Transcrição do recado final de Atila Iamarino (Doutor em Microbiologia pela USP)
“Em abril devemos ter o colapso do sistema de saúde. Então, por favor, não fique contando com curas ou qualquer ritual para não pegar o coronavírus. Não conte com vacina, cura ou remédio…
A nossa vida mudou. A sua vida mudou. Você tem mais uma semana ou duas, no máximo, de normalidade na sua cidade. Se você está em São Paulo, você tem menos tempo do que isso.
Daqui para frente, não podemos mais sair na rua, não podemos mais circular. Temos de evitar o contato físico com as outras pessoas. Porque o coronavírus passa pelo ar e ele passa muito bem. E, quando você tem o número de casos tão grande, é só o isolamento e a distância física que impede esse vírus de ser transmitido.
Daqui para frente, saiba disso: temos mitigação [com a previsão de mais de um milhão de mortes no Brasil] e supressão [com a previsão de milhares de mortes]. O caminho que o mundo está vendo como o único possível para evitar um grande número de mortos é testar o máximo de pessoas e supressão: não sair de casa, não circular. É só acompanhar o número de casos da Espanha ou, se você não estiver em São Paulo, é só acompanhar o número de casos em São Paulo.
Ainda estamos em tempo de enfrentar isso. Tivemos meses para estudar o que aconteceu em outros países. Ainda podemos agir. E já aprendemos, nesse momento, que a melhor ação que podemos tomar é o isolamento e distanciamento. O melhor que podemos fazer é não sair de casa. Se a sua cidade ainda não tem esse número de casos, você tem alguns dias, no máximo um mês para isso chegar até aí. Se você está em um grande centro ou em São Paulo, essa realidade já chegou para você.
Eu estou aqui. A gente vai passar junto por isso. A gente tem de se apoiar. Isolamento envolve muito preparo e saúde mental para poder atravessar tudo o que vai acontecer. A gente vai ter que enfrentar familiares, parentes, amigos, avós, avôs, pai, mãe… sendo internados ou morrendo. A gente tem de estar preparado e disposto a enfrentar isso. E ficar em casa! E fazer o possível para atravessar o que vem pela frente.
Entenda isso como um recado, como um carinho pela vida, que é o que eu tenho. E como um aviso de quem quer ver a gente seguir o melhor caminho possível. Infelizmente, isso envolve restrição de movimento. Mas é disso que a gente depende para continuar vendo as pessoas queridas ao nosso redor.
Vamos enfrentar tempos duros e pesados pela frente. Esteja preparado. Ficar em casa é o melhor que podemos fazer para passar por isso.
Não quero esperar as cidades e as empresas pararem para vermos o problema chegando e então aceitar essa realidade. Estou dando para você todos esses números e todas essas predições para dizer que a gente já sabe qual é essa realidade.
E agora a gente tem de escolher se vai seguir pelo caminho de fingir que não tem nada acontecendo… e ter milhões de mortes. Ou se a gente vai seguir pelo caminho de aceitar que a realidade é essa agora, e proteger essas vidas, trabalhar coletivamente, confiando uns nos outros, se informando, se cuidando, para poder chegar lá na frente e passar por isso.”
—Atila Iamarino (20/3/2020)
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