Chega um certo momento na vida em que precisamos encarar os fatos: nem todas as pessoas que passam pelas nossas vidas merecem as saudades que sentimos.
Pontos finais existem, eles não são mitos. Vez ou outra alguém irá deixar de fazer parte do nosso convívio, dos nossos planos. E a gente precisa saber diferenciar essas partidas e na forma como lidamos com elas. Sentir saudades de quem esteve a maior parte dos nossos sentimentos ausente, sem mostrar sinal algum de proximidade e interesse, não combina.
Certamente, se você chacoalhar os seus relacionamentos na memória, encontrará alguns vazios, algumas cicatrizes de saudades que já sentiu e que não foram correspondidas ou sequer notadas. Vieram sofrimentos, culpas e pedidos que você nem sabe de onde surgiram, mas que na época faziam todo o sentido para os apertos vividos.
Infelizmente, o suficiente nem sempre é o justo quando se trata do coração. É ruim sentir saudades na solidão, nas mensagens nunca enviadas, nas noites em claro – assistindo qualquer coisa só para não reviver a dor, e também durante o dia quando, absolutamente do nada, alguém ou algum lugar descobre o fio da saudade que você tentava esconder.
É por isso que, com o passar dos anos, com o passar das decepções e dos adeuses, as saudades que sentimos são mais valorizadas. Nem todos os que cruzam o nosso caminho merecem saudades. Alguns, na pior das carências, merecem apenas uns cinco segundos guardados.