Como posso dizer uma frase dessas? Se a felicidade estivesse dentro de cada um, já teríamos visto e ninguém seria infeliz, certo?
Bem, a não ser que essa tal felicidade estivesse bem escondida e por uma ignorância nossa, ao invés de olharmos para ela, a projetássemos para fora: para uma pessoa ou objeto. A principio é mais fácil e simples isso, a gente só precisa conquistar pessoas e coisas, ganhar, acumular, buscar o novo, comprar, etc. Assim, estamos ordenados com a nossa sociedade, não?
Não que não seja gostoso “ter” alguém, comprar algo que precisamos, ganhar presentes; não é isso. Mas quanto tempo vai durar essa felicidade ao ter que conviver com essa pessoa, ao usar o que compramos e ao nos acostumar com o presente? Muito pouco, né? Aí o que fazermos… buscamos algo novo… e isso não termina, termina?
Até onde vai parar essa busca? O que mais você vai ter que fazer para “merecer” essa felicidade?
Uma hora temos que pisar no freio dessas conquistas por instantes de felicidade e busca-la na fonte. Existe uma fonte de felicidade dentro da gente e cismamos em buscá-la de balde vazio no mundo, no outro, nas coisas…
Mas agora vem a pergunta que deve estar na sua mente: “Como encontrá-la? “
Resposta: Se descascando!
Isso mesmo. Feito uma cebola, você vai ter que se livrar de camadas suas que te impedem de saborear essa felicidade. É preciso tomar a estrada do autoconhecimento e segui-la com perseverança e sem atalhos.
Existe uma pessoa, ou melhor, um personagem em você que crê fielmente que deve buscar a felicidade a todo custo e a nega dentro de si. Então tem uma camada de ignorância, de “egão”, de individualidade, de fazedor, de autossuficiente, de vítima, de dona ou dono da verdade, entre outras que deve ser descascada com o tempo.
Então precisa de tempo para ser feliz?
Resposta: Certamente, não.
Você pode saborear a felicidade que é você agora, seja por uma contemplação, meditação, ouvindo uma palavra, relaxando, rezando/orando, etc. Se você já experimentou isso, então sabe o que estou falando; senão, convido a fazer qualquer uma dessas praticas que escrevi que te indicarão a felicidade. Sim, indicarão, mais uma vez, elas não são a felicidade. Elas trazem o que muitas vezes é esquecido: você.
Entretanto, o “sentimento” vai também ter um tempo. Geralmente, enquanto a prática durar.
Para uma felicidade “livre”, é necessário antes buscar a sua liberdade, a liberdade de tudo que te aprisiona, de tudo que não é você (a história de novo da cebola).
Vamos num próximo texto falar sobre virtudes a serem potencializadas e práticas que podem nos ajudar nesse caminho?
Grande abraço, Virgilio.
@virgilioescritor
Photo by Alex Alvarez on Unsplash
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