– Conta outra vez? Quem nunca ouviu essa frase de uma criança que acabou de ouvir um conto!

Por Marcela Alice Bianco

– Conta outra vez! – Quero assistir de novo! – De novo! Essas frases são típicas de crianças pequenas que pedem para repetir incessantemente uma estória com as quais estão envolvidas.

Não importa se são contos de fadas antigos ou um longa-metragem de animação moderno. A questão é que, a criança se envolve intensamente com eles, os encena, aprende a cantar a música, repete, fica verdadeiramente vidrada na tela. Se sente a verdadeira Branca de Neve, a Elza de Frozen, o Max Stell e tantos outros personagens que tem encantado a criançada.

Mas, você sabe porque essas estórias precisam ser vistas e revistas pelas crianças?

Contar histórias é um costume antigo, fazendo parte do folclore e da cultura dos povos de todas as regiões do mundo. O ser humano sempre mostrou a necessidade de construir e fabular mitos e contos de fadas, dando vida ao imaginário coletivo e a questões condizentes a aspectos comuns da vida cotidiana e do psiquismo das pessoas.

Para Jakob e Wilhelm Grimm (1812),

“Os contos infantis, com suas luzes puras e suaves, fazem nascer e crescer os primeiros pensamentos, os primeiros impulsos do coração. São também contos do lar, porque neles a gente pode apreciar a poesia simples e enriquecer-se com sua verdade. E também porque eles duram no lar como herança que se transmite.”

As estórias falam de amor, amizade, inveja, ciúmes, força, medo, coragem, abandono, fraternidade, família e tantos outros temas humanos. E por isso, elas ajudam os pequenos a estruturarem suas vidas emocionais.

Suas narrativas falam dos desafios da vida! Por meio delas e de seus simbolismos, as crianças são capazes de compreender e elaborar o universo ao seu redor. Enquanto lutam com seus medos e monstros internos, elas se inspiram em personagens que se salvam de lobos, bruxas, feitiços e situações aterrorizantes.

Nas resoluções mágicas e cheias de fantasias, que dão aos contos um desfecho positivo, a criança pode perceber que os problemas e conflitos existem, mas podem ser enfrentados e solucionados, com criatividade.

Além disso, o uso das estórias pode ser uma atividade divertida em si mesma, servindo de recurso lúdico e meio de obtenção de prazer, tão necessários na infância. Elas funcionam como instrumentos de educação e promoção de saúde mental.

Por isso, você pode perceber que a cada fase da vida, a criança se atem a um conto, animação ou desenho específico e depois de superado o desafio dessa etapa ela passa a se interessar por um outro… e outro… e assim por diante!

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Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta Junguiana formada pela UFSCar. Especialista em Psicoterapia de Abordagem Junguiana associada à Técnicas de Trabalho Corporal pelo Sedes Sapientiae e em Gerontologia pelo HSPE. CRP: 06/77338