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A menina que adorava contar histórias

Era uma vez … (uma história sobre alguém que adorava contar histórias tem que começar assim, não é mesmo?) a menina que adorava contar histórias.

Uma menina simples, mas bem esperta, que sabia que as palavras eram como tesouros escondidos. E que, por isso, quando alguém as encontrasse, elas seriam capazes de modificar o mundo, tornando-o melhor, mais interessante, menos enfadonho e multi colorido.

E assim ela decidiu fazer. Dedicaria um tempo de sua vida a escavar palavras, a encontrar aquelas que melhor exprimissem o siginificado pretendido, as que melhor vestissem a sua imaginação. Porém, ela sabia que esta tarefa não seria fácil, pois as palavras, por vezes, têm vontaqde própria… mas sabia também que se fosse diferente, não estaríamos tratando de um verdadeiro e valioso tesouro.

E assim ela seguiu seu caminho, em meio a tantas palavras que encontrava: antigas, conhecidas de longa data, bem como por entre as palavras novas, que acabara de desvendar o significado. Todas as palavras realmente exercíam um fascínio sobre ela. Gostava do som, daforma e do que podiam expressar. Entendia que elas eram a ferramenta para se construir as mais preciosas pontes, aquelas que nos levam ao coração do outro e que por este motivo, eram tão preciosas. Sabia também que a comunicação é algo muito complexo, que se apresenta de várias maneiras, podendo gerar inúmeras confusões. Então, sabendo do cuidado que a tarefa exigia, se esforçava ainda mais para encontrar a melhor palavra e evitar uma palavra mal dita, que, se mal compreendida, poderia colocar tudo a perder.

As histórias para ela eram a mais pura diversão. Eram como sonhos no meio da noite e, quer refletissem a realidade ou não, nunca escapariam do seu verdadeiro propósito, que ela acreditava ser acessar ao coração. Além da escolha das palavras, ela tão bem sabia, seria necessário dosar a emoção, pra que a história coubesse dentro do peito e pudesse ser levada com a gente pra onde e quando necessário, sendo ela própria a nossa melhor companhia nos momentos de solidão.

Ela tinha um plano e nele as histórias seriam muitas, diferentes e também malucas, sofridas ou engraçadas, de diversos formatos e tamanhos, com a única preocupação de por pra fora o que vai dentro, de  limpar a nuvem de sentimentos que pode nublar a mente em alguns momentos e de nos fazer voar. Pra bem longe, pra perto, sei lá …achava mesmo que voar é sempre bom, pra qualquer lugar!

E ela decidiu assim, que contaria muitas coisas, e que, pra isso, teria sempre à mão o seu imenso baú de palavras, para que no momento certo pudesse acessar, travestindo-as de qualquer emoção que quisesse repartir. Teria histórias de criança, de bicho e de gente grande, todo tipo de historia, tantas quais fosse possível, pois o repertório da vida é infinito, assim como a nossa capacidade de sonhar.

Em algum momento, ela já sabia disso, suas histórias ganhariam vida e o fato dela tê-las contado, seria somente um mero detalhe. A história tomaria a forma de quem a escutasse, do jeitinho que a pessoa imagnasse, tornando-se assim também pro outro, um tesouro mais que precioso. E a partir daquele momento, a história não seria mais sua e sim, daquele que a guardasse, com novas palavras e personagens, como se fosse algo totalmente novo, dependendo de quem a escutasse. Cada hstória, independente do conteúdo, seria capaz dessa ligação , de unir mundos tão diferentes pela via da emoção.

E se um dia lhe faltasse história ou se as palavras a abandonassem? Inventaria um plno b, com os recurso que encontrasse. Lançaria mão do gesto, do desenho ou da música para impedir que não houvesse história. Para garantir que de um jeito ou de outro, o sentimento pudesse ser expresso,  a emoção compartilhada e para que os outros saibam que, inependente de uma história ser boa ou não,  sempre vale a pena compartilhá-la.

Adriane Sabroza

Psicoterapeuta por paixão e opção, mãe de três meninas lindas, minha maior realização e, nas horas vagas, aprendiz de escritora, sem nenhuma pretensão.

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Adriane Sabroza

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