Uma coisa corriqueira nos dias de hoje é olhar as redes sociais – mentira, a gente não olha, a gente vive nelas – e se deparar com as vidas impecavelmente perfeitas. Gente linda, elegante e sincera para todos os lados. E a felicidade que salta das fotos e vem direto na testa de gente, como um dardo. Não que isso seja ruim, nem que sejamos todos invejosos e não consigamos tolerar a felicidade alheia. Aliás, eu particularmente aprendi numas das redes em que vivo, que “é sempre melhor ter gente feliz por perto, porque gente feliz não enche a paciência de ninguém”. Verdade? Sim. Às vezes…
Gente premeditada, deslumbrada, que não á a mínima para a sua cota de paciência e aluga um dia ou uma noite contando seus planos infalíveis para a sua vida perfeita… essa gente é chata.
Gente que não se importa em ter uma conversa com você, só quer falar e falar e falar, e dizer o quanto é elogiada, o quanto seus filhos são especiais, o tanto que consegue lucrar… essa gente é chata.
Gente que não faz questão de te conhecer bem, que corta seu coração, tratando de assuntos delicados para você como se estivesse displicentemente cortando uma fatia de bolo… essa gente é chata.
Gente que se melindra e cobra atenção, gente que quer ser sempre o centro da festa, gente que quer tirar fotos a todo instante, que marca o território o tempo todo, que pensa nas respostas antes das perguntas, que precisa todos os dias mostrar para o mundo o quanto é feliz e bem amada… essa gente é muito chata.
Mas, ser chato não é motivo suficiente nem para esse texto, nem para excluir qualquer pessoa de nada. Afinal, todos temos uma certa medida de chatice.
Um antídoto bacana para a maioria dos sintomas de uma vida premeditada, é justamente o seu oposto, a surpresa, o inesperado, a espontaneidade.
Tem coisa mais legal do que uma lufada de vento no momento de uma foto? Os cabelos ficam ridículos, mas os sorrisos… pode reparar! Nem dá tempo de fazer aquele bico…
Ninguém deve apontar para o outro e enumerar suas chatices. Além de descortesia, é uma imperdoável falta de educação.
Ficam então, as sutilezas como aliadas para uma boa convivência, e, conforme a ocasião, a coisa fica até engraçada. Se tiver amizade envolvida, tudo se resolve com uns toques e provocações.
Só não vale ser rude! Se não sabe brincar, deixa o que está se divertindo ser feliz!
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