Não adianta forçar, pedir ou fazer chantagem. Quando amar se torna uma luta diária para apenas um dos lados, algo está errado. Isso de superar os obstáculos de uma relação funciona para amantes entregues. Amar por dois é demais para qualquer um. É injusto, cansativo e foge do amor próprio que todos merecemos.
Relacionamentos sempre possuem diferenças e outras peculiaridades. Nenhum casal é igual. Ainda que o respeito e a reciprocidade devam ser pré-requisitos no amor, ainda há quem discorde. Quem tente camuflar esses carinhos preciosos, com o objetivo de fazer valer apenas a própria vontade. Não existe jogo mais sujo do que esse. E ainda acrescentam a desculpa do “se você realmente me ama”. Corações desiguais tendem a permanecer em ausências. Por que um precisa demonstrar tudo de si enquanto o outro espera, no conforto, por provas? O amor é suspeito quando composto por regras.
Quer o meu melhor pra você? Sejamos. O nós é o sentimento que acompanha a gente. Às vezes, amar requer altruísmo, percepção e transferência. Não pense que se trata de estabelecer medidas. Pense que é mais sobre compartilhar aquilo que você gostaria de receber, sem jogos. Sem uma exaustiva explicação de como pode e quando pode.
Amar por dois é demais para qualquer um. Benditos os que amam, em sintonia, os poucos e muitos que o amor provém. Para dois, por favor. Se for para disputar um lugar no afeto do outro, melhor pedir a conta.
Imagem de capa: Domicílio Conjugal (1970) – Dir. François Truffaut
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