O amor não correspondido não é nenhuma novidade. O caso de Ingeborg, uma princesa dinamarquesa, ilustra bem isso. Ela casou-se com grande pompa, no dia 14 de agosto de 1193, em Amiens, com o rei da França Filipe Augusto. No dia seguinte, ela é coroada solenemente por ele. Mas, no meio da cerimônia, o rei estremece subitamente e volta-se contra a jovem noiva.
Tomado pela repulsa, incapaz de consumar as suas núpcias, o rei só pensa em anular o seu casamento. O que será que aconteceu? A repulsa de Filipe Augusto por Ingeborg parece insuperável e misteriosa. Os súditos não tardam a fazer suposições.
A princesa não é virgem? Será que ela tem alguma deformidade escondida? Ou terá simplesmente mau-hálito? Algum tempo depois o rei é forçado a aceitar Ingeborg novamente, prometendo amá-la como esposa e rainha. Entretanto, mal o emissário do papa vira às costas, Ingeborg é enclausurada no convento.
Distante da nobreza esses casos não são raros. A experiência do amor não correspondido é muito comum. O psicólogo David Buss relata pesquisa em que 95% de homens e mulheres, por volta dos 25 anos, experimentaram amor não correspondido pelo menos uma vez. Só uma pessoa em 20 nunca experimentou amor não correspondido de nenhuma espécie.
Os jogos do amor são incontáveis, talvez mais numerosos ainda sejam os do não amor. Na nossa cultura, submetidos ao mito do amor romântico, e à crença de que só é possível ser feliz tendo alguém ao lado, procura-se desesperadamente um par amoroso.
Muitas mulheres se sentem desvalorizadas se não têm alguém ao lado. Entretanto, através da reflexão podemos nos livrar de crenças e valores que tanto limitam nossa vida. A questão é que o novo assusta, gera insegurança, então muitos se agarram aos padrões já conhecidos. Para mudar nossas expectativas em relação ao amor e ao sexo, e viver bem, é preciso ter coragem.
Fonte indicada: Blog da Regina Navarro Lins
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