Não se iluda: pessoas maldosas não são vítimas, não estão passando por momentos difíceis e não fazem nada para o seu bem. Na verdade elas são mal resolvidas consigo e destilam, na vida alheia, a maldade que carregam nas próprias veias.
Nem sempre a maldade é perceptível e, por essa razão, demoramos anos para notar as consequências que sofremos com ela. São pequenas ofensas, sutis agressões, demonstrações confusas de inveja, ciúmes e ódio que se misturam à rotina e a falsa demonstração de afeto, fazendo reféns quem deveriam ser livres.
Na frente dos outros ele é um gentleman, mas em casa te faz sentir culpada por apanhar. Ela não é ciumenta, mas quer que você seja só dela. Ela é sua amiga confidente, mas sempre que pode, fala mal da sua postura pelas costas. A verdade á uma só: se o comportamento não condiz com as palavras, está na hora de correr.
Geralmente disfarçadas de amigos, namorados e parentes, as pessoas más carregam sempre a fisionomia de bondade e trazem uma coleção de bons conselhos, tudo para deixar submissos, dependentes e cegos aqueles que eles invejam em segredo e desejam manter em cárcere emocional privado.
O grande médico psiquiatra, psicoterapeuta e escritor brasileiro Flávio Gikovate dizia que “existem enormes diferenças entre as pessoas predominantemente boas e aquelas predominantemente más. (..) Umas poucas pessoas, talvez 1% da população, não têm compaixão, não se preocupam em demonstrar bondade nem mesmo em situações sociais, não sentem qualquer tipo de medo de represálias, de modo que parecem ser portadoras exclusivamente de interesses pessoais e a maldade pode se exercer com enorme facilidade sempre que se sentirem contrariadas. Pequenas adversidades poderão desencadear reações brutais. Esses são os antissociais, os psicopatas e penso que não têm nem uma gota de bondade em seu sangue”.
Infelizmente, as pessoas más não carregam letreiros dizendo quem são,nem as boas percebem tão facilmente suas intenções. Por isso, ao menor sinal de descontrole e humilhação, afaste-se.Os jogos da dominação e a agressividade disfarçadas de amor, acabam no momento em que você se afasta de quem comete os atos.
Quando somos capazes de conviver com pessoas constantes, simples e do bem, somos capazes de enxergar as mesmas qualidades que essas pessoas oferecem. Vemos as coisas mais leves, solucionamos os problemas com mais facilidades e entendemos que a vida é muito curta para se perder com gente fria.
Entenda que ser bom não significa ser ingênuo. Ter caráter não significa ser tolo e, ser sincero, não significa ser antissocial. As mentiras que a maldade inventa são tentativas para destruir o caráter de quem ela nunca conseguiu ser. Como dizia Olavo de Carvalho: “Burrice e maldade jamais foram termos antagônicos”.
Imagem de capa: Master1305/shutterstock
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