Pode-se levar toda a vida numa perseguição implacável para conquistar e aprisionar a felicidade. A mesma felicidade que se mostra em raros momentos, espontânea e grandiosa, que costuma levar consigo a faixa de “o dia mais feliz da vida de alguém”.
Ser feliz é algo intrigante. Se sou inteiramente feliz, não há nada mais para conquistar, nada mais a aspirar. Somente respirar a felicidade.
Sentir-se feliz já é mais animador. Hoje me sinto feliz! Amanhã, não sei, mas vamos aproveitando o dia feliz.
Perseguir a felicidade como um objetivo, esta é uma tarefa árdua e certamente será preciso provar mais do que se gostaria da salada de frustrações, enganos, decepções e mentiras.
Conquistar a felicidade de vitrine, envernizada e exposta numa atraente moldura, é admitir para si próprio uma vida artificial, dedicada à conquista e manutenção de um determinado público, embora indiferente.
A felicidade genuína é um sopro, um clarão que ilumina melhor a vida, nos faz ver cores, sentir cheiros e sabores, de um jeito especial do que comumente o fazemos.
Mas, viver sem a companhia da felicidade o tempo todo também é produtivo, é instigante!
Provar da mesma comida por muito tempo nos faz desejar outra comida. Andar pelas mesmas ruas nos atiça a curiosidade para outros cenários.
A felicidade inebria. Sentir-se feliz é experimentar a vida em seu formato perfeito. Mas, tão longe andamos da perfeição, que até injusto seria se fôssemos felizes pelo tempo todo.
Melhor acordar todos os dias e perseguir objetivos possíveis, com bom ânimo, força e vontade, ainda que nem todos os dias seja hasteada a bandeira da felicidade, do que se recusar a levantar para a vida enquanto ela não garantir felicidade integral.
Não há garantias de posse, mas que ela existe, existe, ainda que fujona e intrigante.