O Brasil possui uma indústria automobilística bastante forte, resultado de décadas de investimento pesado no setor, sendo que todo esse investimento teve início lá na segunda metade dos anos 50, quando JK abriu o país para as indústrias estrangeiras de carros.
Apesar de não ter chegado ainda nessa época, uma das empresas que mais representam essa grandiosidade no ramo automotivo é a Fiat, empresa que é uma das preferidas dos brasileiros. Lançando sempre carros que caem no gosto do público por suas inúmeras qualidades, já faz décadas que ela opera no nosso país, e é sobre a sua história desenvolvida aqui, que iremos falar no nosso texto.
Uma das características que mais chamam a atenção é o preço dos seus carros, sem dúvida nenhuma. Eles possuem um custo benefício bem bom, atraindo uma camada da população que curte o seu design e as suas funções, além de serem de camadas populares do povo brasileiro, em sua maioria. Precisamos lembrar que o Brasil não é um país rico, o que explica em parte o tremendo sucesso da Fiat em solo nacional. Um modelo que é exemplo desse sucesso é o Uno, que sempre teve vendas regulares e substanciais, já que ele é um carro seguro, confortável e bastante funcional.
Quando o presidente Juscelino Kubistchek mostrou interesse em receber as indústrias de automóveis no país, visando a expansão industrial e mercadológica do mesmo, a Fiat preferiu investir na Argentina, como um polo industrial seu na América do Sul, recusando fazer parte da GEIA. Assim, quando finalmente a empresa anunciou ter decidido instalar uma filial no Brasil em 1973, a fábrica italiana entendia que teria grandes concorrentes no mercado, como a Ford, a Volkswagen e a General Motors, por exemplo. Essas empresas já possuíam um público fiel e já estavam estabelecidas no mercado, afinal, já estavam a quase vinte anos produzindo carros no país.
Muito trabalho a partir daí foi necessário para tirar todos os planos do papel, e em 1976 foi lançado o Fiat 147, o primeiro carro da empresa a ser distribuído pela sua fábrica brasileira. Muitos erros e acertos foram necessários para que isso se tornasse realidade, o processo inteiro não foi nada fácil, todo ele exigiu muito de todo mundo. Todos esses percalços, dão uma boa ideia sobre como é complexo e difícil, a implantação de uma fábrica de carros. Mas, no final tudo deu certo, uma prova disso é que no mercado de carros usados, a marca é sempre uma das mais procuradas e valorizadas.
O início já foi complicado, quando se teve a necessidade de escolher onde a fábrica seria instalada. Obviamente, o movimento natural seria que ela se estabelecesse em São Paulo, mais precisamente no ABC paulista, onde 11 das 12 fábricas automotivas estavam instaladas, além de ser onde o trabalho seria teoricamente mais fácil, já que o mercado de fabricação de carros se encontrava estabelecido na região. Outra questão é que 90 por cento de toda a indústria de autopeças estava lá, além de que a região era próxima ao porto de Santos, essencial para o escoamento da produção.
Mas, no final Minas Gerais acabou vencendo, pois a Fiat se viu seduzida pelo apoio do estado para a construção da fábrica de 40 por cento, além de muitos outros incentivos. No final, Betim foi a cidade escolhida para abrigar a sede da fábrica no Brasil. Na época, a cidade contava com apenas 40.000 habitantes, crescendo cerca de 10 vezes no número de pessoas nas décadas seguintes.
Com a implantação da fábrica e a sua construção em andamento, começou a ser pensado qual seria o primeiro modelo a ser fabricado em solo brasileiro. Com pesquisas de mercado sendo feitas, chegou-se à conclusão que o mercado tinha déficit de um carro forte, feito para a família, que fosse rápido no trânsito urbano e que fosse ainda por cima econômico. Era preciso de alguma forma se destacar em relação ao Fusca, que já estava consolidado no Brasil, mas que ao mesmo tempo muita gente o achava defasado. A solução foi partir do modelo italiano 127, que tinha sido lançado em 1971 e era um sucesso nas ruas de toda a Europa. Eles pegaram esse carro e foram fazendo adaptações à realidade brasileira.
Assim sendo, no processo de concepção do primeiro carro vendido aqui, o 127 foi exposto a uma série de condições extremas, para descobrir os ajustes que seriam necessários. O carro deveria ser bem mais resistente, já que o 127 não sobreviveria nas ruas e estradas brasileiras daquela época, que eram cheias de buracos e defeitos. Um ponto de referência, com certeza foi o Fusca, apesar da diferença gritante de concepção entre os dois. Assim, o motor do carro foi modificado, juntamente com os pneus e quase que o carro inteiro. No final desse processo, surgiu o Fiat 147, o primeiro carro oficial da marca produzido especialmente para o mercado brasileiro.
O esforço para a inauguração exigiu o esforço de diversas áreas da empresa, como as de marketing e a de engenharia. Muitos empecilhos foram surgindo pelo caminho, tendo que serem driblados de última hora. A estratégia precisava ter um apelo bem popular e impactar o país inteiro, e para isso foram organizadas diversas cerimônias para apresentar o produto. A apresentação para a imprensa aconteceu na cidade de Ouro Preto, contando inclusive com a ilustre presença do piloto Emerson Fittipaldi.
Com uma estratégia marcante, a empresa conseguiu entrar com o pé direito no mercado de carros brasileiro. A partir daí, a empresa só fez crescer e diversificar cada vez mais os seus produtos, tendo vendas sempre crescentes e muita expectativa pelos próximos modelos. Com certeza, a Fiat é uma das empresas automobilísticas que possuem uma das maiores histórias em solo nacional.
Para você que curtiu nosso artigo sobre a trajetória vitoriosa da Fiat no Brasil, fica aqui o convite para voltar ao nosso site e ler mais alguns dos nossos posts. Você não irá se arrepender!
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Imagem de capa: Pixabay
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