“A autopiedade pode ser a forma mais silenciosa de um grito por socorro. E a menos inteligente também.”
Messias Figueirêdo
A autopiedade é o estado psicológico que uma pessoa pode desenvolver em situações adversas quando não consegue aceitar o que está acontecendo ou mesmo quando julga não ter confiança nem competência para lidar com aquilo que enfrenta. Você sofre desta avaliação deturpada de si mesmo? Sim, é uma avaliação deturpada que nos afasta das nossas capacidades, desligando-nos de nós mesmos. Ficamos presos nos sentimentos negativos, julgando sermos vitimas do mundo em geral. Isso faz com que a nossa força vital diminua, sentimo-nos impotentes e ficamos paralisados, deixando de ajudar a nós mesmos. Ilusoriamente acreditamos sermos incapazes de melhorar o estado em que nos encontramos e paramos de agir. Este é o grande dano da autopiedade.
Como desenvolvemos essa crença?
Os caminhos podem ser tantos como o número de pessoas existentes no mundo, mas a desesperança é a palavra-chave. Autopiedade e desesperança andam de mãos dadas e estabelecem uma forte relação entre si. Quem pensa em si mesmo como alguém digno de pena, anula a habilidade de procurar soluções.
A autopiedade é uma construção mental que emerge quando nos sentimos impotentes para lidar com um determinado problema, ou quando não queremos lidar com o problema. É como se acreditássemos que alguém deveria resolver o problema por nós, ou que é injusto passarmos pela situação dolorosa. A questão é que a vida acontece independente de justiça.
É fundamental parar de sentir a pena de “si mesmo” que tentamos evocar nos outros acerca de nós. Ficar preso na autopiedade, além de alimentá-la, causa a fixação no problema o que certamente piorará a situação a ser enfrentada. É necessário terminar este processo autodestrutivo. O “como” vem da aceitação da autopiedade. No momento em que você a aceitar poderá perceber o grau de responsabilidade que tem sobre algumas escolhas- inclusive a de sentir pena de si mesmo. A partir desse ponto você pode ser capaz de assumir o controle dos seus pensamentos. Para ajudar este processo você pode recordar momentos passados em que se sentia afortunado, em que conseguia superar as suas frustrações, em que conseguia encontrar soluções para os seus problemas e como encarava corajosamente as dificuldades que se colocavam no seu caminho. Tenha a certeza de que você ainda tem essas capacidades e ainda consegue recrutar esses recursos. Recorde-se disso, fique ciente disso, use esse conhecimento em seu próprio benefício.
Não espere que outras pessoas resolvam o seu problema
Ninguém pode viver a vida por você. Você tem que assumir a responsabilidade da sua própria vida e o que acontece nela. As outras coisas e as outras pessoas podem certamente ajudá-lo em determinadas circunstâncias. Mas você é o principal responsável.
Você pode sair por aí culpando a sociedade, ou algumas pessoas pelos seus problemas. Você sempre pode encontrar bodes expiatórios para julgar e sentir-se melhor sobre si mesmo. Você pode procurar constantemente suporte nos outros, ficar na sua sombra, dependente. Você pode fazer isso para o resto de sua vida, se quiser. Mas será o melhor para você? Acredito que não. O que tiver que ser feito, é você quem tem que assumir a responsabilidade e fazê-lo, diretamente ou indiretamente.
Perceber isso é o que eu chamo de maturidade.
Fonte indicada: Escola Psicologia
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