“A nossa vida passa muito depressa”! Ouvimos ou lemos essa frase quase todos os dias. Mas por que será que é tão difícil compreendê-la?
Você já pensou com carinho e atenção nesta frase? O que ela têm para nos dizer? Muito! Muito mesmo.
Já escrevi em outro texto que nos tornamos pessoas cada vez mais ricas quanto mais coisas deixamos para trás. Ou seja, quanto mais nos desapegamos e quanto mais nos tornamos servidores, mais nossa vida se enriquece.
Há um certo tempo estava pensando em escrever sobre a alegria de abrir mão, mas ainda não tinha a devida inspiração. Ela me veio hoje, neste texto que você está lendo agora.
Tomei como inspiração as sábias palavras do mestre Eckhart Tolle, do seu livro “O poder do agora”. Leia com bastante atenção:
“Um outro aspecto do sofrimento emocional é uma profunda sensação de falta, de incompletude, de não se sentir inteiro. Em algumas pessoas isso é consciente, em outras, não. Quando está consciente, a pessoa tem uma sensação inquietante de que não é respeitada ou boa o bastante. Na forma inconsciente, essa sensação se manifesta indiretamente como um anseio, uma necessidade ou uma carência intensa.
Em ambos os casos, as pessoas podem acabar buscando compulsivamente uma forma de gratificar o ego e preencher o buraco que sentem por dentro. Assim, empenham-se em possuir propriedades, dinheiro, sucesso, poder, reconhecimento ou um relacionamento especial, para se sentirem melhor e mais completas. Porém, mesmo quando conseguem todas essas coisas, percebem que o buraco ainda está ali e não tem fundo. As pessoas vêem, então, que estão realmente em apuros, porque não podem mais se enganar. Na verdade, elas continuam tentando agir como antes, mas isso se torna cada vez mais difícil.
Enquanto o ego dirige a nossa vida, não conseguimos nos sentir à vontade, em paz ou completos, exceto por breves períodos, quando acabamos de ter um desejo satisfeito. O ego precisa de alimento e proteção o tempo todo. Tem necessidade de se identificar com coisas externas, como propriedades, status social, trabalho, educação, aparência física, habilidades especiais, relacionamentos, história pessoal e familiar, ideais políticos e crenças religiosas. Só que nada disso é você.
Levou um susto? Ou sentiu um enorme alívio? Mais cedo ou mais tarde, você vai ter que abrir mão de todas essas coisas. Pode ser difícil de acreditar, e eu não estou aqui pedindo a você que acredite que a sua identidade não está em nenhuma dessas coisas. Você vai conhecer por si mesmo a verdade, lá no fim, quando sentir a morte se aproximar. Morte significa um despojar-se de tudo o que não é você. O segredo da vida é “morrer antes que você morra” – e descobrir que não existe morte. ”
Eckhart Tolle
Essas palavras são muito profundas. Ele está nos falando que quanto mais abrimos mão, menos o EGO tem influência sobre nós. E quanto menos influência o ego tem sobre nós, mais presentes estamos, e consequentemente mais felizes e serenos.
Abrir mão é algo que pouquíssimas pessoas fazem, porque o nosso ego quer estar no comando o tempo todo. Queremos ter sempre um bela imagem para mostrar aos outros. E infelizmente, quanto mais rica financeiramente for uma pessoa, mais difícil conseguir entender o que eu e o querido mestre Eckhart estamos querendo transmitir, por causa da dimensão do apego ao material.
Sabe por que muitas pessoas não querem saber nada sobre esses assuntos? Por causa do MEDO. Esse tema é pesado. Ele envolve nossos medos, nossas escolhas, e obviamente, a MORTE.
Todos nós sabemos muito bem que ao partirmos deste mundo não levamos coisas, não levamos um carrão importado nem nosso dinheiro conquistado com anos de trabalho duro. Não levamos nada disso. Só levamos um corpo que desfaleceu para o caixão.
De tudo isso! O que fica? Só fica aquilo que construímos através do amor, do carinho, da amizade, do afeto.
Isso é o que fica!
É por essas e outras que tantas pessoas sentem uma angústia terrível quando a morte vai se aproximando, porque sabem que deixaram grandes lacunas no meio da estrada. Sabem que deveriam ter amado mais, chorado mais, complicado menos e trabalhado menos, como diriam os Titãs. Inclusive foi feita uma pesquisa com várias pessoas e publicaram um artigo que dizia os 5 maiores arrependimentos das pessoas em seus leitos de morte, e todos eles estavam ligados ao amor, a amizade, a utilização do tempo livre e de lazer etc.
Mas aí já é muito tarde, exatamente porque o tempo não volta e a vida passa depressa demais. Está vendo só? Voltei a frase inicial do texto
A vida meus amigos! Devemos cuidar dela com carinho. O maior de todos os objetivos da nossa vida é aprender a amar. Escrevo isso quase diariamente para lhe fazer refletir sobre o essencial, sobre aquilo que é invisível aos olhos e preenche o nosso coração.
Preencha o seu coração com amor! Preencha a sua vida com amor!…
“Quando sentir a morte se aproximando, sei que vou me perguntar: Quanto amor recebi na vida? Como reparti o meu amor? Quem me amou? A quem valorizei? Em que vidas eu causei impacto? A minha vida fez diferença para alguém? Que serviço prestei ao mundo? Tenho certeza de que minha única preocupação será: terei ou não preenchido minha vida com amor?”
Richard Carlson
Você não precisa correr atrás do sucesso absoluto, dos 10 passos para ser um vencedor, da receita mágica para ser um milionário. Você não precisa se tornar o homem mais rico da Babilônia. Não precisa imitar o “Pai rico, Pai pobre” para ter sua empresa e faturar milhões. Calma!
Você só precisa ser você! Ser você. Só isso. Nós só aprendemos a ser nós mesmos mergulhando na nossa interioridade, e não lendo os 10 passos disso ou daquilo. Isso é bobeira! É distração! São meios de lhe afastar da sua essência.
Portanto! Busque abrir mão. Aprenda que abrir mão é uma verdadeira dádiva divina. Não se cobre demais. Não queira “abarcar o mundo com as pernas”. Lembra o que Jesus nos disse? “Para cada dia as suas dores…”.
Não se sufoque pensando demais no amanhã. Talvez ele não chegue da forma que você gostaria, e na pior das hipóteses, pode nem mesmo chegar. Então pra quê tanta PRÉ-OCUPAÇÃO?
Pense sobre isso! Tudo bem? Essa reflexão é muito profunda e importante.
Para concluir, compartilho um vídeo que me ajudou na inspiração para escrever esse texto. Ouça com atenção e procure acolher o que o Flávio Siqueira está buscando transmitir nele…
“Cabe a nós aprendermos a morrer. A abrirmos mão daquilo que a gente considera nosso maior bem, nosso maior patrimônio, nossa maior virtude. Um dia, tudo isso passa, nossa intelectualidade, nossa sabedoria, nossa inteligência, nosso dinheiro, nossa reputação. Tudo isso termina! O que sobra é aquilo que nós construimos dentro da gente. Aquilo que se tranformou em consciência, em pacificação, em olhar, em perspectiva de vida, em simplicidade, em capacidade de amar”.
Flávio Siqueira
Imagem de capa: Ljupco Smokovski/shutterstock
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