Amigos passaram 30 anos casados para esconder homossexualidade da família religiosa

Muita coisa pode estar escondida por trás de um casamento. Para Brad e Cyndi Marler, era o fato de ambos serem gays.

Alguns anos após o casamento, eles contaram um ao outro seu segredo. Então, por mais de três décadas, eles não contaram a mais ninguém.

“Sempre dissemos que éramos nós contra o mundo”, disse Brad.

Depois de viver por 30 anos o que eles chamam de ‘uma vida típicamente americana’ nas pequenas cidades de Smithton e Freeburg, em Illinois, nos Estados Unidos, o casal finalmente decidiu que era hora de ‘viver autenticamente’.

Hoje, ambos com 50 anos, resolveram contar tudo para seus dois filhos adultos – um filho e uma filha – e estão vivendo novas vidas em Chicago.

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Tendo crescido em lares religiosos em pequenas comunidades de Illinois, assumir sua sexualidade não era uma opção para os Marlers, que celebraram 32 anos de casamento em setembro.

“Sendo homossexual, você simplesmente irá direto para o Inferno, segundo algumas religiões. Não há outra maneira de encarar isso, disse Cyndi sobre o que ela e Brad aprenderam.

Mesmo com os avanços dos Estados Unidos em prol dos direitos das pessoas LGBTQIAP+, os Marler temiam ser descobertos. Eles construíram uma casa, criaram seus filhos e nunca se afastaram de seu casamento.

Em público, eles tinham a certeza de manter os papéis tradicionais de gênero: Cyndi mantinha o cabelo comprido e eles nunca mencionaram que Brad era quem decorava a casa.

“Queríamos a casa, o cachorro, as duas crianças – e fizemos tudo isso”, explicou Cyndi. “Tomamos a decisão de fazer funcionar. Era isso que íamos fazer.”

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Mas a situação chegou a um limite. Brad ficou profundamente deprimido e começou a trabalhar seus preconceitos internalizados com a ajuda de uma terapia semanal.

“Por muito tempo, odiei essa parte de mim… Não entendia por que o que eu tinha com Cyndi não era suficiente”, disse ele.

O casal também disse que nunca teria conseguido viver a vida com autenticidade se os pais ainda estivessem vivos.

Brad observou que a vergonha que ele associava à sua sexualidade foi desencadeada depois que sua mãe o confrontou quando ele tinha 16 anos sobre a possibilidade de ele ser gay.

“Ela apenas disse:’Se você for, não está tudo bem. Você não vai fazer isso com a família.’… Nunca mais falamos sobre isso”, lembrou.

Outro fator que desencadeou as mudanças foi que sua filha se revelou lésbica.

“Era a necessidade avassaladora de protegê-la”, disse Brad.

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Imagem Facebook

Os Marler viveram juntos até março quando, depois de se aposentar e vender sua casa, eles se mudaram para apartamentos separados em Chicago para explorar a vida como parte da comunidade LGBTQIAP+ pela primeira vez.

Brad descreve a mudança como uma segunda adolescência. “Tudo é novo”, disse ele.

Cyndi está se concentrando em descobrir a si mesma antes de iniciar um relacionamento com uma mulher. “É como tirar esse filtro e me perguntar: ‘Quem eu sou?'”

Embora os Marler agora vivam separados, eles não têm planos imediatos de se divorciar e ainda se vêem quase que diariamente.

“Ainda somos melhores amigos”, disse Cyndi.

E apesar de algumas lutas, eles acreditam que as coisas melhoraram para eles.

“Toda a nossa dinâmica está melhor agora”, disse Brad.

A filha deles escreveu recentemente a cada um dos pais uma carta sobre a experiência.

“Ela escreveu que ficou feliz em ver que estou feliz”, disse Brad.

Enquanto uma pesquisa do Instituto Williams de Legislação e Políticas Públicas da Escola de Direito da UCLA mostra que as pessoas nos Estados Unidos estão se assumindo e vivendo sua sexualidade mais cedo do que as gerações anteriores, Brad e Cyndi fazem parte de um segmento da comunidade LGBTQIAP+ que esperou até mais tarde para viver de acordo com a própria natureza.

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Redação Conti Outra, com informações de Daily Mail.
Fotos: AP.







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