Cresça e apareça

Cresça e apareça. É o que diz o ditado.

O pintinho cresce, quebra o ovo e aparece na casca. A lagarta cresce, rompe o casulo e aparece como uma borboleta dourada. O bebê cresce, sai do ventre e abre os olhos para o mundo.

Eis a lei natural da vida.

Mas nós, claro, teimamos em ignorar prontamente essa lei e em alguns casos tentamos subvertê-la.

Muitas vezes nos negamos a amadurecer (ou simplesmente não conseguimos!), porém, mesmo assim, queremos o sucesso – aparecer, em alguma instância, é ter sucesso, uma vez que o sucesso tem a ver com expansão.

Não existe chave para o sucesso, mas uma coisa é fato: quem perde tempo tentando não se afogar na opinião alheia e amargando o que ainda não conseguiu alcançar no lugar de remar em direção ao que sonha, não cresce.

Ao contrário. Definha, perde energia, se volta para o próprio umbigo, mergulha no limbo da inveja, da autopiedade e da autopunição.

E quem não cresce, não aparece.

Quantas vezes não vemos pessoas aparentemente medíocres ganhando destaque na área em que trabalhamos e ficamos sem entender?

Sorte? Talvez, não. Talvez a pessoa não tenha tanto talento, todavia seja madura. Madura a ponto de não ficar lamentando o que passou ou que ainda não chegou. A ponto de ter foco, concentração, disciplina, coragem, autoconfiança, amor-próprio e atitude. A ponto de não se colocar num pedestal de sal que desmorona quando o primeiro vento da rejeição sopra.

Pare para observar: alguém escuta o que uma criança birrenta diz quando ela está esperneando? Não! Apenas a colocamos de castigo. Mas quando ela cresce um pouquinho e aprende a negociar, escutamos, não é assim que funciona?

Nem tudo é tão complicado quanto parece. Em alguns casos, basta observar (e seguir) a lei natural das coisas e/ou alguns ditados populares – afinal eles não seriam populares se não tivessem um fundo verdade.

Portanto, antes de bater o pezinho porque não “chegou lá”  – como se existisse um lugar chamado lá, né? –  pare de fazer birra. Não adianta fazer birra. É preciso crescer, primeiro, bebê! Só assim a nossa voz será ouvida e, quem sabe, nossos desejos atendidos.

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(imagem: google)







Mônica Montone é formada em Psicologia pela PUC-RJ e escritora. Autora dos livros Mulher de minutos, Sexo, champanhe e tchau e A louca do castelo.