima atemporal, uma imersão na psique humana e um dos filmes mais influentes e discutidos da história do cinema.







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