Por Nathalí Macedo
Alguns amores modernos me assustam. Esses amores efêmeros, frágeis, superficiais. Esses amores que destoam assombrosamente do que um dia já pudemos, com todas as letras e toda a certeza, chamar de amor.
Somos a geração das selfies, do beijinho no ombro, do rei do camarote, do “promova o desapego”. A geração do egocentrismo cego. É tanta mediocridade que o amor genuíno arrumou suas trouxas e foi-se embora.
A verdade é que vivemos relações descartáveis. E se num dia o amor parece transbordar pelos poros, converte-se, vertiginosamente, em ódio ou desprezo, no momento em que a atração termina ou surge uma mínima mágoa.
Ninguém ama o outro depois que a relação deixa de ser conveniente. Pior do que isso, alguns não conseguem expressar sequer a mínima humanidade em relação àquele que julgou amar um dia. Ninguém quer que o outro seja feliz em outros braços – alguns preferem, aliás, vê-lo mendigando afeto, chorando de saudade, lamentando o fim da relação.
O egocentrismo grita alto e ordena que, se o outro consegue superar o fim do relacionamento, devemos nos sentir diminuídos. Que desejar a felicidade do outro é incompatível com buscar a nossa própria felicidade. O egocentrismo cego nos diz que temos que mostrar que não nos importamos, que somos felizes e desapegados. Que temos que sorrir cada lágrima do ex.
Nesse oceano de modernidade, é bom lembrar que não são os amores não duráveis que me assombram; compreendo que a cada um assiste o direito de trocar de parceiro como quem troca de roupa, se isto lhe faz feliz. O que me assombra é a capacidade humana de converter amor em ódio, o bem querer em desprezo, o apego em maldizer. É a velocidade com que fotos românticas são substituídas por indiretas ácidas, e declarações de amor por palavras amargas e cheias de mágoa.
Temo que a geração do egocentrismo já não saiba amar nada além de si mesma. Temo que tenhamos desaprendido a, simplesmente, querer bem. A manter o respeito pelo outro quando o próprio amor já não existe. Temo que ninguém mais consiga elevar seu espírito de tal modo que o desapego passe a ser uma consequência, e não uma busca implacável, uma mentira deslavada que contamos para nós mesmos.
E que sejamos nobres o suficiente para querer bem ao outro sem que precisemos esfregar a nossa felicidade na cara de ninguém. Que cada um compreenda que estar de bem com a gente mesmo é o que importa, no fim das contas, e que querer ver o fiasco daquele que um dia já nos fez feliz não é exatamente uma atitude madura. Pior do que isso: é mesquinho.
E que o fato de amarmos – no sentido humano da palavra – a quem nos fez sofrer por um instante não significa que não amamos a nós mesmos. Às vezes, pode significar justamente o contrário: Por que só distribuímos o que temos de sobra. E que um dia se possa compreender que o amor genuíno nunca deixa de existir: ele só muda de forma.
É impossível resistir aos seis deliciosos episódios desta série que está disponível na Netflix.
Poucas pessoas conseguem passar pelos 14 minutos arrebatadores deste filme sem derramar uma única lágrima.
Como estudantes, muitas vezes nos deparamos com imagens de texto que talvez precisemos incluir em…
O poema "Ozymandias", escrito por Percy Shelley em 1818, traz à tona reflexões sobre a…
Um filme que pode ser visto por toda a família e que toca o coração…
Homem que realizou ataque com explosivos esteve em acampamentos golpistas em Santa Catarina e deixou…