Em vários momentos, nossa sociedade caminha em direção ao egoísmo mental. Isto é, aquele que algo possui, seja intelectualmente, seja como propriedade, guarda para ele, não quer passar adiante. O que é um sinal de tolice. Afinal de contas, uma das regras fundamentais na história da humanidade foi a cooperação. Nós estruturamos, nos últimos 400 anos, uma sociedade com uma ideologia extremamente competitiva. Não que a competitividade não deva ter o seu lugar, mas ela não pode se sobrepor à colaboração como a principal maneira de sobrevivência da humanidade.
A colaboração, a capacidade de cooperar, de atuar junto, sempre foi decisiva na trajetória da espécie humana para que nós pudéssemos sobreviver, ainda mais uma espécie como a nossa, que é fraca do ponto de vista físico. Nós não corremos tanto, não ficamos tantos dias sem comer, temos que beber água com frequência, não temos um corpo que nos proteja das interpérires. Ou nós cooperávamos na nossa trajetória evolutiva ou não teríamos conseguido chegar aonde chegamos.
Portanto, a cooperação é a maneira mais direta da nossa força de vivência e a generosidade mental é aquela que nos traz para um campo muito positivo no quem quem sabe reparte, quem não sabe procura.
Mario Sérgio Cortella no livro Pensar bem nos faz bem-vol2
Imagem de capa: altanaka/shutterstock