Quantas vezes me peguei incomodada em situações sociais, profissionais ou mesmo entre amigos ou familiares. O incomodo me parece como uma dor no estômago, uma inquietação da alma ou da mente. Uma sensação do tipo: há algo errado aqui. Durante anos e mais anos vivi com este desconforto eventual sem compreendê-lo ao certo. Até o dia em que em uma aula de meditação do Ananda Prem, ao final do exercício, ele disse:
– Vocês estavam excepcionalmente bonitos hoje. Acredito que eu achei a cena bela pois percebi a verdade em cada um de vocês.
Esta frase ressoou em mim como ondas. É isso! Podemos sentir a verdade nos atos, afinal a verdade não precisa de palavras. Se não sentimos é porque há muitas outras camadas que se sobrepõem, em nós ou mesmo no outro.
Quanto mais social o evento mais costumeiramente me sinto incomodada. Sim! Me sinto em um teatro e, ao ler o script de personagens, me cansa. Me enjoa. Me satura. Outro dia mesmo eu estava em uma situação casual entre pessoas queridas, simpáticas e que gosto, mas sinto que muitas ainda se escondem em máscaras em situações onde essas máscaras só atrapalham. O grande engano mora quando você acredita que é aquele personagem.
Imagina se cada ator acreditasse ser o personagem de cada filme que faz?
Ao observar a cena social onde eu estava, me perguntei: como tirar essas pessoas de seus supostos papéis sem desmonorarem? Rapidamente me cansei e percebi que o mais fácil mesmo era eu sair de cena. Comentei com um amigo que me dava carona que eu gostaria de ir embora, ele disse:
– Como assim? Você parecia estar se divertindo tanto! Ou você é muito falsa ou eu não te entendo.
Respondi:
– A qualquer lugar que vou, eu me entrego. Se me predisponho a sair da minha casa é para me jogar. Vou de corpo e alma, aberta e disposta a tudo e a todos. Quero trocar com cada um com quem converso, portanto, você pode ter certeza que sou verdadeira demais em cada situação que me coloco. Se não for assim, não vou. Aliás, é só olhar em meus olhos sem falarmos uma palavra que você percebe que estou inteira aqui. Exatamente por causa disso, percebo em cada par de olhos que cruzam o meu, como cada um se coloca aqui. E nestes olhares não há mais o que ser trocado, portanto, me sinto pronta para sair desta cena.
Rasguei-me do conforto seguro das certezas pelo meu amor pela verdade – Simone Beauvoir
De duas uma: ou ele não entendeu uma palavra do que falei (e para variar fui considerada excêntrica) ou ele se sentiu como eu e em cinco minutos chegou a conclusão que também já bastava e fomos embora.
Há vezes que não tem como sair de cena e nestas situações, para não perder minha alegria me permito dançar (ou cantar) sozinha, aonde quer que eu esteja. Se um dia, em um lugar cheio de gente você não me encontrar, pode ter certeza que estarei próxima a uma caixa de som. Para mim a música exerce o papel de silenciar as outras vozes e me conectar com minha alma. Sinto minha força. Sinto a verdade que tanto aprecio e seu silêncio dentro de mim.
Infelizmente poucos tem a coragem de serem fiéis a si mesmos e exporem a si exatamente como são. A verdade simplesmente é, ela não precisa de palavras, de papo furado, fazer tipos ou de máscaras para agradar os outros. A nossa verdade simplesmente flui através de nós e para fluir continuamente, apenas precisamos estar confortáveis em nós mesmos. Apesar de parecer simples, isso é para poucos.
Corajoso é aquele que busca por si. Descobre a si e segue o caminho cheio de si. Aí, quando encontra com outros, apenas compartilha o que já está transbordando dentro dele mesmo. Não há máscaras, não há ilusões, falsas promessas… apenas corações preenchidos de verdade.
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