Somos ímpares e amamos de forma singular. Há quem defina amor como tempestade, outros como calmaria. Há quem prefira viver com ciclones no estômago, enfrentar turbilhões de sentimentos e perder o controle das situações, enquanto outros preferem a tranquilidade de um amor seguro. E tudo bem! Na verdade, a teoria e forma de amar pouco importam, o que realmente, faz diferença é saber diferenciar um amor que te proporciona paz de um amor que te tira ela.
Amar virou um objetivo de vida. O medo da rejeição, da solidão e de encarar a própria companhia faz com que pessoas incríveis aceitem “qualquer forma de amar”, tornando-se escravos de um sentimento que deveria ser libertador. Gustave Le Bom, psicólogo e sociólogo francês, dizia que “o homem que não sabe dominar os seus instintos, é sempre escravo daqueles que se propõem satisfazê-los”.
Romantismo à parte, as pessoas precisam entender que essa teoria de que nossas emoções são incontroláveis e dominam nossa mente é tão ridícula quanto fraca. Se pensarmos na situação que gerou a emoção, somos capazes de controlar até a dor (e isso não é brincadeira). Resumindo: as emoções dão sentido a nossa vida, mas o controle sobre elas nos dá equilíbrio.
Quando somos capazes de entender nossas emoções e utilizá-las de forma sadia, somos capazes de discernir entre relacionamentos bons de relacionamentos doentios e, isso, já é uma grande coisa.
Saber identificar a maldade alheia, não se envolver com quem não está disposto a amar e dominar os próprios sentimentos são atitudes de quem reconhece o próprio valor e, sabe que, poucas coisas, valem a sua paz.
Você pode se sentir carente, mas isso não te dá o direito de implorar a presença de alguém. Você pode amar muito, mas não pode obrigar o outro a sentir o mesmo. Respeito, limites e bom senso são desenvolvidos no silêncio da alma e não na gritaria do corpo.
Amor é paz. Indiferente da teoria que deram ou da falta de ar que ele traga. Enquanto você for controlado pelas emoções, sua vida será uma montanha russa e seus relacionamentos estarão fadados ao fracasso, já que conviver com pessoas desequilibradas e inconstantes é insuportável.
Ser sensível é diferente de ser carente. Ser impulsivo é diferente de ser corajoso. Falar o que pensa é diferente de ser sincero. Lembre-se que ou você domina os próprios sentimentos ou alguém fará isso por você.
Imagem de capa: MillaF/shutterstock