Pérola me inspira até hoje com sua sabedoria. É uma mulher qualquer. Vive em uma casa de campo onde cultiva sua horta e se dá ao luxo de uma taça de vinho tinto todas as noites. Possui práticas espirituais e vive sua vida como mensageira. Escreve, conversa, é professora. Segundo ela, seu propósito é apenas viver e levar aos que cruzam seu caminho algo que humildemente ela traduz como aprendizados e eu traduziria por sabedoria.
A primeira vista, parece tímida. Mas com a aproximação a longo prazo aprendi que sua timidez é seu manto de proteção. Ouvi de diversas pessoas sobre ela. Algumas diziam que era uma louca, traiçoeira e perdida. Já outros tantos diziam que era uma alma generosa, amorosa e vibrante demais, e que eu seria uma pessoa de muita sorte se conseguisse me aproximar dela. Após certo convívio, descobri que no fundo, ela é uma mulher sábia, que aprendeu sozinha sobre os grandes segredos da vida e que apenas almas com essências concentradas como a dela conseguiriam se mesclar à ela.
Tinha o feitio de uma mulher desabrochada. Servia seu chá com delicadeza e sensualidade ao mesmo tempo. Apenas mulheres que mergulharam em suas entranhas conseguem este proeza de se exibir tão jeitosa e elegantemente sem agredir aos que a assistem. Sua fala era calma, mas ao voltar ao passado, era possível viver suas emoções pelas diferentes notas que suas cordas vocais alcançavam. Seus olhos facilmente se enchiam de lágrimas. Assim como todas outras mulheres, era sensível e intuitiva. Mas como poucas, abria suas emoções mais profundas, despindo-se assim de máscaras e egos, por isso tão mal compreendida por muitos. Era verdadeira demais consigo mesma.
Contou-me que apesar de muitos amantes e amores, aprendeu a preservar sua essência em sua solitude, sua melhor amiga. Que não conseguia se deitar com um homem sem estar apaixonada. Mas que com a tamanha generosidade de seu coração, foi capaz de amar muitos homens ao mesmo tempo. Sua horta e ramos de flores espalhados pela casa eram seus aliados e termômetros da energia da terra. Seus dias eram calmos e sua prioridade era se dedicar ao que quer que fosse com amor e dedicação.
Tinha vinte anos quando descobriu que um de seus propósitos de vida era levar mensagens de sua autoria. Desde então, onde quer que estivesse vivendo, buscava se conectar profundamente com as almas ao seu redor. “Apenas entrando no outro, enxergando com os olhos dele sua própria escuridão, eu sou capaz de levar alguma luz”, disse ela. Parecia magia, mas ela não era mística assim. Gostava do que era concreto, porém sempre respeitou o que seus sentidos captavam.
Sua companhia era leve e agradável como uma brisa. Sua alma era colorida e alegre como uma boa música. Seu corpo magro estava sempre coberto por tecidos leves e fluidos. Quando lhe questionei sobre seu nome simbolizar tão bem sua pessoa ela me respondeu:
“Querida, nós somos o que queremos ser. Este não é meu nome de batismo, mas foi este que decidi ser o certo para mim. Já fui fechada, dura e teimosa como ostra. Tive tudo de material e utópico que uma mulher pode querer. Mas fui convidada pela vida a abandonar-me. Eu não sabia onde isto me levaria, apenas rezava todas as noites pedindo por um sentido da minha vida. Quando me abri para a graça de viver, deixando para trás tudo que não fazia mais sentido para mim, me tornei a Pérola que buscava.
Este grão de areia também existe em você e em todas as outras mulheres. Algumas ignoram esta verdade e vivem sem provar o néctar da vida. Outras trilham o sinuoso caminho de desvendar seu próprio valor enquanto existência viva. Um grão pó de estrela. Algumas se tornam diamantes, outras esmeraldas. Há diversas espalhadas por aí. Eu sou Pérola e cabe apenas a ti mesma encontrar o ritmo de sua dança do agir e silenciar para sua pedra sagrada se desvendar.”
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