A vida é muito curta para estarmos rodeados de pessoas que não acrescentam. Confundimos os likes e as felicidades instantâneas como se fossem provas reais de afeto, quando na verdade elas estão ali por meros instantes. De passagem, ainda teremos muitos rostos para conhecer, tomar uma cerveja e construir conversas. Mas nem todos ficam. Nem todos merecem a nossa dedicação, respeito e carinho. Porque alguns apertos simplesmente não se encaixam e precisamos seguir em frente.
As relações estão mais líquidas e, com elas, precisamos saber analisar quais valem a pena e quais serão merecedoras de nossa atenção. Amizades verdeiras duram sem a necessidade de cobrança. Os julgamentos não são trapaceiros sob a justificativa de sinceridade. E amizade honesta, escuta. Cuida, mas sem opressão. Ela torce, comemora e cai junto com você. Nos amores, o carinho é liberdade. Não há posses entre corações e muito menos discursos egoístas para ver quem vai lançar ao final da discussão um “eu tô certo”. No círculo familiar, laços sanguíneos não serão sustentados a fim de serem muletas emocionais. Família de verdade não encontra inveja ou dissipa disputas e pensamentos levianos. Já no trabalho ou em qualquer outro ambiente profissional, a seriedade e o compromisso permanecem sólidos. Mesmo se deparados com situações que exigem mais da individualidade do que da coletividade.
Mas sabemos que vivemos em tempos difíceis. Reconhecemos que, a partir das muitas expectativas, criamos janelas grandes para decepções. Nem sempre o outro age conforme esperamos, mas está longe de ser utopia querer afastar-se dessa gente sem graça e sem coração.
É bonito ser tolerável e compreensivo em relação às diferenças. Mas é tão válido quanto observar a beleza de ser quem você é e de respeitar o seu próprio viver. Na vida não cabem pessoas mais ou menos. Ou elas acrescentam e somam, ou, sumam. Sem lamentações, mas agradecimentos. Ser seletivo sobre quem nos faz bem não é crime. É direito intransferível.