Por Alan Lima
Escrevo este apelo à sensibilidade dos que contemplam a mulher.
– Gostosa não é elogio.
Calma, calma. Explico:
Nenhuma palavra por si mesma é elogio, todas têm contexto. Chamar uma delas de gostosa em alguns momentos caracteriza agressão verbal.
Ela está andando na rua, numa roupa que selecionou ao seu critério, e te ouve rosnar.
– Eitcha, goooostosaaaa!
A conotação sexual desse rosnado é uma pedrada. Se a enxergas como uma arte, por que não a tratar como obra de valor e analisá-la com bom senso? Tu podes afirmar que algumas gostem dessa abordagem, mas isto não se sabe observando tamanho de short.
Necessário é conhecer de quem se trata, qual o teu papel na vida dela. Antes disto grunhidos de animais no cio são úteis apenas se o desejo for realmente constranger.
A mulher gostosa nas raízes do significado é a que tem sabor. Tu podes estar com o paladar pouco aguçado. Ainda dá tempo de descobrir o gosto do feminino.
Tem aroma de liberdade. Vês? Nasceu pra transgredir julgamentos, provocar inteligência, mascar conceitos imaturos. Evitemos rotular seus corpos com adjetivos invasivos, doemos os reveladores!
Tu tens atitudes gostosas! Ninguém roubará o teu brilho pela vida, vá em frente!
Porque a beleza feminina tem mil e uma páginas. Só descobriremos mais deste livro, quando conseguirmos ir além da capa.
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