Marcel Camargo

Afastar-se de gente chata rejuvenesce mais do que botox

A cada dia que passa, mais aumenta a quantidade de pessoas que se prestam a desequilibrar qualquer ambiente em que adentram, seja no trabalho, nos pontos de encontros, seja pela internet. Infelizmente, para muitos, as redes sociais deram a liberdade de azucrinar a vida alheia, polemizando tópicos de qualquer tipo, intrometendo-se nas postagens dos outros, de maneira agressiva, na maioria das vezes.

É comum misturarem o que é individual com o que não deveria sê-lo, uma vez que, com frequência, algumas pessoas até atrelam questões de ordem pessoal a debates coletivos, tentando elevar ao nível filosófico problemas emocionais, baseados tão somente em juízos de valor. Nesse contexto, muitos culpam o mundo, por exemplo, por problemas que deveriam ser resolvidos junto a profissionais da psicologia. Da mesma forma, não raro se descontextualizam frases alheias, para, então, rotulá-las como impróprias, desvirtuando a real origem do que foi dito.

Logicamente, há que se combater qualquer forma de intolerância com as minorias, com os excluídos, com quem pensa e age na contramão dos ditames sociais. Há que se respeitar quem quer que seja, enquanto cidadão, pessoa, enquanto alguém que sente e tem o direito de viver suas verdades, caso não esteja ferindo ninguém por aí. E existe legislação que nos ampare nesse sentido. Mesmo assim, é necessário ponderar antes de acusar o outro de qualquer coisa, ou corre-se o risco de se instalar um ambiente de terror, em que ninguém mais abra a boca, por medo de ser mal interpretado.

Pior é quem polemiza qualquer questão, mesmo que não entenda minimamente sobre o assunto abordado, ou seja, tem gente que gosta de azucrinar, de perturbar as pessoas, sabe-se lá por que motivo. Quantos de nós não nos surpreendemos com um comentário agressivo e acusatório em uma postagem que fizemos apenas como higiene mental? Quantos de nós não ouvimos uma resposta agressiva de alguém a quem fizemos um questionamento simples e totalmente cordial? Quem nunca?

Não, de nada adiantará tentarmos argumentar com esse tipo de pessoa, pois jamais conseguiremos descer ao nível baixo com que costumam se dirigir aos outros. Como sempre, valerá a pena afastar-se de quem não se ajuda, tampouco quer ser ajudado, por mais que se tente. O mundo já anda tão difícil e nós mesmos possuímos tantas questões pendentes com que lidar: para que envelhecer e ganhar cabelos brancos por conta de gente chata? Vamos cuidar da saúde física e da sanidade mental, junto a quem agrega amor, verdade e serenidade. Nem mais.

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Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

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