Lançada discretamente na Netflix, a minissérie “Traição” (Treason, 2022) é um thriller de espionagem britânico que merece mais atenção do que recebeu. Criada por Matt Charman (roteirista de Ponte dos Espiões), a produção combina intrigas políticas, reviravoltas e um ritmo acelerado que prende o espectador do início ao fim.
A trama acompanha Adam Lawrence (Charlie Cox, o Demolidor da Marvel), um agente do MI6 que, após um atentado contra seu chefe, é inesperadamente promovido ao cargo de diretor da agência. No entanto, seu passado volta a assombrá-lo quando Kara (Olga Kurylenko), uma espiã russa com quem teve uma relação ambígua no passado, reaparece com informações comprometedoras. O jogo de lealdades e traições se intensifica, colocando não apenas sua carreira, mas também sua família em risco.
Com apenas cinco episódios, Traição se destaca pelo ritmo ágil e pela ausência de enrolação. A série equilibra bem cenas de ação e tensão psicológica, criando uma atmosfera de conspiração envolvente. Charlie Cox entrega uma performance sólida, trazendo nuances ao protagonista, que oscila entre a determinação e a vulnerabilidade. Kurylenko, por sua vez, adiciona um charme misterioso ao papel de espiã, enquanto Oona Chaplin, no papel da esposa de Adam, complementa o elenco com uma atuação convincente.
Apesar de algumas reviravoltas previsíveis e do fato de não reinventar o gênero, Traição é um entretenimento eficiente para quem gosta de histórias de espionagem com uma dose de drama familiar. Sem a grandiosidade de produções como Slow Horses ou O Agente Noturno, a minissérie funciona como um thriller compacto e bem executado, que pode ser maratonado em uma única noite. Se você procura algo curto, intenso e estrelado por um dos rostos mais carismáticos da Marvel, esta pode ser uma ótima escolha.