Você já percebeu como especialistas de uma mesma área de atuação podem ter opiniões completamente diferentes?
– Um dia você ouve maravilhas sobre um determinado alimento, no outro ele se tornará o grande vilão da alimentação;
– Um médico faz um diagnóstico, o outro diz que você não tem nada;
E assim por diante…
Será que esses profissionais são meros incompetentes?
Os tópicos abaixo foram extraídos do site administradores e mostram de uma maneira muito inteligente como podemos “encarar” as contradições.
Muitas vezes, o que muda são apenas as perspectivas com que uma pessoa aborda as questões de sua vida.
Os “10 conselhos” reproduzidos abaixo, são a prova de que o que parece “errado”, pode fazer todo sentido.
1- Paul Graham: Não pense grande
“Empiricamente, o caminho para realizar grandes coisas parece ser começar com as pequenas”
O conselho de Paul Graham me surpreendeu no início, mas faz bastante sentido. Nenhuma grandeza é alcançada sem muitos pequenos passos para se chegar lá, e é quase uma certeza que esses pequenos passos podem mudar sua direção em algum momento.
“Empiricamente, não são apenas os outros que precisam começar de baixo. Você também, para o seu próprio bem”
Graham aponta que grandes empresas como o Facebook e a Apple tiveram um começo humilde. É difícil argumentar com essa lógica.
“Eu acho que a maneira de usar essas grandes ideias não é tentando identificar um ponto específico no futuro e então se perguntar como seguir a partir dali, como na imagem popular do visionário.
Você se sairá melhor se fizer como Colombo e apenas seguir na direção oeste. Não tente fazer do seu futuro uma construção, porque o seu projeto atual provavelmente contém erros. Comece com algo que você sabe que funcionará. Daí, quando resolver expandir, expanda em direção oeste”
2- Leo Babauta: Não defina objetivos
“Esses dias eu vivo sem objetivos, na maior parte. É absolutamente libertador e, ao contrário do que você foi ensinado, não significa que você parou de alcançar as coisas. Significa que você parou de se limitar por metas”
O estabelecimento de metas é uma prática difícil de se discutir, especialmente com aqueles que se focam demais em produtividade. Está enraizado em nós. Leo aconselha que nós paremos de estabelecer metas para vivermos sem a frustração e arrependimento de perseguir objetivos e nunca atingi-los.
“Se você vive sem objetivos, você vai explorar um novo território. Você aprenderá coisas inesperadas. Você vai terminar em lugares surpreendentes. Essa é a beleza dessa filosofia, mas é uma transição difícil”
Pode soar como um caminho para “não fazer nada”, mas Leo diz que ainda se sente produtivo, mesmo sem objetivos.
“O que você faz, então? Deita no sofá o dia todo, dorme e assiste televisão? Não, você simplesmente faz. Você encontra algo apaixonante e faz. Não é por que você não tem objetivos que você não vai fazer nada – você pode criar, produzir, seguir sua paixão”
3- Dave Goldberg: Saia do escritório às 17h30
O CEO da SurveyMonkey mostra que é possível sair do escritório às 17h30 e ainda assim construir um negócio de um bilhão de dólares.
Goldberg deixa o trabalho às 17:30 todos os dias para se dedicar à família. Após colocar os filhos para dormir, ele volta ao trabalho pelo computador. É um exemplo de como a empresa pode construir e manter sua força de trabalho. Um CEO que passa um tempo com a família todo dia demonstra aos outros funcionários que têm família que eles podem ir para casa jantar e ter uma vida fora do escritório.
Goldberg percebeu como é importante ter uma cultura na companhia que balanceia a vida e o trabalho. Ele quer contratar e manter os bons funcionários.
No início de seu trabalho, ele colocou a cultura em ação, recrutando a atual vice-presidente sênior de Produtos e Engenharia, Selina Tobaccowala, quando ela estava grávida de quatro meses. Fazer da SurveyMonkey um lugar onde é possível ter uma vida familiar tornou Goldberg um recrutador disputado no mercado.
4-Elon Musk: Busque o feedback negativo
Ele experimentou uma mídia negativa no passado, mas ele diz que pode ser bastante útil: sempre busque o feedback negativo, mesmo que ele seja mentalmente doloroso. Seu conselho é que as pessoas prestem atenção ao feedback negativo e construtivo, mesmo que você prefira ignorá-lo.
De fato, Musk defende que as pessoas peçam feedback negativo dos outros:
“Não me diga o que você gostou, me diga o que você não gostou”.
Dharmesh Shah concorda com Musk, dizendo que você deve buscar um feedback negativo para testar sua ideia e vontade de seguir:
“Procure o maior número de críticas do seu plano que você conseguir. É natural que um empreendedor se apaixone por seu projeto e peça apoio a amigos e colegas. Afinal, quem quer ter uma ideia esmagada por pessimistas? Mas esses são os tipos que você deve buscar. Faça com que eles retalhem o seu plano do começo ao fim. Se você concorda com eles ou tiver dúvidas, essa é a hora de revê-lo. Mas se você conseguir defender com convicção, repetitivamente, então seu projeto pode dar certo.”
5-Jeff Bezos: Mude de ideia, bastante
Quando Jeff Bezos visitou os 37 escritórios do Signals, ele dividiu esse conselho contraditório com Jason Fried:
“As pessoas que estão certas, na maioria das vezes, são aquelas que mudam de ideia com mais frequência. Ele não considera o pensamento consistente uma característica particularmente positiva. É saudável – e incentivado – ter uma ideia amanhã que seja contraditória à sua ideia de hoje.”
Isto é uma surpresa para mim, mas eu fiquei feliz em ouvir! Muitas vezes insistir no plano original é um sinal de dedicação e perseverança, mas Bezos mostra como é importante se abrir para novas ideias. Segundo ele, as pessoas mais inteligentes são aquelas que estão sempre revisando seu conhecimento, reconsiderando um problema que eles achavam que já estava resolvido. Eles estão abertos a novos pontos de vista, novas informações, novas ideias, contradições e desafios no modo de pensar.
Isso não significa que você não deve ter um ponto de vista bem formado, mas significa que você deve considerar sua opinião temporária.
6- Tim Ferriss: Não “vá com tudo” nos negócios
Se você já sentiu vontade de começar seu próprio negócio como um projeto paralelo, você vai amar esse conselho. Eu me senti aliviada ao ler o conselho de Tim Ferris para manter uma renda segura enquanto estiver construindo um negócio:
“Tudo pode ser feito com um emprego integral e eu não incentivo que as pessoas cortem todas as amarras e percam uma renda fixa para se focar em um negócio. Você não tem que dar esse salto”
Daniel Blumenthal, do TripAdvisor, concorda com Tim, e diz que embora aprender com o trabalho dos outros antes de fundar sua própria companhia não seja a abordagem mais popular, ainda é a melhor.
“Trabalhe em uma grande companhia para aprender como escalar. Trabalhe em uma startup para ver como funciona o jogo. Pague as dívidas estudantis. Pelo amor de Deus, termine os estudos. Então, arrisque-se”
7- Nate Kontny: Permaneça no escritório
Você provavelmente ouviu falar como é importante que os empreendedores “saiam do escritório” quando estiverem começando uma companhia. O objetivo é conversar com os consumidores, descobrir como resolver seus problemas e construir um produto que eles realmente desejam.
Nate Kontny tem, porém, uma ideia bem diferente sobre como construir um bom produto:
“Se você quiser criar algo que realmente faça a diferença no universo, você precisa conhecer o problema com profundidade. Construir algo para outras pessoas é difícil. Inovações como o swiffer (uma espécie de rodo com uma bolsa d’água acoplada) exigiram da Procter and Gamble (P&G) um longo período de pesquisas, para as quais eles contratam uma equipe de etnógrafos para estudar os consumidores. Você realmente acredita que é possível entender como os negócios de outra pessoa funcionam durante um café? Eu não”
Nate diz que observar seus próprios hábitos e problemas é a melhor maneira de começar. Está a procura de inspiração? Veja a fatura do seu cartão de crédito. Cada item representa algum trabalho ou problema tão importante que fez com que você gastasse seu dinheiro. Essa é uma ótima lista de tarefas que você tem na vida. Analise todos as etapas envolvidas. Qual você poderia tornar mais simples?
8- Reid Hoffman: Tenha vergonha da sua primeira versão
O fundador do LinkedIn, Reid Hoffman, luta contra o perfeccionismo e a ideia de que o lançamento do seu produto deve ser uma “versão final”.
“Essa ideia enfatiza o tempo. Entrar e sair do mercado, aprender e se mover são mais importantes que a satisfação de ego. Que dizer ‘Oh, eu quero fazer tudo escondido e depois baixar as cortinas, para as pessoas verem como eu sou um gênio, por que esse produto é tão maravilho’. Essa estratégia raramente funciona. A estratégia vencedora é aquela que diz “Eu estou me mexendo. Estou do lado de fora e me adaptando rapidamente”
Hoffman diz que nós devemos nos focar em reduzir o tempo para a obtenção de feedback dos usuários para que possamos começar a interagir com o verdadeiro usuário:
“…A chave para diminuir o tempo e se lançar no mercado eu aprendi com o SocialNet e PayPal. Em vez de esperar pelo produto perfeito, você realmente deve lançar um produto que seja apenas viável, o produto mais simples, e então você interage para pode desenvolver”
9- Chris Guillebeau: Ofereça a garantia mais forte que você puder
O viajante (literalmente – ele já visitou praticamente todos os países no mundo) não aconselha brincar de seguro quando se trata de garantias para os consumidores.
“Ofereça a melhor, mais forte, garantia possível e pare de se preocupar. As pessoas vão confiar mais em seu negócio”
Isso pode soar uma loucura para um negócio pequeno e novo, principalmente quando você ainda está inseguro sobre quanto tempo sobreviverá ou se crescerá, mas Chris acredita que oferecer aos clientes garantias fortes vale a pena.
“Algumas pessoas perguntam: com uma garantia tão generosa, qual a taxa de restituição que você terá que fazer? Resposta: menos de 1%. Mas as pessoas não tiram vantagens de você? Resposta: a maioria das pessoas é honesta. Então, por que se preocupar com as desonestas? A vida é muito curta.”
10- Richard Branson: Siga a sua intuição
Ele tem certeza de que a intuição é o melhor indicativo de que uma ideia que vale a pena:
“Eu nunca converso com contadores antes de iniciar um negócio. É pura intuição…”
Não é convencional defender a mistura entre emoções e negócios, mas eu adoro a maneira com que Branson faz isso:
“Alimente suas emoções no trabalho. Seus instintos e emoções estão aí para ajudar. Eles existem para facilitar as coisas. Na minha opinião, negócios fazem parte da intuição, e se um dia deixar de ser assim, eu desistiria amanhã”
Branson tem a certeza de que diversão é importante nos negócios, e que criar coisas com que ele se importa é mais importante do que investir em algo que os contadores acreditam ser viável.
Como todos os conselhos para startups, contraintuitivos ou não, muitas dessas dicas parecem erradas para você e sua empresa. Ou talvez sejam tudo que você precisava ouvir. Às vezes é fácil ser pego imaginando o que “deveria” estar fazendo e esquecemos que existem outros que foram pela contramão e que funcionou para eles.
Fonte indicada: Administradores