Percebo cada vez mais que muitas pessoas não se apropriam de si próprias. Elas não se mesclam com suas histórias e experiências pela vida. Quando digo apropriar-se de si e de suas experiências, quero dizer: aceitar, trazer para o coração e encontrar o aprendizado.
Tudo, absolutamente tudo e todos são aprendizados. Podemos aprender com um bebê, com um surdo-mudo, com qualquer pessoa. Assim como as coisas que vivemos a cada dia, toda experiência, boa ou ruim, é um convite a aprender e a”usá-la” a nosso favor.
A meu ver aprendemos tanto “com a sorte” quanto “com o azar”.
Quando incorporamos o que vivemos, deixamos de nos vitimizar (Ah que solidão! Ah! pobre de mim, estou doente. Ah! estou dura! Ah me separei! Ah estou desempregado! Ah tenho depressão!) e aceitamos a tal condição do momento… aí sim encontramos uma forma de lidar bem conosco e nossas vidas.
Internizar é apropriar-se, externizar é se render ao papel de vítima, é dar força ao que você não pode alterar. Você só pode mudar o que está dentro de você e como lida com tudo isso aí.
Em tudo no universo há a dualidade. Algo só é inteiro quando reconhecemos seus dois lados. Pense no símbolo do yin e yang. Mesmo no yin há o yang e vice-versa. Para transformarmos algo, seja lá o que for, é necessário aceitá-lo em sua totalidade.
Gosto de pensar em pessoas. Não mudamos os outros, porém quando os aceitamos totalmente como são, mudamos a forma com a qual nos relacionamos.
Para abrir a mente e enxergar além das circunstâncias, gosto da frase do autor Paulo Coelho que diz: “Não existe nada de completamente errado no mundo, mesmo um relógio parado, consegue estar certo duas vezes ao dia”. Apropriar-se de si é se apropriar da sua vida, de seus próprios aprendizados e assim, encontrar o ritmo dos seus passos nas batidas do seu coração.