Marcel Camargo

Algumas pessoas irão gostar de nós somente enquanto puderem nos usar

Imagem de capa: IVANCHINA ANNA

Infelizmente, para muitos, vale muito mais uma companhia que possua carro zero, que frequente locais descolados, que conheça a nata da sociedade, do que alguém que ofereça amizade sincera e afetividade incondicional.

Quanto mais os dias passam, mais teremos que nos fortalecer para poder enfrentar o tanto de dissabores que se acumularão, por conta do que não dará certo, assim como em razão de gente que trará decepção. Não poderemos ter a certeza de que o outro estará ao nosso lado com verdade, porque, infelizmente, uma ou outra hora, alguém que muito amamos irá nos desapontar – e isso dói.

Hoje, valoriza-se excessivamente o tanto que se compra e se gasta, o quanto se é popular e conhecido, ou seja, quais benefícios o outro tem a oferecer. Vale muito mais uma companhia que possua carro zero, que frequente locais descolados, que conheça a nata da sociedade, do que alguém que ofereça amizade sincera e afetividade incondicional. Nesse contexto, em sua grande maioria, a lealdade caminha até onde os benefícios materiais possam alcançar.

Por isso é que se tornaram comuns casamentos por conveniência, amizades interesseiras, favores escusos, rareando, pouco a pouco, relacionamentos duradouros e fortalecidos em amor real e recíproco. A muitos, não há razão alguma em manter por perto pessoas que nada oferecem em termos materiais, que não são conhecidas, que nada mais são do que aquilo que possuem dentro de si. Simplesmente porque pessoas fúteis não conseguem enxergar nada além das aparências.

Infelizmente, demoramos a perceber quem se aproxima por mero interesse, visando tão somente a se aproveitar do que possamos ofertar – nossa carona, algumas roupas emprestadas, um lugar confortável onde passar algumas horas -, nem se importando com o que temos para ensinar, com o que temos para doar em termos afetivos. E serão essas pessoas que nos deixarão na mão quando mais precisarmos, indo embora assim que as benesses terminarem.

Na verdade, não deveremos nos importar demais com as decepções que teremos com essas pessoas, sabendo que não estaremos perdendo nada quando nos virmos sem a companhia delas. É como se a vida se encarregasse, por si mesma, a nos livrar de quem se encostou sem verdade. Estarmos tranquilos com nossa consciência, enquanto oferecemos muito além de itens compráveis a quem chega junto, acabará por nos tornar a cada dia mais felizes, pois somente ficará conosco quem vem para somar, compartilhar, dividir e amar sem falsidade.

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

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