Já viajou com um amigo e descobriu que ele era um chato de galocha? Tive o privilégio de viajar bastante, tanto a trabalho, quanto a lazer. E viagem, quando não é demais, faz muito bem. Sempre me lembro da frase do Amir Klink, que soube captar a essência de tudo:
“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”
Eu consigo ficar horas refletindo sobre o pensamento acima. Amir Klink ficou famoso por suas viagens solitárias. Nesse ponto, sou diferente. Já viajei sozinho e não acho muita graça. Sou mais reservado (estou tentando mudar) e, para mim, não é muito fácil fazer amizades efêmeras numa conversa de bar, num lugar desconhecido. Então, nessas aventuras, quase sempre tive parceiros.
Alguns até parecem pessoas legais no ambiente de trabalho ou no convívio social, mas, com o passar dos dias, acabam tirando a máscara e se revelando como realmente são. Na verdade, não é necessariamente uma crítica, mas os valores não batem com os seus. Ao contrário dos bons parceiros, os “maus” sempre criam problemas pelas menores bobagens, querem fazer programas diferentes dos seus, querem economizar quando você está disposto a gastar e vice-versa. Você fica torcendo para voltar logo pra casa!!! Já passou por isso?
Muitos, contudo, foram excelentes. Topam só as melhores paradas, não reclamam, incentivam, trocam ideias… Os bons parceiros de viagem combinam com você. Basta um olhar, e você já entende o que ele quer dizer. Os mundos se cruzam, e tem sempre uma boa conversa. Aliás, sempre não… também existem pausas (não constrangedoras) de silêncio, de descanso. A viagem fica magicamente fácil de ser organizada. Os planos e desejos se coincidem. As coisas simplesmente fluem com naturalidade e leveza. Há sempre um sorriso no rosto. Os passeios tornam-se secundários. Bons parceiros fazem qualquer paisagem ganhar novas nuances, tudo fica mais excitante. Até o mais clássico programa de índio pode ficar divertido se a companhia é boa.
Escrevo este post no aeroporto, num estado emocional deveras melancólico, enquanto aguardo uma conexão. Volto do Peru, onde fui deixar meu querido filho Leo, após passar intensas férias conosco. Menos de uma semana atrás, estávamos convivendo com minha irmã Flávia. Irmã de intercâmbio, mas que amo como se fosse irmã de verdade. Também veio passar férias no Brasil com sua família suíça. São excelentes parceiros da viagem da vida. Dão sentido à minha jornada, e tornam minha passagem neste mundo muito mais divertida. Com tristeza, convivo com o fato de que são parceiros menos frequentes do que eu gostaria. A viagem da vida tem dessas coisas. Novos parceiros aparecem, marcam sua trajetória para sempre, mas têm que seguir rotas diferentes.
O que me consola é que estou voltando para me encontrar com os melhores parceiros de viagem que a vida poderia me presentear. Melissa e Martin me aguardam para embarcar numa aventura mágica que se inicia em alguns dias. Uma aventura que estamos planejando há algum tempo, mas que, curiosamente, não sabemos que caminho vai tomar, nem onde vai terminar. Felizmente, com esses dois, isso não tem muita importância. Na viagem da vida, o destino e o caminho são sempre desconhecidos. E, se você leu até aqui e ainda não entendeu, aqui está a dica: o que mais importa numa viagem é escolher bem os seus companheiros de jornada!
Antes de terminar, convido você a enviar este texto aos seus bons parceiros de viagem, àqueles que fazem sua viagem mais divertida, plena e emocionante.
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