Nossas prioridas são aquilo que escolhemos fazer independente até mesmo das mentiras que contamos para nós mesmos.
Nossas prioridades são aquilo que escolhemos fazer independente até mesmo das mentiras que contamos para nós mesmos.
Uma coisa ótima da quarentena é que as pessoas estão descobrindo quais e quem são suas prioridades de vida. Bem, pelo menos algumas…
Há uma parcela significativa e real de pessoas que precisa sobreviver e não têm a opção de ficar com a família em proteção. Esses são aqueles que até gostariam de se resguardar, mas que necessitam urgentemente da ajuda do governo para que tenham condições mínimas de subsistência ou realmente não conseguem ficar isolados. Essas pessoas são aquelas que os ricos e poderosos gostam de encarar apenas como estatísticas uma vez que humanizá-las atrapalharia muito suas “decisões”.
Mas aqui quero falar DIRETAMENTE daqueles que escolhem sair e/ou trabalhar mesmo tendo a opção de não fazê-lo: são aqueles que têm como sobreviver por um tempo sem sair, mas que sempre inventam uma desculpa sobre algo ADIÁVEL para resolver, pois definem o banal como algo inadiável. Afinal, eles querem e pronto. Cumpra-se o desejo. A “vida” do outro, nesses casos, nem chega ao seu julgamento, pois é ignorada como relevante. Nem culpa essa pessoa sente.
A gente vai só observando as prioridades através dos atos diários. São aqueles que saem para abastecer o carro que ainda tem combustível ou vão ao banco só para tirar um extrato. São aqueles, também, que abrem seu comércio escondido, que obrigam funcionários a trabalhar e definem-se como grandes injustiçados pelo destino.
São, ainda, aqueles que mantém relações fracassadas e escolhem qualquer motivos para , mesmo que contando mentiras para si mesmos, não ficar com os seus. Afinal, esperar a caixinha do correio que vai chegar no endereço x é certamente mais prioritário do que zelar pela não contaminação da família que está no endereço y.
E assim, repetidamente, esses seguem como “cegos situacionais” que ESCOLHEM fazer ou mesmo ouvir algo ou alguém que apenas corrobore as suas intenções mais convenientes.
É necessária maturidade mínima para não culpar o outro, o tempo, o sistema, ou até mesmo quem está tentando cuidar de nós. Somos bastante limitados nisso.
Da minha parte fica aqui um apelo: quando for fazer algo PRIORITÁRIO, pelo menos entenda para quem aquilo realmente é prioridade. Na maioria das vezes, lamento informar, a sua tão exaltada prioridade não faz o menor sentido para o coletivo. Seria até vergonhoso repeti-la em voz alta.
Quer contar mentiras para si mesmo? Conte, mas não destrua outras pessoas por causa de sua pequenez maturacional.
Recado dado. Se o capuz não servir, o texto pode ao menos ser usado como indireta para o vizinho egoísta. Vai que cola, né.