Esses dias atrás fui com alguns amigos visitar a exposição “Tarsila Popular”, que estava acontecendo no MASP (Museu de Arte de São Paulo) e logo quando viramos a esquina do museu, nos deparamos com uma fila gigantesca… A reação mais provável de quando vemos esse tipo de cena seria bem negativa, afinal teríamos que ficar horas ali de pé, esperando para adentrar o mundo de Tarsila.
Mas o que ocorreu, na verdade, foi uma reação super positiva! Aquelas centenas de pessoas estavam lá, de pé, dispostas a ficar esperando para ver arte! Essa cena linda despertou um pouquinho de esperança e me fez relembrar que a arte ainda está presente na vida das pessoas e que a cultura é de extrema importância para o funcionamento da sociedade.
Não podemos negar que Tarsila do Amaral deixou sua marca no povo brasileiro e que grande parte da população ao menos já viu uma de suas obras… não é a toa o nome da exposição ter sido “Tarsila Popular”. Eu mesma me lembro do gigante pé do “Abaporu” nas minhas antigas apostilas de História e Arte e naquele dia da exposição, lutei para conseguir chegar perto dessa notável obra, sempre desviando das selfies da galera.
A exposição em si foi uma explosão de cultura e de conforto. As obras de Tarsila vagam entre a crítica social (com “Operários” e “Segunda classe”) e o aconchego da vida caipira brasileira (sendo o que mais me chamou atenção “Pastoral”), além dos famosos autoretratos e retratos de importantes figuras como Oswald de Andrade.
Espero que depois desse sucesso, mais pessoas se interessem pelas exposições de arte que ocorrem frequentemente em São Paulo e em outras cidades também. Como tudo na vida é um processo… quanto mais sucesso esses eventos fizerem, mais pessoas se interessarão e, consequentemente, a população abrirá mais espaço na vida cotidiana para a liberdade de expressão e outras formas artísticas. O legal é a arte fisgar o público! É o que sempre digo: arte importante é arte popular.
Por Ana Carolina Conti Cenciani
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