Há pessoas que acreditam que mudando a aparência do corpo, despertarão a atração e o amor do outro. Há também os que apostam em abrir mão dos próprios hobbies e passam a se interessar pelos hobbies do outro. Por exemplo, uma pessoa descobre que a pessoa por quem se interessou gosta muito de rock, então, ela passa a se interessar por esse gênero musical para sentir-se inserida no mundo do outro; além disso, é capaz de renunciar ao estilo musical de que gosta, caso descubra que não agrada ao alvo da conquista.
É saudável um certo interesse pela vida de quem nos atrai. Contudo, anular-se na tentativa de atrair alguém é dar um tiro no próprio pé. Não faz sentido essa história de fingir ser o que não é para tentar ser aceito. Outra coisa: ainda que essa pessoa obtenha êxito de atrair o outro e venha a se relacionar com ele, até quando ela vai viver essa personagem? Ela vai se sentir confortável em abrir mão de tantas coisas que gosta para impressionar o parceiro? Onde fica a liberdade e a satisfação de ser amado(a) por ser, quem é?
Isso é como usar uma máscara. É muito comum, para algumas pessoas, a crença de que quanto mais elas fizerem pelo outro, mais elas serão reconhecidas e amadas. E, sabemos que isso não funciona dessa forma. Pelo contrário, o amor é dado à espontaneidade e à autenticidade. É frustração garantida essa história de tentar forçar um relacionamento. Quando tem que ser, as coisas fluem.
Se você está interessado(a) em alguém e passa boa parte do seu dia conjecturando possibilidades de chamar a atenção dele, isso é desanimador. É desgastante esse malabarismo de ter que ser interessante para quem não enxerga.
Quando um relacionamento começa sem interesse recíproco, ele já tem meio caminho andado para fracassar, pois sempre haverá um se desdobrando para agradar e outro liberando migalhas, num pedestal.
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